O CARISMA DE LULA REFLETE EM DILMA

                                                        *Osny Araújo

A máquina do Governo e o grande carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem refletindo positivamente na candidatura da petista, ministra Dilma Roussef à presidência da República, segundo dados revelados na última pesquisa, quando a candidata governista cresceu cinco pontos de dezembro a janeiro, encostando-se ao “tucano” José Serra, governador de São Paulo, que continua liderando nas pesquisas, mas agora, com uma diferença apertada.

Lula, um político carismático, simpático e popular, exatamente o inverso da pré-candidata Dilma, vem conseguindo operar o impossível, que é a proeza de transferir apoio para alguém que não esbanja carisma e muito menos simpatia. Mérito para o presidente Lula, o grande arquiteto e construtor dessa candidatura, talvez até pela ausência de um outro nome para concorrer à sua sucessão pelo Partido dos Trabalhadores.

O certo é que o PAC, que tem a ministra como “madrinha” e as constantes viagens pelo Brasil acompanhando o presidente, a sua candidatura vem crescendo a olhos vistos e coloca em risco a liderança que os tucanos apregoam do seu candidato José Serra, considerando que os demais, como o deputado federal Ciro Gomes, PSB do Ceará e a acreana Marina Silva, do ex-PT e agora do PV, são candidaturas meramente decorativas, sem nenhuma chance de vitórias nas eleições de outubro.

Com a queda livre de Serra e a subida acentuada de Dilma, é bem possível que o governador paulista desista da candidatura, até por pressões em favor do governador mineiro Aécio Neves, mais carismático e simpático que o governador paulista e muito mais bem visto no norte e nordeste do que Serra, que é considerado um braço da Fiesp dentro do Governo, com olhos voltados não para o Brasil, mas, especialmente para o Sul e Sudeste.

O fato, é que o resultado da última pesquisa acendeu a luz amarela no ninho dos “tucanos” que começam a pensar se a candidatura Serra é mesmo a melhor opção, embora já existam lideranças no ninho torcendo pela desistência de Serra e a viabilização da candidatura de Aécio Neves, considerado por muitos como um nome que poderá aglutinar muitos mais adeptos e eleitores do que Serra, que faz questão de não ser nenhum pouco simpático e humilde.

Com os nomes atuais especulados mantidos, já tem gente apostando na boa performance de Dilma Roussef, o que aumenta ainda mais a preocupação dos líderes do PSDB, que trabalham com o objetivo de viabilizar a candidatura de Serra, mas que na verdade ainda não anunciaram sequer de maneira oficial a sua pré-candidatura.

Claro, que ainda tem muita água para correr debaixo da ponte, mas até lá, ou melhor, até que comece a propaganda pelo palanque eletrônico (radio e TV), o presidente Lula e o seu carisma, guiando a máquina do Governo com a maestria política que ele tem, a candidatura petista só tem a crescer e a terraplenar a estrada da ministra para continuar no Palácio do Planalto, desta feita não como ministra-chefe da Casa Civil, cargo que ocupa atualmente, mas, como presidente da República a partir de janeiro do próximo ano.

Sei que durante a campanha política a oposição virá com muitas cartas nas mangas, mas os governistas também terão algumas armas, como por exemplo, o escândalo do chamado “mensalão dos democratas do DF” liderados pelo governador José Roberto Arruda, que está preso e pela renúncia forçada do vice-governador Luiz Octávio o que poderá resultar numa intervenção federal no Distrito Federal, graças a grave crise institucional vivida pelo Governo do DF, com o envolvimento do Executivo e legislativo.

Como no Brasil existe a cultura de que os escândalos mais novos abafam os efeitos dos mais antigos, o prato da vez será sem nenhuma dúvida, salvo algum engano, o “mensalão dos democratas de Brasília” e certamente os governistas saberão tirar proveito dessa situação, mesmo sendo o candidato opositor de Dilma do PSDB, mas, que certamente contará com o apoio dos democratas, o artigo Partido da Frente Liberal.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

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