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segunda-feira, 29 de março de 2010

É TEMPO DE DESPEDIDAS

                                                                                                *Osny Araújo

Com a chegada do mês de abril, quando os políticos chefões de órgãos públicos são obrigados por força de Lei a deixar os cargos para terem condições legais de entrar nas disputas eleitorais, o momento é de despedidas, de alegria para uns e tristeza para outros.

Eduardo Braga, Alfredo Nascimento, Dilma Roussef, José Serra e Eron Bezerra, apenas para citar alguns, governadores e ministros e secretário, que estarão na disputa eleitoral de outubro, estão desocupando as gavetas e preparando o ambiente para os seus sucessores.

Aqui pelo Amazonas, o governador Eduardo Braga (PMDB), que disputará uma cadeira no Senado da República, vem nos últimos quinze dias vivendo uma verdadeira maratona de inaugurações de obras no interior e na capital, em atos sempre com grande participação popular e forte apelo político, tudo direcionado para as eleições que já está entrando na contagem regressiva.

Com isso, algumas alterações substâncias ocorrerão na política local, como por exemplo, o governador Eduardo Braga, que entregará o cargo para o vice Omar Aziz, que deverá ser candidato ao Governo, mas que a Lei não o obriga a deixar o cargo, o ministro Alfredo Nascimento (PR), que deixará o Ministério dos Transportes para reassumir o seu posto de Senado, que vem sendo ocupada pelo suplente João Pedro (PT) e Eron Bezerra, que deixará o cargo de Secretário de Produção para tentar mais uma reeleição na Assembléia Legislativa do Estado.

Esse é apenas um ingrediente político para as eleições, a fim de que os futuros candidatos, a serem definidos em convenção, não sejam considerados inelegíveis e dessa forma, possam concorrer legalmente no pleito.

Após essa tomada de providência, os políticos, que continuam conversando e se articulando para a formação de coligações etc., enfrentarão as convenções partidárias oficializando as candidaturas, quando a campanha comerá verdadeiramente a entrar num momento nervoso e decisivo, já com intensa propaganda nas ruas.

A exemplo de Eduardo Braga, com a onda de inaugurações, o ministro Alfredo Nascimento, também andou fazendo algumas visitas ao interior e participando de inaugurações e assinaturas de importantes atos antes de deixar o ministério, como foi o caso da inauguração de parte e das obras de recuperação da BR-319, ligando Humaitá a Porto Velho e a assinatura da ordem de serviço para a construção da ponte sobre o rio Madeira, na BR-319, em ato que contou com a presença da ministra Dilma Roussef, pré-candidata do PT ä presidência da República.

Nesse momento de despedidas dos cargos importantes na administração, existe um misto de alegria e tristeza. Alegria, para os futuros novos assessores e tristeza para os que deixarão os seus cargos. Para os políticos em evidência e com o sucesso garantido nas urnas, os assessores continuarão perto, dando a sua mãozinha com a esperança de reconquistar o cargo, mas o que não tem muita chance nas urnas, estes certamente serão abandonados pelos ex-assessores, que procurarão outros caminhos e quem sabe, até mesmo outros políticos com mais chances de sucesso nas urnas.

Essa é a história. Infelizmente, é dessa forma que se faz política no Brasil, onde o ideal sempre caminha em segundo lugar, fazendo com que a velha máxima prevaleça – rei deposto, rei morto.

Depois desse passo que está sendo dado pelos políticos pré-candidatos, vamos aguardar a real definição do quadro sucessório no Amazonas, para se saber de fato quem apoiará quem. No momento, a coisa continua nebulosa, provocando muita expectativa em torno da questão, por isso, o melhor a fazer será mesmo aguardar.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail – osnyaraujo@bol.com.br



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