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sábado, 23 de janeiro de 2010

GLOBO REPÓRTER – AMAZÔNIA


Texto: Osny Araújo

 Hoje fiz questão de acordar cedo para escrever um depoimento, ou, melhor, um elogio a Rede Globo de Televisão. Não sou um assíduo telespectador global faz muito tempo, isso, porque não agüento mais assistir aos filmes repetidos, as Angélicas, Xuxas e os BBBs e Didis da vida, os Toma Lá da Cá, o Jô que perdeu por completo a qualidade e tantos outros programas que a poderosa Globo impõe aos brasileiros, embora ainda exista muita cosia boa para se ver na emissora do Plim, plim. Parece que ninguém utilizar o controle remoto para mudar de canal, mas isso é uma questão de cada um.

Na noite de ontem, sexta-feira, fiquei feliz em assistir a um programa global, o Globo Repórter, retratando um pouco da vida da região amazônica, especialmente dos ribeirinhos, verdadeiros heróis anônimos que vivem às margens dos nossos rios, enfrentando todos os tipos de dificuldades, vencendo intempéries, convivendo pacificamente com a natureza e ajudando na preservação da Amazônia e suas riquezas.

De início, que parabenizar o brilhante trabalho jornalístico realizado com muita competência pela amiga e colega Daniela Assayag, que interiorana como eu, ela filha de Parintins e eu de Urucurituba no baixo Amazonas, conhecemos bem essa realidade.

Muito se fala em Amazônia em rede nacional, mas para fazer cobranças e falar de desmatamentos ou acidentes e nunca para mostrar a realidade do seu dia a dia e de como vive o seu povo, ao contrário do que se vê fartamente sobre as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Matérias semelhantes sobre o Pantanal, sobre as praias e belezas do litoral brasileiro, Fernando de Noronha, estou farto de assistir. Ontem não, foi diferente, a Globo resolveu mostrar para o Brasil e para o mundo a cara da Amazônia em foto 3X4- uma beleza. Um trabalho que certamente vai começar a mudar pensamentos e conceitos sobre a badalada Amazônia e seu povo, tão brasileiro quanto os das demais regiões, talvez um pouco mais tolerante e sofrido.

Como sei da quase absoluta audiência da Rede Globo, hoje estou convicto de que o Brasil sabe bem mais sobre a Amazônia do que ontem. Tomara que as autoridades tenham conseguido um tempinho disponível e com isso, tenham aprendido muito sobre a Amazônia, até porque, sobre a região no mundo dos políticos, se vê muitas falácias e isso por falta de conhecimento desta rica e importante região muito cobiçada pelos estrangeiros e bem desprezada pelos patrícios.

Daniela Assayg e sua equipe de cinegrafistas penetraram no âmago da Amazônia e mostrou com propriedade como é a difícil e heróica vida dos ribeirinhos da região. Verdadeiros heróis anônimos, apenas lembrados pelos políticos e governantes em tempos de eleição. Este ano, por exemplo, eles serão muito lembrados e ate visitados.

Os brasileiros que ontem assistiram ao Globo Repórter têm agora, uma dimensão exata do que é a Amazônia, as suas dificuldades, o clima, o que representa enchente e a seca e do malabarismo que homens, mulheres, crianças e adolescentes fazem para sobreviver e ainda assim, esbanjam sorrisos, considerando a vida dura e difícil que levam, como sendo a vontade de Deus, como afirmou uma das entrevistadas do programa.

Na verdade é um mundo diferente e ontem a Globo mostrou que o ribeirinho vive a metade do ano dentro da água e a outra metade em terra firme, plantando nas terras férteis com a ajuda da própria natureza, culturas de subsistência e de ciclo curto e assim, vão tirando o sustento das, que costumeiramente tem proles numerosas. Um casal tem em média entre seis, oito ou dez filhos. Na várzea, isso parece coisa comum.

O programa mostrou o grande sacrifício dos brasileiros das margens dos rios amazônicos. A ginástica que fazem para enfrentar as dificuldades, na enchente e na vazante, onde mesmo vivendo em meio a muita água, é difícil encontrar água potável e o remédio é armazenar água da chuva para o consumo doméstico.

O programa mostrou também, que o caboclo ribeirinho é um guardião da Amazônia,quando pratica a pesca sustentável, pescando o pirarucu (o maior peixe da água doce) apenas na época permitida pelo IBAMA, de acordo com a lei, o mesmo ocorrendo com outras espécies da farta região.

Isso tudo demonstra, que o desmatamento da região não é feito pelo amazônida. Ele é antes de tudo um preservador, tirando da natureza apenas o necessário para a sua sobrevivência. Se ele não produz o desmatamento, cabe as autoridades detectar quem são os devastadores da região, puni-los e dar melhores condições de vida e dignidade ao povo ribeirinho.

Penso que deu para ver bem através do Globo Repórter que retratou um pouco da região amazônica, desta feita de forma positiva, como o ribeirinho é herói, teimoso, aventureiro, perseverante, paciente, conformado, trabalhador e sobre tudo felizes. Ainda se pode ver nos sofridos rostos expressões de alegria e sorrisos de felicidade, mesmo não tendo praticamente os benefícios das várias políticas publicas dos Governos em termos de educação, saneamento, saúde e outros pontos.

Em função do Globo Repórter – Amazônia, quero tirar o chapéu para a Rede Globo e parabenizar mais uma vez a competente colega Daniela Assayg, que mostrou com simplicidade e Inteligência um pouco da vida ribeirinha para o Brasil e para o mundo. Mostrou um pouco da Amazônia como ela é, com suas belezas e adversidades, neste país verdadeiramente heterogêneo, onde em cada região encontramos um Brasil diferente.

Já que estou me reportando a programas de TV e a Amazônia,quero aproveitar a oportunidade para parabenizar o Amazonsat, ( Rede Amazônica de Televisão) esse fantástico canal temático, que mostrando para o Brasil e para o Mundo a Amazônia com a sua cara sem maquiagem.(Fotos ribeirinhos na Amazonia - (arquivo) e a jornalista Daniela Assayg, foto reproduzida da TV Amazonas)

Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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