
Brasilia - Reunidos para decidir a posição do partido em torno das ações apresentadas no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), os integrantes da bancada do PT evitaram manifestar um posicionamento na tarde desta terça-feira (11).
Segundo o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), o partido vai analisar "de maneira técnica" todas as 11 ações protocoladas contra Sarney no colegiado e arquivadas pelo presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ). Só depois de analisar a fundamentação jurídica das matérias é que a bancada irá manifestar uma posição favorável ou contrária à investigação do presidente da Casa.
Ainda segundo o líder petista, nenhum dos três senadores do partido que integram o Conselho pediu para deixar o órgão. Um grupo de assessores jurídicos da liderança do PT apresentou pareceres técnicos sobre cada ação apresentada contra Sarney. "Os membros (do colegiado) irão votar conforme as suas convicções, mas a bancada vai buscar uma decisão técnica, não política", argumenta Mercadante.
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Apesar disso, os senadores Eduardo Suplicy (SP) e Marina Silva (AC) assinaram nesta terça a carta elaborada pelo senador Cristovam Buaqre (PDT-DF) que pede a saída de Sarney do cargo.
Segundo Mercadante, a bancada petista está fazendo a leitura de cada um dos relatórios para definir os pontos fracos de cada acusação. Na reunião desta terça, os petistas analisaram apenas a matéria que trata dos supostos apadrinhados políticos de Sarney contratados na estrutura do Senado.
"É uma tarefa muito difícil atuar como juiz de outro senador no conselho. O partido é contra o arquivamento sumário de todas as ações, mas vai buscar todos os argumentos jurídicos para fundamentar sua posição no conselho", argumenta Aloizio Mercadante.
A bancada acredita que a sessão que irá analisar o desarquivamento das ações contra Sarney não irá ocorrer nesta quarta-feira (12), conforme o previsto inicialmente. Para os petistas, o presidente do conselho vai analisar primeiro a representação apresentada pelo PMDB contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), para só depois marcar a sessão para votar os recursos contra Sarney.
Mercadante afirma que o PT não será o fiel da balança nas ações contra Sarney. "O fiel da balança é ter critério e não transformar a investigação de um parlamentar em uma disputa política eleitoral", analisa.
Questionado se a bancada poderia decidir por desqualificar juridicamente todas as ações contra Sarney, o petista diz "não acreditar na possibilidade".(G-1)
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