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domingo, 23 de agosto de 2009

O TAMANHO DA CRÍSE - *Osny Araújo


Ainda não se pode mensurar o tamanho da crise política que o País vive, envolvendo o Senado da República, o Executivo e o Partido dos Trabalhos, o PT, que perdeu praticamente toda a sua identidade e rasgou a sua bonita história que teve como berço o ABC paulista.
O que se pode afirmar neste momento, é que a crise vai se alastrando e o mais grave, com a cobertura do Planalto, por determinação do presidente Lula, que por não querer se desfazer do apoio político do PMDB bateu de frente com o Partido que fundou no ABC e provocou um grande racha nas hostis petista.
Com um Conselho de Ética sem ética a manipulado pelo Governo, com o único objetivo de blindar o presidente do Senado e defender o indefensável Sarney, uma CPI da Petrobras, tutelada pelo Governo, com petistas revoltados com a posição política do PT, por determinação do presidente da República abandonando o Partido e com um líder do Governo, o petista Aluízio Mercadante, que não tem mais uma palavra confiável e mais que isso, não lidera ninguém, a crise toma proporções alarmantes e a cada dia vai ganhando novos contornos, mas o Sarney não cai, pelo menos, até agora.
Com toda essa blindagem do presidente Sarney, o que motivou o racha no PT, a crise, creiam, está longe de acabar e certamente novidades vão continuar surgindo e isso em ano pré-eleitoral, quando o presidente Lula tenta emplacar a candidatura da ministra Dilma Roussef, não é nada saudável.
O certo é que o ético e democrático PT acabou. O Partido hoje não tem nada a ver com aquele que foi criado há 30 anos, sob o comando de um jovem e destemido barbudo apelidado de Lula, pregando a de3cência, a ética, transparência, a democracia e outros valores. Rasgou a sua história e pior, igualou-se aos piores partidos do País e por baixo e com isso deixou de ser uma referência política, partidária e filosófica.
Como não existe mal que sempre dure, espero que num futuro bem, essa crise nascida no Senado Federal sob o comando de Sarney e patrocinada pelo Governo, m através a sua tropa de choque no Congresso Nacional, possam render bons frutos num futuro próximo.
Essa história poderá começar a ser reescrita já a partir do próximo ano. 2010 será ano de eleições e como seria bom, se a sociedade que acompanha com interesse o desenrolar dessa vergonhosa crise, em função do comportamento antiético da maioria dos senadores, essa mesma maioria fosse derrotada nas urnas e se promovesse uma grande mudança, tentando com isso não purificar, mas pelo menos, melhorar o funcionamento do Senado, com a eleição de novas lideranças e de pessoas compromissadas com o País e naturalmente com a sociedade, onde os interesses nacionais possam estar acima dos pessoais.
Enquanto isso vamos continuar a presenciar a brincadeira irresponsável da maioria dos senadores, brigando feito cão e gato, enquanto os grandes assuntos nacionais vão ficando para um segundo plano, como se as brigas, a defesa do indefensável, fossem mais importantes do que o País e a democracia que com tanto suor conquistamos e a estamos colocando em risco.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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