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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Expedição científica vai em busca
de novos insetos da Amazônia

Manaus, AM - Certamente você já deve ter pisado (sem querer) ou matado um. Eles são pequenos e de cores e formatos variados, alguns inofensivos, outros são até vetores de diversos tipos de doenças. Trata-se dos insetos, que constituem 60% de todos os organismos conhecidos e, por conta dessa alta diversidade têm um papel fundamental no equilíbrio do planeta.
Desafio amazônico
Apesar disso, milhares de espécies estão sendo exterminadas por conta das alterações ambientais, mesmo antes de serem conhecidas. É com o desafio de coletar mais de 100 mil exemplares de insetos que no período de 1º a 21 de junho, um grupo com 20 pesquisadores do Amazonas e de outros Estados brasileiros sairá pelos rios do Alto Rio Negro com esta missão.
Pesquisa do INPA
Sob a coordenação do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), doutor José Albertino Rafael, os cientistas seguirão pelos rios Padauari, Aracá e Demini, localizados à margem esquerda do rio Negro para fazer coleta de campo do projeto “Amazonas: diversidade de insetos ao longo de suas fronteiras”, realizado com o apoio da FAPEAM por meio do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência Pronex-Fapeam-CNPq. “Esse projeto vai permitir ampliar o ­conhecimento da diversidade dos insetos da Amazônia”, destacou Rafael.
Organismos não descritos pela Ciência
A expectativa é encontrar inclusive organismos ­ainda nem descritos. O pesquisador ressaltou que há 100% de certeza em encontrar espécies novas durante a expedição. "A Amazônia, especialmente o Amazonas, ainda tem uma fauna de insetos pouco conhecida. Encontramos regularmente espécies novas em qualquer região do Estado e muito mais quando exploramos as áreas longínquas, ainda inexploradas. Por isso há a participação no projeto de especialistas de diferentes grupos taxonômicos (grupos para ordenar famílias, gêneros e espécies). Para que grande parte do material possa ser identificado e descrito", frisou.
O projeto tem duração de quatro anos e, até seu término, no final de 2011, está prevista mais uma excursão para chegar às cabeceiras dos rios na fronteira com a Colômbia, na região conhecida como "Cabeça do Cachorro", próximo a São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros da capital amazonense.
Metodologia
Para a pesquisa de campo, serão utilizadas dezenas de métodos de coletas de insetos e para isso, mais de 60 armadilhas devem ser montadas, com o objetivo de explorar os hábitats diferentes encontrados na área escolhida.
O coordenador da pesquisa explicou que serão utilizadas armadilhas de interceptação de voo de insetos, armadilhas luminosas que atraem os insetos noturnos, montadas no dossel (copa das árvores), armadilhas com iscas atrativas, armadilhas adesivas e outras.
Desafios
Durante a pesquisa de campo, o grupo vai enfrentar muitos obstáculos, por conta das áreas de difícil acesso e de áreas ainda inexploradas do ponto de vista científico. Segundo Rafael, essas áreas só podem ser investigadas na época de enchente dos rios, quando é possível chegar nas cabeceiras dos mesmos e, com isso, alcançar pontos mais próximos das fronteiras do Estado do Amazonas com outros Estados brasileiros ou com países vizinhos.
"As dificuldades em viagens pelo interior são várias, entre elas: viajamos sempre com remédios básicos para os males mais comuns do nosso dia a dia, tipo dor de cabeça, disenterias, pequenos ferimentos, febre e etc.", contou, afirmando que há ainda o perigo iminente de doenças endêmicas, tais como a malária, leishmaniose, dengue, entre outras.Fonte: Cristiane Barbosa - Agência Fapeam
















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