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domingo, 18 de abril de 2010

Campeonato paulista
MENINOS DA VILA ATROPELARAM O S. PAULO

Santos , SP - Santos e São Paulo entraram em campo com a mesma maneira de atuar: quatro defensores, quatro homens no meio-campo e dois velocistas no ataque. No Santos, Dorival Júnior surpreendeu ao sacar o atacante André e colocar o curinga Pará, que foi escalado na lateral-direita. Com isso, Wesley foi para o meio-campo para auxiliar Arouca na marcação, com Neymar e Robinho na frente. No São Paulo, as mudanças já esperadas: Cicinho e Richarlyson nas laterais, Cléber Santana no meio, e Fernandinho no ataque, ao lado de Dagoberto.
E quando a bola rolou, ficou claro que o momento vivido pelo Santos na temporada é especial. Mudaram as peças, mas não a alegria e o futebol ofensivo. O Santos tomou a iniciativa da partida e não precisou de mais do que cinco minutos para criar sua primeira chance. Neymar deu passe açucarado para Robinho que, cara a cara com Rogério Ceni, chutou em cima do goleiro são-paulino.
O Santos tomou conta da partida principalmente porque seu meio-campo marcava muito e a saída para o ataque, com dois meias, era muito rápida e qualificada. No São Paulo, nada que o técnico Ricardo Gomes planejou deu certo. Cicinho, preso por causa dos avanços de Léo, não foi uma vez à frente. Na esquerda, Richarlyson, apesar da vontade costumeira, não criava algo de útil e errava muitos passes. No meio, a entrada de Cléber Santana, perdido, mexeu com o posicionamento de Hernanes que, mais avançado do que nas últimas três partidas, foi presa fácil para a marcação de Arouca que, mais uma vez, roubou a cena.
A partir dos 30 minutos, o domínio santista ficou ainda mais nítido. Os meio-campistas, com tranqüilidade, trocavam passes na entrada da área, e os tricolores só olhavam o adversário jogar. Com exceção de Hernanes, que ainda tentava algo com a bola no chão, os demais jogadores davam lançamentos para o alto esperando que Dagoberto ou Fernandinho levassem vantagem sobre os defensores, o que não aconteceu.
Etapa complementar
Os dois times voltaram para o segundo tempo sem alterações. E os primeiros dez minutos foram uma extensão da etapa complementar. O Santos, com Robinho endiabrado e Neymar querendo jogo, seguia atacando, enquanto o São Paulo só assistia. Aos nove, Robinho fez belíssima jogada individual. Após dar um elástico em Richarlyson, o camisa 7 passou por mais dois, invadiu a área e, na hora do chute, foi travado por Alex Silva, que salvou o Tricolor.
Aos 10, Ricardo Gomes resolveu mudar o esquema tático de sua equipe. Como eram necessários dois gols de vantagem, ele sacou o apagadíssimo Cléber Santana e colocou Washington. A substituição tardia foi castigada com o justíssimo gol do Peixe, que, no entanto, foi irregular. Aos 15, após longa troca de passes, Marquinhos foi lançado nas costas de Richarlyson e cruzou para Neymar, que ao ser empurrado por Alex Silva, usou o braço para empurrar a bola para o canto direito de Rogério Ceni. (Veja o gol ao lado)
Se com o placar em branco, o Santos já dominava, com 1 a 0, a molecada se soltou de vez em campo. E o São Paulo, perdido em campo, começou a apelar para a violência. Richarlyson, que deu um coice em Marquinhos, merecia ser expulso, mas ganhou só o amarelo. Aos 19, na única jogada lúcida do Tricolor, Washington recebeu na área, limpou a marcação de Durval e fuzilou de pé direito. Felipe fez brilhante defesa.
Mas foi apenas um lampejo. O Santos, com muito espaço para jogar, tinha todo o contra-ataque à disposição. Aos 26, em um deles, Neymar foi empurrado dentro da área por Alex Silva, que, como já tinha cartão amarelo, deveria receber o vermelho. Inexplicavelmente, o juiz José Henrique de Carvalho mandou o jogo seguir.
Mas aos 37, o árbitro apontou uma penalidade máxima. Que não aconteceu. Robinho lançou Neymar, e o atacante caiu após se aproximar de Miranda, que aparentemente não tocou no atacante. Com paradinha, o jovem atacante colocou a bola no canto direito, longe do alcance de Rogério Ceni. (Veja o gol ao lado)
Após marcar pela segunda vez e com a classificação para a final assegurada, Neymar deixou o campo para a entrada de Madson. E foi intensamente aplaudido pela torcida. E o Peixe ainda teve tempo para ampliar. Aos 40, Madson driblou Cicinho pela direita e cruzou para Paulo Henrique desviar para o canto esquerdo de Rogério Ceni e fechar o marcador. Festa na Vila Belmiro de um time que vive estado de graça e agora está na final do Paulistão-2010.



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