Texto: Osny Araújo

Após ter participado de uma reunião de trabalho no centro da cidade, resolvi matar minha curiosidade e fui até o Palacete Provincial. Lá passei cerca de duas horas e não tive um minuto de arrependimento e sim muito prazer.
O velho prédio, hoje inteiramente reformado era meu velho conhecido, pois como jornalista, perdi a conta de quantas vezes andei por lá fazendo entrevistas e outros trabalhos jornalísticos, mas confesso que o ambiente era bem diferente e hoje, certamente está mais acolhedor e humano.
A transformação é muito grande. Antes, o visitante era recebido por um sentinela armado, com fuzil e baioneta e muita austeridade, aliada a uma rígida disciplina que também era cumprida por civis. A escada em forma de Y, como a famosa divisão que existem nos quartéis entre os chamados oficiais e praças, está tudo liberado e ao invés do visitante respirar austeridade, agora os bons ventos sopram ares de lazer, cultura e história.O velho quartel, que abrigou por tanto tempo o Comando Geral da Polícia Militar do Estado, após algum tempo fechado, foi inteiramente restaurado pelo Governo e transformado num grande centro cultural, com museus, laboratórios, pinacoteca, internet liberada e outras coisas que valem apena ser vista, principalmente pelos estudantes e pelos amantes da história e da cultura. Lá é o lugar certo para esse passeio fantástico, com direito a um cafezinho ou lanche no famoso e tradicional Café do Pina.
A equipe de recepção é fantásticas, formada por jovens educados e competentes que deixam o visitante à vontade para percorrer os caminhos da história e do conhecimento pelos corredores e salas do Palacete Imperial, onde sem nenhuma dúvida, uma referência cultural da cidade, que começa a ser conhecida pelo povo, apesar de uma maior divulgação por parte da Secretaria de Cultura do Governo, responsável pela restauração do prédio e pela montagem da nova estrutura e de todo o funcionamento, que funciona diariamente, inclusive nos fins de semana.
O restauro sob a responsabilidade do Governo do Estado, através a Secretaria da Cultura, Governo do Estado, chama a atenção pelos cuidados técnicos que foram tomados para que o prédio não perdesse seu grande valor histórico e tudo foi feito de acordo com esse princípio.
Na minha primeira parada no interior do Palacete, onde existem um grande número de fotos, mostrando o antes e o agora, além do andamento das obras, me chamou a atenção alguns números ali expostos sobre a restauração do prédio, durante os três anos e meio de trabalho.
A área construída do Palacete Imperial é de 6000² e foram consumidas 25 mil telhas de cerâmica, 15.600³ de madeira certificada, revestimento em 3000², 12 toneladas de cal e 8oo galões de tinta.
A obra foi tocada diretamente por 1.401 trabalhadores da construção civil e aproximadamente 2000 de forma indireta.
HISTÓRICO
Inicialmente construído, em 1861, para ser a residência do capitão da Guarda Nacional, Custódio Pires Garcia, o Palacete Provincial foi comprado, após seu falecimento, pelo presidente José Bernardo Michilles, que tinha a intenção de transformá-lo em Paço Municipal.

Após um ano, em 25 de março de 1874, com as obras concluídas o então denominado Palacete Provincial passou a abrigar, simultaneamente, várias repartições públicas: a Assembléia Provincial, a Repartição de Obras Públicas, a Biblioteca Pública e o Liceu Provincial – atual Colégio Amazonense D. Pedro II. Mas foi somente em 28 de fevereiro de 1875 que aconteceu a sua inauguração oficial.
Durante o governo efetivo de Eduardo Ribeiro (1892-96), o Palacete Provincial passou a ser o Comando da Polícia Militar. Hoje, o prédio, considerado um patrimônio tangível que foi tombado em conjunto com a Praça Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense D. Pedro II, encontra-se sob proteção especial da Comissão Permanente de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico.
DENOMINAÇÃO ORIGINAL
O Palacete Provincial, conhecido por mais de cem anos como Quartel da Polícia Militar do Amazonas, retoma sua denominação original, trazendo consigo, em seu espaço totalmente restaurado, a história do Amazonas e grandes obras de valor cultural imensurável.
Com isso, a população terá oportunidade de viajar no tempo, ao século XIX, redescobrindo sua própria história, descobrindo ou redescobrindo valores que pareciam perdidos e hoje, graças a mais essa obra do Governo do Estado estão ao alcance de todos.
O subsolo do Palacete funcionam o Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça de Souza, o Bar São Jorge, a Cela Memória e Arena de Artes Newton Aguiar, destinado à realização de espetáculos ao ar livre de música, dança, teatro e cinema.
No pavimento térreo está à sala José Bernardo Michilles (exposição temporária), o Café do Pina, a Pinacoteca do Estado, o Museu da Imagem e do Som do Amazonas e o Ateliê de Restauro de Obra de Arte e Papel. E no andar superior encontramos o Museu Numismático Bernardo Ramos, com uma bela coleção de moedas internacionais, Sala de Exposições Temporárias, o recém criado Museu de Arqueologia, o Museu Tiradentes, com um pouco da gloriosa história da Polícia Militar do Amazonas, inclusive com armas e armaduras e o Salão Coronel Pedro Henrique Cordeiro Jr.
BOA AFLUÊNCIA


Vale apena agendar uma visita ao Palacete para uma inesquecível viagem pelos rios do conhecimento, através da cultura e da história. (Nas fotos, pela ordem: Prédio do Palacete Provincial, mostruário Numismático, Museu Tiradentes e réplicas de esculturas famosas do mundo.)
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