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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Agronegócios
Governo divulga Plano Agrícola
e Pecuário 2010/11
                                                                                                        *Thomaz Meirelles

O Ministério da Agricultura divulgou, no último dia 7, o Plano Agrícola Pecuário 2010/2011 mantendo as taxas de juros dos financiamentos de custeio em 6,75%. Os produtores terão R$ 116 bilhões para financiar a safra 2010/2011. O valor é 7,4% maior do que o disponibilizado na safra passada. Um dos destaques do plano é a criação do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que terá R$ 2 bilhões para financiamento de tecnologias na lavoura que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, como o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. O governo ampliou ainda os recursos e condições de financiamentos para aumentar a capacidade de armazenamento. O Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra) terá R$ 1 bilhão (o dobro do ano passado) destinado à construção, adequação e manutenção de armazéns. O produtor interessado na linha de financiamento para construir armazéns em sua fazenda poderá contratar com até R$ 1,3 milhão a juros de 6,75% ao ano. Quando se tratar de empreendimentos coletivos, o limite de financiamento sobe para R$ 4 milhões. O reembolso poderá ser feito em até 12 anos com carência de 3anos. O poder público, no Amazonas, precisa adotar providências, urgentes, visando facilitar o acesso do nosso produtor rural a esses bilhões, pois ocupamos um dos últimos lugares entre os estados brasileiros. Este assunto deve, obrigatoriamente, fazer parte da pauta de ações do próximo governador, caso contrário, continuaremos sacrificando nosso agricultor e importando alimentos básicos.
Pacote inclui programa ecológico
A assessoria de comunicação da Federação de Agricultura do Paraná divulgou nota fazendo alguns comentários a respeito do novo plano. São eles: O principal destino dos recursos do plano safra continuará sendo o custeio e a comercialização, que passam a contar com R$ 75 bilhões, 14% a mais que no ciclo 2009/10. A novidade entre os programas foi a criação de uma linha de investimento para redução das emissões de gases na atividade agrícola, o Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Com a iniciativa, o Brasil vai cumprir parte das metas que assumiu em Copenhage (Dinamarca) em dezembro, durante a conferência mundial sobre mudanças climática. Com R$ 2 bilhões na primeira edição e limite de R$ 1 milhão por produtor, o ABC tem condições de pagamento melhores que as demais linhas de investimento, a começar pelo juro de 5,5% ao ano. O produtor tem carência de três anos para pagar, num prazo total de 12 anos. Podem ser financiadas atividades como a implantação de sistemas produtivos que integram lavoura, pecuária e floresta ou o plantio direto na palha. “O volume de recursos é bom. Estávamos esperando um programa específico para recuperação de áreas do Arenito (Noroeste do estado). Agora, essas áreas poderão ser recuperadas com o ABC”, disse o gerente técnico e econômico das cooperativas do Paraná, Flávio Turra. O plano prevê R$ 18 bilhões para programas de investimento, valor 29% maior que o do ciclo passado. A manutenção dos preços mínimos também é apontada como “o lado bom” do pacote. Apesar de as cotações estarem caindo, o governo continuará usando os patamares atuais de referência em operações de aquisição ou pagamento de prêmio para escoamento. Os recursos do Plano Safra devem ser liberados a partir de agosto.
Busca em bancos
Os R$ 100 bilhões vão suprir cerca de 25% da necessidade de crédito do ciclo 2010/11, estimou o economista Pedro Loyola, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Segundo ele, produtores continuarão tendo de buscar dois terços dos recursos nos bancos e nas tradings (incluindo sistemas de troca de produto por insumo). E por falar em banco, lembro que, no Amazonas, com sua imensa geografia e o baixíssimo número de bancos oficiais, a peregrinação do nosso produtor rural ao crédito continuará sendo tarefa das mais difíceis.
Crédito e cotação
A necessidade de crédito teria crescido num ano de produção recorde. “O problema é que o câmbio desfavorável reduziu a renda dos produtores”, aponta Loyola. Um estudo da Faep mostra que a cotação média do dólar ante o real entre janeiro e maio caiu 19,8% de 2009 para 2010 e que isso fez com que as cotações internas dos grãos fossem reduzidas bem mais do que as internacionais. A soja recuou 4% na Bolsa de Chicago e 27% no Paraná. No milho a diferença foi de 5% para 18% e no trigo, de 10% para 17%, aponta o relatório da Faep. O produtor está arrecadando menos e enfrenta problemas para quitar as dívidas que se acumulam desde 2004, afirma Loyola. O endividamento do setor está aumentando também na percepção de Turra. Os últimos números oficiais, divulgados ano passado, indicavam dívida acumulada de R$ 70 bilhões. Do total do plano, R$ 2,4 bilhões serão destinados para que produtores de etanol invistam em estocagem de álcool, em uma linha de crédito operada pelo BNDES com juros de 9% ao ano. O ministro da Agricultura lembrou que os recursos a juros menores para o setor devem contribuir para diminuir as oscilações de preços do produto nas bombas dos postos.

*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio e escreve semanalmente neste endereço. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com



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