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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VANDALISMO NO CAMPO - *Osny Araújo


Assisti estarrecido em rede nacional de TV a invasão de uma grande fazenda pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, no interior de São Paulo e a irresponsável e criminosa destruição de milhares de pés de laranjeiras. Um verdadeiro vandalismo no campo. Coisas do MST.
O que se viu pela TV, foi um desrespeito ao meio rural brasileiro, com o MST, um movimento social de inspiração marxista, nascido de movimentos que faziam oposição ao regime militar, com o apoio dos partidos de esquerda e as bênçãos da Igreja, o movimento, que nasceu tímido cresceu e hoje é um grande polvo, cheio de tentáculos, criando problemas até para os seus aliados de primeira linha, como é o caso do PT, que hoje é Governo e não é inteiramente reconhecido pelo movimento.
Recordo que na semana passada, o Governo colocou a sua tropa de choque no Congresso Nacional e mais uma vez foi em socorro do movimento. Os parlamentares governistas conseguiram retirar 43 assinaturas de um requerimento na Câmara dos Deputados que criaria uma CPI para investigar o movimento, especialmente no que diz respeito a repasses de recursos do Governo Federal.
Os aliados abortaram a CPI na Câmara e como pagamento, ou melhor, reconhecimento, comete esse vandalismo, fato que deixa o Governo de certa forma numa saia justa, obrigando-o a se manifestar condenando a ação, como é o caso do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, do Parlamento e do Judiciário, que em sã consciência condenaram a invasão devastadora e criminosa promovida pelo MST, cometendo mais um crime no meio rural brasileiro
.Ainda bem que a Justiça agiu a tempo e já determinou a reintegração de posse, embora isso ainda não tenha ocorrido.
Proclamando-se como o herdeiro de todos os movimentos de massa organizados em tempos idos na luta pela reforma agrária, o MST pinta e borda em suas ações de invasões, por isso, responde a mais de 1.500 processos na Justiça, embora não seja uma instituição juridicamente constituída, o que de certa forma dificulta a aplicação da lei e suas penas previstas.
O interessante, é que o MST, acobertado pelo eufemismo de movimento social, continua com a sua sanha invasora, mas isso só ocorre em fazendas produtivas. Lembram da invasão desrespeitosa que fizeram numa fazenda de um ex-presidente da República? Pois é. Agora, resolveram invadir e destruir plantação em uma fazenda produtiva no interior de São Paulo, que geram emprego e contribui muito com o agro-negócio brasileiro e consequentemente com a forma cão do nosso PIB e com a balança comercial, mas isso, a turma do MST, que só pensa em invasão, não leva em consideração. O negócio é bagunçar.
No caso recente, parece que o movimento deu um tiro nos próprios pés. Logo após o Governo ter abortado a CPI na Câmara Federal, partiram para o vandalismo e o fato revoltou muita gente. Com isso, os senadores de oposição, com apoio até de alguns aliados começam a recolher assinaturas para a abertura de uma no Senado da República e pela repercussão da invasão irresponsável e da destruição de milhares de pés de laranjeiras na fazenda de São Paulo, é possível que a CPI seja materializada, contrariando o Governo que não queria e não quer a CPI que se instalada investigará bem no fundo o MST e todas as suas ações, inclusive de onde vêm os recursos para bancar as suas invasões, sempre com um grande apoio logístico.
O que os invasores do MST fizeram em São Paulo não tem nada a ver com reforma agrária. Reforma agrária é produção e não destruição de lavouras e foi exatamente isso que fizeram ao destruir aproximadamente sete mil pés de laranjas, de uma fazenda altamente produtiva, cuja área é objeto de uma ação reivindicatória proposta pela autarquia em 2006, o que não dá nenhum direito ao MST promover a irresponsável invasão, até porque, esse tipo de ação ou comportamento em nada contribuí para ajudar a solucionar os conflitos fundiários que existem no país e muito menos agilizará o processo de reforma agrária.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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