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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

AGRONEGÓCIO: "NEM PROTEGE, NEM DEIXA PRODUZIR" -* Thomaz Meirelles


Em março passado, o deputado federal paranaense, e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, dentro de sua lucidez, competência técnica e seriedade foi extremamente feliz ao fazer várias afirmativas relacionadas às questões ambientais e produtivas. O atual ministro do MAPA afirmou que a legislação ambiental que foi construída em nosso país “nem protege, nem deixa produzir”. Disse, também, que “é um absurdo que o Código Florestal proíba que se plante em várzea”. Stephanes ainda afirmou que, ao mapear o território nacional, constata-se que, só em reservas indígenas, a área equivale a cinco estados do Paraná. Ele enfatizou que reservas ambientais, indígenas, quilombolas etc, respondem por mais de 70% do território nacional. Ou seja, dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro, sobram apenas 23% para a atividade agropecuária. No Amazonas, penso que o percentual disponível, caso ainda exista, deve ser bem menor (nosso zoneamento econômico-ecológico precisa ser finalizado urgentemente). Em relação ao efeito estufa, Reinhold disse que a soja e a cana seqüestram mais do que emitem carbono. Não há razão, em função do efeito estufa, para o Paraná perder um hectare de produção. O ministro lembrou que toda soja do País é produzida em apenas 3% do território brasileiro, e que todos os grãos do Brasil são produzidos em 6% do território nacional.

“Empresas de fertilizantes é que ganham”

Reinhold Stephanes, nascido em Porto União, lembrou que o Brasil, apesar de ser um grande produtor de alimentos, importa 70% dos fertilizantes usados na produção agrícola gerando aumento no custo de produção. Ele disse que “sempre que a agricultura ganha, o ganho acaba ficando com as empresas de fertilizantes. Esse é um problema estrutural que tem que ser enfrentado”. Porém, o ministro lembrou que há uma série de estudos, considerados estratégicos pelo governo federal, para que o País se torne menos dependente dessas importações.

Ministro de vários governos

Formado em economia, com especialização em Administração Pública na Alemanha, e em desenvolvimento econômico pela Cepal/ONU, é de berço humilde, pois é filho de pequenos produtores rurais do Paraná (Sr. Oswald e Dona Lili), trabalhou durante oito anos no Ministério da Agricultura, participou da criação da Embrapa (empresa reconhecida mundialmente), diretor do INCRA e secretário de agricultura do Paraná. Ainda no âmbito do Paraná, foi secretário de Administração e, também, de Planejamento e Coordenação-Geral. Na área da previdência, foi presidente do INPS (atual INSS). Foi ministro do Trabalho e Previdência Social (1992), ministro da Previdência e Assistência Social (1995) e atualmente está no Ministério da Agricultura, ou seja, foi ministro do Collor, Fernando Henrique e, hoje, do presidente Lula. É, sem dúvida alguma, um dos grandes nomes do PMDB para fazer parte da chapa presidencial, em parceria com o PT, nas eleições do próximo ano. Afinal de contas, e por questões de representatividade e potencialidade dentro da economia nacional, já está no momento do agronegócio e da agricultura familiar indicar um nome para o Palácio do Planalto. Pela idoneidade, capacidade técnica e experiência adquirida nos cargos públicos que exerceu e ainda exerce, tenho a firme convicção de que o nome deputado Reinhold Stephanes deve fazer parte da agenda do PMDB para 2010. Ter sido chamado para ser ministro dos três últimos presidentes é, indiscutivelmente, um fato inédito e um grande diferencial.

*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio. E-mail: superbox@argo.com.br / thomaz.meirelles@hotmail.com

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