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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Manejo florestal coletivo
INCRA APOSTA NA PROTEÇÃO DA FLORESTA
E GERAÇÃO DE RENDA NOS ASSENTAMENTOS

Humaitá/Canutama, AM - De olho na oportunidade das novas economias com bases sustentáveis, a Superintendência do INCRA no Amazonas, por meio da Divisão de Obtenção de Terras e o Serviço de Meio Ambiente, investirá até o fim do ano, cerca de R$ 220 mil reais em projetos que gerem lucro e protejam os recursos naturais.
De início serão testadas atividade de manejo florestal e produção de mudas para recuperar áreas desmatadas. Os recursos serão aplicados para pagamento de serviços especializados – via contratação direta – para elaboração dos planos de manejo, treinamento das famílias, pagamento das taxas e licenças ambientais e materiais permanentes destinados ao assentamento.
Segundo o Engenheiro Agrônomo e Chefe da Divisão de Obtenção, Ronaldo Santos, “são múltiplas as opções de atividades de baixo impacto e que podem gerar renda nos assentamentos rurais, como alimentos orgânicos e turismo rural, mas estes dependem de tecnologia e treinamento mais sofisticados”.
“No caso do manejo florestal a tecnologia é relativamente mais accessível e é a forma reconhecidamente mais adequada ao uso dos recursos florestais para a Amazônia, com potencial de produzir madeira legalizada para as diversas atividades econômicas”.
O manejo florestal não é uma novidade nos assentamentos, já que pode ser feito por assentados isoladamente, em seu lote, e já há até algumas iniciativas, mas não com o dinheiro do INCRA diretamente. “Muitos assentados, dos projetos antigos, já iniciaram timidamente a prática, mas até agora o órgão não podia investir, pois a idéia é contemplar projetos comunitários – que atendam a mais pessoas – e que primam pelo baixo impacto, o que não acontecia no caso destas iniciativas anteriores”. pontua Santos. Lembrou ainda que, “no Amazonas se destaca a possibilidade de manejar madeira em menores volumes e feita pelas comunidades.
A Superintendente do INCRA no Amazonas Maria do Socorro Marques Feitosa, que aprecia e aprova inteiramente a iniciativa, afirmou: “Estamos iniciando esse processo com áreas piloto e menores, para avaliar o potencial dos projetos, o real retorno aos assentados, se há ou não proteção da floresta e respeitando a lei de licitação. Além disso, não queremos investir somas maiores de dinheiro público sem saber os riscos e os ganhos (ambientais e socioeconômicos). Com os resultados, ai sim, pensamos em ampliar para outros municípios a iniciativa nos próximos anos”- garantiu.
A engenheira-agrônoma  Thaia Souza, do Serviço de Meio Ambiente do INCRA, complementa: “as áreas a serem manejadas serão, ao todo, de dois mil hectares (500 hectares em cada assentamento), na modalidade de manejo de baixo impacto e para comunidades. Ademais, as empresas parceiras nesta iniciativa deverão treinar alguns grupos de assentados. Assim, a estimativa é que ao obter a licença ambiental junto ao IPAAM, em 2011 já tenhamos madeira legal saindo dos nossos assentamentos de reforma agrária”.
As áreas contempladas são: Presidente Figueredo dois projetos de manejo florestal (PDS Morena e PA Canoas), Humaitá (PAE Novo Oriente) e Canutama (PA São Francisco) - um plano de manejo cada; em Iranduba, no PDS Nova Esperança, o INCRA investirá na construção de uma casa de vegetação para produção de mudas. que cinco assentamentos serão testados nesta primeira etapa. “No caso de Iranduba, inicialmente planejamos atender a recuperação da área do assentamento, mas espera-se que os assentados aproveitem a chance para vender mudas futuramente para outros interessados”, completa Ronaldo Santos. No total, o INCRA anuncia que nos cinco assentamentos pelo menos 200 famílias serão beneficiadas com as iniciativas.
ESPERIÊNCIA PIONEIRA
Na última semana, o INCRA começou a colocar em prática essa nova alternativa social e econômica para projetos de reforma agrária, em assentamentos situados municípios de Humaitá e Canutama, na calha do rio Madeira.
Na quinta-feira, o Chefe da Divisão de Obtenção do INCRA-AM, Ronaldo Santos participou de uma oficina no Projeto Agro-extrativista Novo Oriente, no município de Humaitá, onde com a presença de técnicos da empresa ICTAM, vencedora do pregão eletrônico realizado pelo INCRA para a elaboração dos dois projetos de manejo florestal comunitário, de baixo impacto ambiental, com investimentos da ordem de R$ 70 mil para esse trabalho.
O encontro chamado de Oficina de Sensibilização aconteceu na comunidade Vale do Índio com a participação dos assentados interessados no novo projeto, demonstrando interesse e satisfação com a novidade que está sendo levada para os assentamentos pelo INCRA.
José Dias (Bigode, como é conhecido), presidente da Associação dos Produtores Agroextrativistas do Vale do Índio (Aspravi), que angariou apoio de alguns membros da Maçonaria para o projeto, garante que o assentamento viverá novos tempos e começará a construir um futuro mais promissor. “O INCRA está nos dando todas as condições para trabalhar e crescer e a partir de agora, será com os assentados e com certeza vamos trabalhar unidos e fortes para que o manejo no nosso assentamento tenha muito sucesso e a gente melhore um pouco mais de vida” – garantiu.
Ao fazer a apresentação dos visitantes aos assentados, o presidente Bigode elogiou as ações do INCRA e garantiu que os assentados estão otimistas com a chegada do manejo, considerando o fato como “importante para a manutenção da natureza e ainda lucramos alguma coisa com esse tipo de trabalho, aliado a outros que já desenvolvemos no assentamento”.
Ronaldo Santos, explicou os objetivos do INCRA ao levar o manejo para os assentamentos de reforma agrária e coube ao agrônomo Leonir Santos, representante da empresa, explicar de maneira muito didático como será feito o trabalho, despertando inteira atenção da platéia.
No dia seguinte, Santos e a equipe da ICTAM se dirigiram para o PA São Francisco, em Canutama, com o mesmo objetivo onde foi feita uma oficina semelhante, também com fins elucidativos e didáticos, mostrando os benefícios do manejo para a exploração legal da madeira e as vantagens e os deveres de cada assentado, participante do processo, que deverá funcionar de forma coletiva e não individual.
Para o presidente da Associação dos Assentados do PA São Francisco Fernando Rocha, a iniciativa do INCRA com o plano de manejo florestal é importante para abrir novas perspectivas para os assentados e garantiu que vai trabalhar para manter o assentamento unido e focado nesse novo tipo de trabalho: “Essa é a única maneira de auferir lucros com a floresta e aumentar a renda dos assentados, com a exploração legalizada da madeira, é através o manejo, ou seja, da legalização da madeira, saída dos planos de manejo dos assentamentos”- enfatizou.
ATÉ DEZEMBRO
Ronaldo Santos explicou que até o fim de dezembro esses dois projetos deverão estar concluídos e serão entregues para os assentamentos inteiramente liberados e prontos para entrar em atividade, de acordo com as leis ambientais. Cada projeto terá 500 hectares de manejo e a cada ano deverá ser explorados até 500 metros cúbitos de madeira, com a retirada anual de um metro cúbico de madeira por por hectare, saindo do primeiro módulo para o último, o que proporcionará o retorno ao primeiro quando toda a área tiver sido devidamente explorada num prazo de 25 anos, quando o primeiro poderá voltar a produzir madeira certificada. ”Estamos plantando a semente, cabe a partir daí aos assentados os cuidados necessários para que essa semente possa gerar bons frutos” – disse o agrônomo.
Explicou ainda o chefe da Divisão de Obtenção do INCRA-AM, que o trabalho que a empresa já está iniciando, começa pelo chamado censo florestal, inventariando todas as árvores que receberão etiquetas e o valor comercial, além de outros procedimentos técnicos, de acordo com as leis ambientais. Ficou claro, que no futuro, outras áreas poderão ser incorporadas ao manejo, mas com recursos próprios das associações dos assentamentos, que deverão começar a formar um fundo, com a participação de todos, com esse objetivo futuro.
De acordo com o Edital, nesse trabalho a empresa deverá atuar com uma equipe de nove a dez pessoas, com a obrigatoriedade de contratar pelo menos três de cada um dos assentamentos.
No decorrer da Oficina, Ronaldo Santos chamou a atenção dos assentados para outras atividades lucrativas no que diz respeito à manutenção e cuidados com o meio-ambiente. Disse por exemplo, que hoje existe um grande mercado para mudas de árvores nativas de qualidade, o que no seu entendimento, poderá gerar bons lucros para os assentados, desde que o trabalho seja feito com critérios bem estabelecidos e acompanhamento técnico. “Essa também, é uma maneira dos senhores aqui no assentamento ganhar dinheiro sem destruir e ainda ajudar a recompor as áreas degradas das nossas florestas” – finalizou.Fonte: Ascom, INCRA-AM


Um comentário:

Anônimo disse...

Boa noite! Adoramos o insentivo do INCRA nos assentamentos com o Plano de Manejo florestal no AM, nós somos de um assentamento na região do Rio Madeira no assentamento do Jenipapo (PAE), onde nos interessa muito para a nossa comunidade o Manejo Florestal e insentivo do INCRA.