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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

AM tem 122 mil afetados por seca
e 18 municípios em emergência

Portal Terra - Arnoldo Santos

Manaus - A Defesa Civil do Amazonas anunciou nesta terça-feira que 122,6 mil pessoas foram afetadas pela seca do período de vazante dos rios do Estado. Mais sete municípios declararam situação de emergência, subindo para 18 o total de cidades atingidas. São 27,9 mil famílias que moram nas zonas rurais dos municípios, à beira de lagos, nascentes de igarapés e trechos de cursos d'água onde o nível da água já não comporta a navegação. As calhas que registram os maiores problemas com a estiagem são as dos rios Solimões (11 municípios em emergência), Juruá (cinco municípios) e Purus (dois municípios).
Para atender as famílias, o Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec) anunciou um plano de emergência, cuja execução esperava apenas parecer favorável do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), emitido de segunda-feira. A análise foi pedida pelo próprio governo do Estado, diante da situação eleitoral do atual governador, Omar Aziz (PMN), que é candidato à reeleição. O TRE liberou o governo a prestar assistência aos municípios que tenham o decreto de situação de emergência homologado.
Com o apoio logístico das Forças Armadas, que deve fornecer embarcações, veículos e aeronaves, especialmente helicópteros do Exército, o governo pretende distribuir mantimentos e outros materiais às comunidades que já estão isoladas por causa da seca dos cursos d'água. Entre os materiais anunciados, estão kits com filtros especiais para água, materiais de limpeza, medicamentos e cestas básicas.
Prejuízos à produção agrícola
A maior dificuldade é escoar a produção agrícola das comunidades que usam os cursos d'água na época da enchente. Quando o rio está seco, elas ficam praticamente isoladas. Mas, segundo o secretário de produção rural do Amazonas, Ferdinando Barreto, ainda não há motivos para alarme. "Nossa maior preocupação é se essa seca continuar por mais dias, porque esses municípios são abastecidos por Manaus com produtos como carne, ovo, frango congelado. E tudo isso é levado por embarcações", afirmou o secretário.
Dados da secretaria apontam que o Amazonas tem cerca de 250 mil pessoas que realizam alguma forma de atividade agrícola, mas o governo trabalha oficialmente com o número de 90 mil agricultores. "Em algumas comunidades, já existe a falta de água potável. E a gente vê que aqueles produtores que não têm sistema de irrigação são os que mais estão sofrendo. O calor está muito forte e está fazendo com que as plantações ressequem. Tem agricultor que produziu no ano passado 40 mil melancias. Este ano, não deve produzir nem 7 mil unidades porque as melancias não estão aguentando o calor", disse Barreto.
Para diminuir a preocupação do setor agrícola, o Serviço Geológico do Brasil no Amazonas informou, ontem, que o nível da água na região do alto rio Solimões (fronteira do Brasil com Colômbia e Peru) já começou a subir devido às chuvas que começaram a cair nas cabeceiras dos rios. Em Manaus, o serviço de hidrologia do porto ambém registrou a diminuição da média de subida do rio Negro, que era, até semanada passada, de 22 cm por dia. Na sexta-feira, o nível do rio estava em 18,03 m.




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