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segunda-feira, 10 de maio de 2010

BILHETE A ÁLVARO E AOS IRMÃOS MAIA

                                                                                                                *Osny Araújo

Hoje peço licença aos meus leitores para não falar sobre política partidária, como costumeiramente o faço. A permissão é para escrever um bilhete a um grande amigo, um irmão fraterno pela perda irreparável que sofreu, com o sepultamento ontem, nas frias terras do Campo Santo de São João Batista, do corpo do seu patriarca Álvaro Maia Rodrigues de Souza Filho, após ter passado oitenta e três anos na qualidade de terráqueo.
Este bilhete é dedicado ao amigo Álvaro, ao Maia e aos demais irmãos, que não tenho o prazer de conviver, como faço com os dois primeiros citados, muito mais com o Álvaro, que plagiando Erasmo Carlos, posso afirmar que “é um amigo de fé e irmão camarada”.
Preferia estar escrevendo sobre política, das refregas eleitorais que estão a caminho, mas, o dever de amigo, me faz escrever estas linhas de solidariedade ao ilustre irmão, pela grande e irreparável perda.
Falo dessa dor de cátedra, caro amigo e você sabe disso. Testemunhantes, Álvaro, em janeiro do ano de 2007, em mim, quando perdi o meu pai Clovis Ferreira de Araújo, quase no nascedouro da nossa amizade, a mesma dor que testemunhei em ti e teus irmãos ontem, em pleno Dia das Mães, quando nos despedíamos do teu amado e hoje saudoso pai. Por lá, os dois que não se conheciam, já devem ter se encontrado e sabedores da nossa amizade, certamente tornar-se-ão tão amigos quanto nós.
A dor é enorme. O vazio é grande, mas não sei porque, é suportável. Coisas de Deus que não tentarei explicar por absoluta incompetência.
Ontem dizias, que o céu estava em festa com a chegada do “Seo” Álvaro, que tendo nome de Governador e intelectual, vocês sabiamente o tratavam como realeza e o chamam de Dom Álvaro.
Pelo ser humano que foi, pelo pai exemplar, pelo amigo fiel, pelo caráter ilibado e pela probidade com a qual sempre viveu, o comportamento celestial não poderia ser diferente. Teria mesmo que ter festa para recebê-lo e certamente, foi assim que aconteceu, sob os acordes dos clarins dos anjos.
A verdade irmão, é que se foi o homem, mas ficou a sua história. A história de uma vida construída com alicerces éticos e morais, por isso, deixa exemplos maiores a serem seguidos pelos mais jovens que começaram a conhecê-lo, quando já estava próximo de realizar a sua última viagem ocorrida na madrugada de domingo.
Não tive o prazer de conhecê-lo, apenas a oportunidade de em companhia o amigo, lá em sua residência no Japiim, ter tido apenas a efêmera oportunidade de apertar-lhe a mão e tomar um cafezinho, numa visita igual à de médico, mas graças ao G. `.`A. `.D. `.Ú. `.,e viver esse momento e puder apertar algum dia a mão de um grande homem que deixou a terra para entrar na esfera celestial.
Não gosto muito desse papo de morte. Apesar dos problemas diários que enfrentamos por aqui, prefiro andar pelos engarrafamentos e respirar este ar poluído, mas sei, que a única certeza que temos é que se nascemos morreremos e um dia e goste ou não, terei como você e outros, de enfrentar a morte. Só espero que ainda demore um bom tempo. É aquela velha história, com a qual os espíritas não concordam: Se a morte for um descanso eterno, prefiro viver cansado.
O certo Álvaro, Maia e demais irmãos, netos, noras e genros, é que Dom Álvaro, viveu todos os ciclos da vida de forma muita intensa, segundo depoimentos por mim colhidos. .Ele passou pela vida para ser notado pela sua postura e comportamento, vivendo intensamente com força, determinação e alegria.
Dom Álvaro cumpriu com galhardia todas as etapas da vida terráquea, nasceu, cresceu, multiplicou e morreu. Hoje, certamente já reencontrou a sua amada, D. Lacy, que certamente o esperava vaidosa para a grande festa celestial.
Nascido em Barreirinha, viveu em Parintins e Manaus. Aposentado do Estado manteve a família com dignidade, repassando aos filhos e netos, todos os valores morais de alguém que sempre viveu com dignidade e respeito e certamente, os frutos foram colhidos, pela grande e exemplar família que construiu. Família que ele deixa como legado para dar continuidade a sua obra de só fazer coisas corretas e salutares.
O legado que Dom Álvaro deixou é muito grande e precioso é com emoção e orgulho que afirmo privar da amizade de alguns desse clã.
Acho que a maneira como trilhou a sua vida, combatendo o bom combate com sabedoria e altivez, é o maior exemplo de como a vida deve ser vivida. Esse exemplo ele deixou para os seus familiares e amigos mais próximos.
Força amigos, o bálsamo celestial aliviará as dores de vossos corações como aliviou do meu e tenham a certeza de que, se foi o homem, mas ficou a sua história, o seu legado e os seus exemplos.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

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