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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Trimestre é marcado pelo início da
estação chuvosa na Amazônia Legal

Com informações do Sipam
Manaus - O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) divulga ontem ( 8 ), o boletim com a previsão climática para o próximo trimestre (novembro, dezembro e janeiro) na Amazônia Legal. A previsão é de início da estação chuvosa em grande parte da região, com os máximos pluviométricos no sentido noroeste-sudeste, com aumento gradativo dos índices de precipitação no sul e sudeste do Amazonas, Acre, Rondônia, sul dos estados do Pará e Tocantins, e estado do Mato Grosso, especialmente no final do trimestre, quando tornam-se mais freqüentes os episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (sistema típico de verão na América do Sul, com persistência de uma banda de nebulosidade orientada no sentido noroeste-sudeste, que prolonga-se até o oceano Atlântico, transportando umidade da Amazônia para o Sudeste do Brasil).
Ainda segundo o boletim, a climatologia de chuva mostra que os mínimos de precipitação (abaixo de 100 mm) concentram-se no nordeste e norte da região, com precipitação inferior aos 50 mm mensais no extremo norte do Maranhão e abaixo de 100 mm na costa do Pará, estado do Amapá e norte de Roraima. No entanto, a partir de dezembro as chuvas no Amapá, Pará e Maranhão aumentam gradativamente em virtude do deslocamento da Zona de Convergência Intertropical em direção ao Hemisfério Sul.
“A previsão para os próximos três meses é de que as chuvas poderão ocorrer acima dos padrões climatológicos no norte, centro e leste do Amazonas, áreas que abrangem a calha dos Rios Negro, Amazonas e Solimões. E nas demais áreas, a previsão é de chuvas dentro dos padrões climatológicos”, informou a meteorologista Ana Cleide Bezerra, do Centro Regional do Sipam de Manaus.
De acordo com a meteorologista, a partir do final de setembro as chuvas começaram a ocorrer no sul e centro da Amazônia, favorecidas pela entrada de sistemas frontais no sul da Amazônia, sistemas estes que favorecem a formação de áreas de instabilidade que provocaram pancadas de chuvas fortes acompanhadas de trovoadas nos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e porção sul dos estados do Amazonas, Pará e Tocantins. “Acredita-se que até o final de novembro, com sistemas frontais atingindo com mais freqüência o sul da região, as áreas que ainda estão com deficiências de precipitação voltarão ao comportamento normal das chuvas”, disse Ana Cleide.
Para o próximo trimestre a previsão das temperaturas para o estado do Amazonas é de que se apresentem acima dos padrões climatológicos, apesar da estação chuvosa e as ocorrências de chuva tornem-se mais freqüentes, a temperatura sofre uma ligeira queda pela ocorrência da precipitação, no entanto, logo depois do evento, a temperatura volta a elevar-se.Quanto a maior seca dos últimos anos, a meteorologista também informou que as anomalias de precipitação em diversas áreas da Amazônia podem ser associadas às anomalias da temperatura das águas superficiais oceânicas próximas a linha do Equador.
“Águas aquecidas no Oceano Pacífico Tropical Leste (próximas à costa do Peru, fenômeno denominado El Niño) estão associadas à redução da precipitação em áreas da Amazônia, da mesma forma que águas mais aquecidas na porção Norte do Oceano Atlântico (gradiente inter-hemisférico) também estão associadas à redução da precipitação em áreas da Amazônia. No final de 2009 e início de 2010 foi possível observar estes dois fenômenos ocorrendo de forma simultânea. O que pode ter concorrido para a drástica redução dos volumes de chuva e por consequência dos níveis dos rios em grande parte da região”, informou Ana Cleide.
Segundo o meteorologista do Centro Regional de Belém Márcio Lopes, no mês de outubro, o centro de alta pressão, que inibiu a precipitação no centro do Brasil, já não foi mais observado. Com o final desse sistema de bloqueio atmosférico, os sistemas frontais passaram a adentrar mais no continente, e em alguns momentos influenciando as condições de tempo sobre o estado do Tocantins, toda a parte sul e leste do Pará, além da porção sul e oeste maranhense, causando instabilidade atmosférica e favorecendo a incidência de pancadas de chuva, trovoadas associadas e rajadas de vento.
"Tomando como base as análises de dados observacionais, prognósticos de modelos numéricos, e ressaltando a continuidade dos padrões de aquecimento das águas superficiais do Atlântico tropical norte, bem como o resfriamento do Pacífico equatorial, espera-se para o trimestre (novembro, dezembro e janeiro), que as chuvas ocorram acima dos padrões climatológicos no estado do Amapá, centro-norte do Pará e na costa do Maranhão. Nas demais áreas, a previsão é que as chuvas fiquem dentro da normalidade. Com relação as temperaturas, a previsão é de variações ligeiramente acima da média no estado do Tocantins, extremo sudeste do Pará e sul do maranhão, onde serão esperadas temperaturas máximas em torno de 1°C superior à climatologia. “Nas demais regiões da Amazônia oriental, os padrões de temperatura deverão oscilar dentro da normalidade" complementou Márcio Lopes.
Para Rondônia, Acre e nas regiões oeste e sudoeste do Mato Grosso o trimestre será de chuvas acima dos padrões climatológicos. “Depois de um período de estiagem intenso, estamos entrando em nosso inverno amazônico. As chuvas agora estão cada vez mais constantes e ficarão entre normal a ligeiramente acima da média”, revela Luiz Alves, meteorologista do Sipam em Porto Velho. Segundo Luiz, esse aumento acima do normal no índice pluviométrico se dará pela influência do fenômeno La Niña, que resfria as águas do Pacífico Tropical e altera o padrão de circulação do ar, causando mais precipitação nessa porção sudoeste da Amazônia, sobretudo a partir de dezembro. As temperaturas também sofrerão acréscimo. A partir de novembro, os termômetros ficarão acima da média em todo o o Acre, Rondônia e Mato Grosso.








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