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domingo, 21 de novembro de 2010

O POLVO ARMA OS SEUS TENTÁCULOS

                                                                      *Osny Araújo

Nenhuma novidade em se tratando do PMDB, um partido fisiologista, que mesmo sem dominar inteiramente o Poder vive à sua sombra como um polvo, sempre com os seus tentáculos armados e prontos para o ataque, sob o comando de velhos articuladores e caciques políticos, agora liderados pelo vice-presidente eleito Michel Temer e pelo presidente do Senado, José Sarney, uma raposa velha no seio da política brasileira.
O fato é que após os primeiros passos dados pela Comissão de Transição, os líderes do PMDB, presidido pelo atual presidente da Câmara dos Deputados e eleito vice-presidente da República Michel Termer, o partido se sentiu meio de escanteio no processo de transição comandado pela presidente eleita Dilma Rousseff e articulou a criação do blocão, que caiu como uma bomba no colo do Palácio do Planalto, especialmente no do presidente Lula.
Sabendo do fato, Lula se irritou, perdeu a calma e partiu com o seu jeitão para o fronte e de cara conseguiu excluir do bloco o PP e o PR, deixando a facão apenas com o PMDB e PSC, diminuindo o seu poder de fogo que contaria de cara com mais de 230 deputados, o que certamente asseguraria pelo blocão a presidência da Câmara dos Deputados, que continua sendo um sonho do polvo PMDB.
Meio na parede, o vice Michel Teme, o manda-chuva do PMDB reuniu com a presidente Dilma Rousseff e tentando reverter a incomoda situação criada com o surgimento desse bloco político, quase uma dissidência aliada, arquitetada pelo seu partido, disse que vai trabalhar para reverter à situação e incluir o PT no processo, considerando que o blocão não trabalhará com o método de exclusão.
Isso significa dizer, que o presidente Lula estava errado quando disse que o blocão ia ser criado, mas não foi. O fato, é que ele existe e deverá dar muito dor de cabeça a presidente Dilma na formação do ministério e na distribuição dos outros cargos importantes do Governo primeiro e segundo escalões e nos estados.
Depois disso, a presidente Dilma reuniu com os petistas e num discurso emocionado de agradecimento ao partido, aos seus militares, ao presidente Lula e alinhados, chorou e pediu a união de todos para tornar possível a governabilidade do País. Garantiu que as articulações políticas, como é natural, serão feitas, mas dentro de critérios estabelecidos onde prevaleça a competência e não apenas o fato de ser aliado ou não. Disse também, que as mulheres terão grande participação no seu Governo.
Pelo andar da carruagem, a presidente eleita do Brasil deverá anunciar lá para a banda do dia 15 de dezembro o seu ministério, ou pelo menos alguns dos seus principais ministros, sendo que dois já estão mais ou menos certos. Guido Mantega, que deverá ser mantido no ministério da Fazenda e Antonio Palocii, que deverá ocupar um cargo importante dentro do Palácio do Planalto, que poderá ser a Casa Civil. O certo, é que Palocci será ministro.
O polvo ao que parece, deu uma recuada estratégica após a imediata intervenção do presidente Lula, mas, não se iluda que os tentáculos desse partido que não sabe viver sem as asas do Poder, mesmo sem ser a muito tempo o protagonista maior, continuarão afiados e prontos para o bote. É bom não dar mole para o molusco, senão o bicho pega.
Isso foi apenas o primeiro round de como será a briga de foice que deverá ser travada dentro do Governo entre o PT e o polvo PMDB, agora, com a vice-presidência mais forte do nunca e ainda deverá brigar muito, para manter os cargos que conquistou ao longo do Governo Lula e as presidências das duas casas do Congresso Nacional.
Com relação aos assédios que o PT e a própria presidente Dilma está tendo por parte de aliados da campanha, querendo cargos no primeiro escalão do Governo, vale lembrar apenas a título de ilustração, como o ex-presidente do regime militar João Batista Figueiredo, conseguia driblar os “postulantes” e ainda ficar de bem com todos. Os postulantes questionaram Figueiredo o que responder quando eram indagados se seriam ou não ministros e a resposta foi clássica e muito simples. “Diga que você foi convidado e não aceitou e eu confirmarei a versão”. Por hoje é só, mas cuidado com o polvo.
Na verdade, PT e PMDB, devem ter a consciência, que a única maneira dois partidos terem sucesso é trabalhar juntos, com um só objetivo, o de fazer o bem pelo Brasil e seu povo.(Com postagens simultâneas nos sites Noticianahora, Tadeudesouza, Amazonianarede e blog Jornalismo Eclético).

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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