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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

COMEÇOU A TRANSIÇÃO


                                                                                   *Osny Araújo


A presidente eleita Dilma Roussef (PT), saiu uns dias de Brasília para um justo e merecido repouso após uma árdua campanha eleitoral onde levou a melhor sobre o “tucano” José Serra, mas, a transição, que deverá ser bem tranqüila, pois se trata do mesmo partido e da candidata do presidente Lula, já começou sob o comando do peemedebista Michele Temer, doutor em política, presidente da Câmara dos Deputados e eleito vice-presidente da República, tendo do outro lado o petista, José Eduardo Dutra, presidente do PT e outro pós-graduado em política.

Enquanto a chefa descansa, a equipe comandada por Temer e Dutra, que mais uma vez contará com a participação de Palocci, que comandou essa missão para o Governo Lula, de quem mais tarde foi ministro da Fazenda, trabalha.

O presidente Lula, (o criador) que se prepara para mais uma viagem ao exterior em defesa dos interesses nacionais, deverá deixar a Casa bem arrumada para Dilma (a criatura) e dessa forma, possa iniciar um Governo tranqüilo, com as cosias caminhando no trilho, uma vez que se tratará da continuação de um programa de Governo que vem sendo tocado por Lula, do qual a presidente eleita participou ativamente, logo, tem amplo conhecimento de causa de todas as questões.

Por tudo isso, entendo que o processo de transição será tranqüilo, ficando o grande abacaxi para a própria presidente resolver, a começar pelas articulações políticas com os próprios aliados, que são muitos e todos ávidos por cargos no primeiro e segundo escalões do Governo. A presidente, terá de usar muito jogo de cintura para contornar essa situação que se avizinha e certamente, não será nada fácil.

Na primeira entrevista coletiva à grande imprensa que prestou ao lado do presidente Lula, a futura inquilina do Palácio do Planalto, foi simpática com os jornalistas, respondeu a todas as perguntas demonstrando competência e firmeza nas suas afirmações. Vamos ver na prática como será o seu comportamento.

Falou da importância da liberdade de imprensa, da continuação e ampliação da política externa brasileira, dos cuidados que deverá ter com a saúde, educação e segurança especialmente com a economia, dando ênfase a delicada questão dos juros e do cambio, com este devendo permanecer flutuante.

Falou do trabalho que o Governo desenvolverá em favor dos menos favorecidos, da criação de mais emprego, da geração de renda e dos cuidados para que o desenvolvimento nacional não prejudique a sustentabilidade.

Sobre o apoio político no Legislativo, a futura presidente teve bem mais sorte que Lula. O atual presidente viveu momentos difíceis para conseguir pares no Legislativo para que o País pudesse ter governabilidade, especialmente no Senado onde a oposição sempre foi bem mais forte que na Câmara dos Deputados.

Entendo que o grande perigo do futuro Governo, está na grande força que o PMDB ganhou entregando a vice-presidência da República ao deputado Temer. Como se sabe, o PMDB é um partido que sempre viveu à sombra do Poder e com muita barganha, tanto é que hoje ele tem vários ministérios e ainda comando as duas Casas Legislativas.

Dilma, esta fora desse pesadelo, considerando que os aliados do futuro Governo representam maioria no Senado e na Câmara, o que deixará a presidente bem à vontade para aprovar os seus projetos, inclusive de reformas à Constituição, pela ampla maioria que manterá no Legislativo, coisa que Lula lutou com muitas dificuldades e por isso, precisou fazer várias negociações, algumas, até contrariando a sua própria vontade.

Entregando a vice-presidência da República ao deputado Temer, o PMDB torna-se ainda muito mais forte. Como se sabe, o PMDB é um partido que sempre viveu à sombra do Poder e com muita barganha, tanto é que hoje ele tem vários ministérios e ainda comando as duas Casas Legislativas. Com o PMDB todo cuidado é pouco e quem avisa amigo é.(Publicação simultânea nos sites: Noticianahora, Amazonianarede e Tadeudesouza)

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br

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