Pesquisar este blog

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CABO-DE-GUERRA POR CARGOS


                                                                                                                   *Osny Araújo

Terminou a eleição, a candidata petista Dilma Rousseff venceu e agora tem início uma parte delicada da política, onde entram mais uma vez em cena os partidos aliados, que ajudaram na vitória e no Amazonas, foi arrebatadora.

Ninguém se engane. A posse de Dilma na sucessão do Governo Lula só acontecerá no dia 1º de Janeiro de 2011, mas a disputa pelos quase vinte cargos federais de comando no Amazonas já começou e os partidos aliados, já iniciaram uma batalha interna, envolvendo o próprio PT, objetivando a conquistas de cargos, fato natural em todo início de Governo, pelo menos, no Brasil a coisa funciona assim.

O interessante é que o problema não está restrito ao Governo Federal. Omar Aziz, reeleito governador com uma grande base aliada no Estado, terá o mesmo problema para resolver, talvez, até com maior intensidade, considerando que o número de cargos em disputa pelos aliados é bem maior.

Ninguém precisa ser adivinho para saber que a maior fatia desses cargos, nas duas esferas, deverá mesmo ser abocanhada pelo PMDB, partido liderado no Estado pelo ex-governador e hoje senador eleito Eduardo Braga, responsável direto pela vitória de Aziz, logo, a maior fatia na distribuição desse bolo político deverá ser mesmo para os peemedebistas.

No Governo Lula, por exemplo, o PT ficou responsável pelos comandos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Delegacia Federal do Ministério da Reforma Agrária, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, do órgão da Pesca e Aqüicultura e com forte influência nas nomeações para as chefias da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos, do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional. Os partidos aliados ficaram com o resto desse bolo, que às vezes poderá provocar até uma grande digestão.

Dizem os caciques políticos, que em se tratando de política só duas operações aritméticas devem sem realizadas – somar e multiplicar, mas neste momento em que vivemos, essa regra é quebrada e entra em ação da divisão, dessa forma, das quatro operações só mesmo a subtração fica de fora, até porque, nenhum partido aliado aceitará a diminuição dos cargos que entendem ter direito pelo trabalho desenvolvido durante a campanha eleitoral.

Seguindo a lei natural das coisas, nessa briga pelo Poder, os partidos fortes, sempre levam vantagens sobre os pequenos, os considerados “nanicos”, que são obrigados a concordar com a distribuição para não correrem o risco de ficar sem nada. Dos males o menor.

Essa é a nossa política. É assim que funciona a política brasileira, fato que já virou cultura no processo. Até ara conseguir governabilidade, ou seja, manter maiorias nas casas legislativas, o Partido que encabeça a eleição vitoriosa precisa fazer composições, às vezes até mesmo com alguns adversários e em troca de alguns carguinhos ou outros favores, conquistar apoio no Legislativo e com isso, melhorar o trânsito dos projetos do Governo e com isso, mais facilidades para aprovação. Coisas de política e não adianta alguém falar o contrário que não conseguirá nada.

A sorte está lançada. Os partidos aliados, tanto lá como cá, já estão praticando “cabo-de-guerra”, com um puxando pra lá e outro pra cá. O importante é não deixar a corda quebrar. Aí, a vaca vai pro brejo.

Vamos torcer, para que nessa composição, ou melhor, nessa salada política, as escolhas para os cargos nas duas administrações sejam feitas pelo menos com um mínimo de critério, colocando pessoas capacidades nos comando desses órgãos públicos, a final, a sociedade não tem nada a ver com essa prática, que na maioria das vezes só prejudica as ações de Governo, através de idéias e projetos que os partidos aliados nem sempre atuam de forma homogênea, embora nos palanques concordem com tudo.

O que a sociedade quer e deseja, é que se “cabo-de-guerra”, natural na formação de Governo, ocorra da melhor maneira possível. Para a sociedade, essa briga não interessa. O que interessa é que as promessas de campanha sejam cumpridas e nada mais.(Postagem simultânea nos sites Noticianahora, Amazonianarede, Tadeudesouza e jornalismo Eclético)

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

Nenhum comentário: