Volume da produção madeireira na
Amazônia cai pela metade em 11 anos
Em 2009, cerca de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora foram produzidos, contra 28,3 milhões em 1998, o que significa diminuição de praticamente 50%. Em 2004, o volume foi de 24,5 milhões de metros cúbicos. A análise foi feita com base em entrevistas em 846 madeireiras (38% do total da região).
De acordo com os autores do relatório, divulgado nesta quinta-feira (10), há três motivos principais para a drástica queda entre 2004 e 2009.
Em primeiro lugar, vem o fato de a madeira tropical estar sendo substituída por outros produtos, como forros de PVC, esquadrias de alumínio, e fôrmas de metal usadas na construção civil.
Também o MDF, feito a partir de madeira replantada, vem sendo mais utilizado pela indústria moveleira. Outro fator importante, aponta o relatório, foi o aumento na fiscalização da extração ilegal de madeira na Amazônia, especialmente a partir de 2005, com a criação do Plano de Combate ao Desmatamento. Some-se a isso a crise econômica internacional de 2009, que afetou as exportações. O número de empregos no setor caiu de 353 mil, em 1998, para 203 mil, no ano passado.
Em 2009, o levantamento identificou 2.226 empresas madeireiras em funcionamento na Amazônia Legal. Essas empresas extraíram em torno de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora - o que equivale a 3,5 milhões de árvores.
Cerca de 47% desse material foi extraído no Pará, contra 28% de Mato Grosso e 16% de Rondônia. O resto veio do Acre e do Amazonas (3% cada), seguidos de Amapá, Maranhão e Roraima (com cerca de 1% cada um). Não houve produção significativa no Tocantins.
Receita Bruta
A receita bruta estimada do setor madeireiro em 2009 foi de cerca de R$ 4,94 bilhões. O processamento dos 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora resultou na produção de 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira processada. A maioria (72%) tem baixo valor agregado (ripas, caibros, tábuas e similares). Outros 15% foram transformados em madeira beneficiada com certo grau de agregação de valor (pisos, esquadrias, madeira aparelhada). O restante (13%) virou madeira laminada e compensada. Isso leva a um rendimento médio de processamento de 41%.
Em 2004, fatores como câmbio favorável e o aumento da demanda por madeira
amazônica no mercado europeu, norte-americano e asiático fizeram a proporção de madeira amazônica exportada chegar a 36%. Em 2009, porém, a parte que foi mandada ao mercado externo caiu para 21%. Dos 79% que ficam no mercado interno, São Paulo é o maior estado consumidor. (P.Amazonia)
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