Agronegócios
Governo divulga Plano Agrícola
e Pecuário 2010/11
e Pecuário 2010/11
*Thomaz Meirelles

Pacote inclui programa ecológico
A assessoria de comunicação da Federação de Agricultura do Paraná divulgou nota fazendo alguns comentários a respeito do novo plano. São eles: O principal destino dos recursos do plano safra continuará sendo o custeio e a comercialização, que passam a contar com R$ 75 bilhões, 14% a mais que no ciclo 2009/10. A novidade entre os programas foi a criação de uma linha de investimento para redução das emissões de gases na atividade agrícola, o Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Com a iniciativa, o Brasil vai cumprir parte das metas que assumiu em Copenhage (Dinamarca) em dezembro, durante a conferência mundial sobre mudanças climática. Com R$ 2 bilhões na primeira edição e limite de R$ 1 milhão por produtor, o ABC tem condições de pagamento melhores que as demais linhas de investimento, a começar pelo juro de 5,5% ao ano. O produtor tem carência de três anos para pagar, num prazo total de 12 anos. Podem ser financiadas atividades como a implantação de sistemas produtivos que integram lavoura, pecuária e floresta ou o plantio direto na palha. “O volume de recursos é bom. Estávamos esperando um programa específico para recuperação de áreas do Arenito (Noroeste do estado). Agora, essas áreas poderão ser recuperadas com o ABC”, disse o gerente técnico e econômico das cooperativas do Paraná, Flávio Turra. O plano prevê R$ 18 bilhões para programas de investimento, valor 29% maior que o do ciclo passado. A manutenção dos preços mínimos também é apontada como “o lado bom” do pacote. Apesar de as cotações estarem caindo, o governo continuará usando os patamares atuais de referência em operações de aquisição ou pagamento de prêmio para escoamento. Os recursos do Plano Safra devem ser liberados a partir de agosto.
Busca em bancos
Os R$ 100 bilhões vão suprir cerca de 25% da necessidade de crédito do ciclo 2010/11, estimou o economista Pedro Loyola, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Segundo ele, produtores continuarão tendo de buscar dois terços dos recursos nos bancos e nas tradings (incluindo sistemas de troca de produto por insumo). E por falar em banco, lembro que, no Amazonas, com sua imensa geografia e o baixíssimo número de bancos oficiais, a peregrinação do nosso produtor rural ao crédito continuará sendo tarefa das mais difíceis.
Crédito e cotação
A necessidade de crédito teria crescido num ano de produção recorde. “O problema é que o câmbio desfavorável reduziu a renda dos produtores”, aponta Loyola. Um estudo da Faep mostra que a cotação média do dólar ante o real entre janeiro e maio caiu 19,8% de 2009 para 2010 e que isso fez com que as cotações internas dos grãos fossem reduzidas bem mais do que as internacionais. A soja recuou 4% na Bolsa de Chicago e 27% no Paraná. No milho a diferença foi de 5% para 18% e no trigo, de 10% para 17%, aponta o relatório da Faep. O produtor está arrecadando menos e enfrenta problemas para quitar as dívidas que se acumulam desde 2004, afirma Loyola. O endividamento do setor está aumentando também na percepção de Turra. Os últimos números oficiais, divulgados ano passado, indicavam dívida acumulada de R$ 70 bilhões. Do total do plano, R$ 2,4 bilhões serão destinados para que produtores de etanol invistam em estocagem de álcool, em uma linha de crédito operada pelo BNDES com juros de 9% ao ano. O ministro da Agricultura lembrou que os recursos a juros menores para o setor devem contribuir para diminuir as oscilações de preços do produto nas bombas dos postos.
*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio e escreve semanalmente neste endereço. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com
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