RELIGIÃO OU PARTIDOS POLÍTICOS?
Não acho legal quando as religiões se metem em política partidária, funcionando como comitês eleitorais e até com bancadas parlamentares nas casas legislativas. Não apenas na minha que sou católico, mas também nas chamadas religiões evangélicas, vejo a necessidade de participação na vida política, mas de forma filosófica ou científica, falando de comportamento, ética, compromissos dos candidatos para com a sociedade e até mesmo, orientando como votar bem, desde que não sejam mencionados nomes de candidatos, partidos políticos ou ideologias.
Entendo essa preocupação como interessante e necessária, a final, todos nós, de todos os seguimentos e credos somos envolvidos direta ou indiretamente pela política e a participação da Igreja, ou melhor, das igrejas, está na orientação de como se deve votar, demonstrar a responsabilidade do eleitor e não fazendo criticas veladas e diretas e partidos políticos, acusando e defendendo determinados candidatos e pregando ideologias. O que as religiões devem pregar, é o Evangelho e ponto final e deixar de lago a política partidária para os partidos.
Antes de elaborar este artigo, tive a preocupação de além da minha Igreja, a católica, de visitar algumas chamadas igrejas evangélicas e confesso que saí de lá decepcionado com os cultos, onde o nome de Deus é pregado em vão, onde o interesse político e pecuniário é evidente e o pior, é que os oradores, pois me recuso a tratá-los como pastores, falam como se fossem os donos absolutos da verdade, ou seja, tentam mostrar para os fanáticos fies que estão ali, que realmente estão pregando em nome de Deus.
O que posso afirmar, depois das observações que fiz e das conversas que venho mantendo com alguns evangélicos, é que essas religiões, funcionam como instituições políticas e até comerciais, com os benefícios legais, contidos na Constituição e ainda utilizam o nome de Deus em vão, atacam profundamente os sentimentos dos desesperançados, fazem uma espécie de lavagem cerebral e com isso, conseguem altos recursos financeiros para as suas igrejas e eleitores para as chamadas bancadas evangélicas.
Sei que este artigo irá desagradar a muitos, mas não poderia ser diferente. É preciso que a sociedade, especialmente os mais humildes e desesperançados, não se deixem levar pelas palavras de falsos profetas, prometendo o que eles jamais cumprirão, por absoluta incompetência de realizar o prometido.
Se eles, os pastores podem tudo, porque será que não resolveram os problemas do nosso trânsito, da falta de habitação para os pobres, do desemprego e tantos outros problemas. Eles falam tanto em milagres, porque será que não ocorrem nessas áreas.
É preciso que as Igrejas, falem de política de maneira generalizada e ampla e não se transformem em palanques eleitorais para fortalecer as chamadas bancadas evangélicas, até porque, todas as religiões, todos os cristão, são regidas pelo Evangelho, logo, todos somos evangélicos, católicos ou não.
Igreja é Igreja e religião não é partidos político e os fiéis, mais fanáticos que fies, não podem ser induzidos a erros apenas para satisfazer ao que a Igreja diz ser o certo e a vontade de Deus, segundo anunciam em alto e bom som os falsos profetas.
É salutar falar nas Igrejas sobre as graves questões sociais que existem no município, no Estado, no País e no mundo e as orientações, devem existir sim, mas falando das qualidades que os candidatos devam possuir, de como os partidos políticos devam se comportar, mostrar os caminhos para se reconhecer uma boa candidatura e não ditando nomes ou partidos, como infelizmente ocorre. A verdade, é que tem pessoas que falam como Deus e agem como o diabo. Cuidado.
Nas Igrejas, preste atenção no Evangelho e não se deixe levar por falácias de quem se arvora em dizer que está falando em nome de Deus. Isso cheira a blasfêmia e os tornam, pessoas sem vontade própria, sem poder de decisão e tudo, como medo de Deus porque o pastor falou e tudo tem que ser feito conforme a sua vontade, se não vem o castigo e isso os torna pessoas frágeis e sem vontade própria e poder de decisão, votando muitas vezes em pessoas literalmente desconhecidas e incapazes de um cargo outorgado pelo povo e tudo isso, só porque o pastor ou o padre, “falando em nome de Deus” , como se isso fosse possível, disseram que fulano de tal é o cara. Pura balela e uma enorme exploração da fé em nome de Deus.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
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