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quarta-feira, 9 de junho de 2010

A REBELDIA DOS COMPANHEIROS

                                                                                                                         *Osny Araújo


Desde o momento em que o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) candidato à reeleição, que teria um acordo com o presidente Lula para apoiar Alfredo Nascimento (PR) ao Governo do Estado, para dar força à candidatura a reeleição do governador Omaz Aziz, o Partido dos Trabalhadores, presidido no Amazonas pelo ex-senador João Pedro, começou a ficar dividido e os petistas não falaram mais a partir daí, a mesma língua.
Interessando mais do que ninguém na eleição do senador Alfredo Nascimento, de quem é suplente no Senado, o presidente do PT no Estado, João Pedro, tentou agrupar os petistas num barco só, mas isso parece não ter sido possível para o Partido que mantém um grande número de companheiros em cargos de confiança no Governo do Estado, inclusive comanda a liderança do Governo na Assembléia, sob a responsabilidade do deputado Sinésio Campos, que pensa em alçar vôo rumo a Câmara Federal.
Quem conhece um pouquinho o PT, sabe que é um partido cheio de tendências, cada uma pensando diferente e as discussões em torno de posicionamentos políticos, sempre foram muito acirradas, com discussões acaloradas, mas no final, a democracia sempre vencia – ou seja, a decisão da maioria era seguida e o partido marchava coeso em torno dos seus projetos políticos.
Não sei o que mudou. Se a filosofia do Partido ou o modo de pensar de seus militantes e filiados, que não estão mais respeitando o pensamento da maioria, provando rachas, o que certamente o enfraquecerá eleitoralmente.
No último fim de semana os petistas do Amazonas, sob o comando de João Pedro reuniu e de acordo com a vontade da maioria, o martelo foi batido. A ordem foi para que os companheiros deixem os seus cargos no Governo do Estado e todos marchem com a candidatura de Alfredo Nascimento, que conta com o apoio do presidente Lula, mas parece que a batida do martelo não ecoou e a decisão partidária não será seguida por vários companheiros rebeldes, que já anunciaram que deverão permanecer em seus cargos e no Governo, o que contraria a determinação partidária e deixa o partido literalmente dividido.
Para o PT, a eleição de Nascimento será benéfica até a nível nacional, considerando que o Partido ganharia uma vaga titular no Senado, com o retorno de João Pedro e de quebra, o PR, ainda perderia um senador, no caso, o próprio Alfredo Nascimento, que após as eleições ainda terá mais quatro anos de mandato.
Os companheiros rebeldes não pensam dessa maneira, e ao que tudo indica, mesmo ameaçados de expulsões e outras penalidades, prometem cerrar fileiras em favor da candidatura de Aziz, tornando o partido mais fraco e fugindo das suas raízes filosóficas, onde apesar das discussões e discordâncias em determinados momentos, a vontade majoritária, ou seja, a democracia sempre prevalecia na fantástica história desse partido, que parece começar a tomar novos rumos, igualando-se aos demais desde que assumiu o poder.
Como o ex-senador João Pedro é um político habilidoso, ainda a tempo para que as coisas voltem aos seus devidos lugares e o PT possa marchar coeso em torno de uma só candidatura, sem fracioná-lo. Essa divisão politicamente não será salutar para a agremiação que está sonhando em eleger dois deputados para a Câmara Federal, através das indicações do Francisco Praciano e de Sinésio Campos que tentará trocar a Assembléia Legislativa por uma vaga de deputado na Câmara Federal, o que certamente será vantajoso para o partido que será encorpado na sua representação federal pelo Amazonas.
A Copa do Mundo vai começar, os ânimos ficarão mais festivos, cresce o espírito democrático e como o prazo dado pelo partido para que os petistas deixem o Governo só termina no dia 17, ainda há muito tempo para uma reflexão e tomada de posição.
Se prevalecer o comportamento do PT de outrora, essa caminhada acontecerá. Agora, se as coisas mudaram, esse princípio democrático será quebrado e aí, teremos dois PTs, um pro Nascimento e outro pro-Omar e ninguém saberá dizer qual dos dois será o mais autêntico, além de deixar uma grande mancha na bonita história do Partido que nasceu no ABC paulista sob a liderança maior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros baluartes e históricos companheiros.
A todos um bom início de Copa do Mundo e que possamos está no jogo final para ganhar mais um caneco ou seja, o hexa.
Bola pra frente Brasiiiiilllll !!!!

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

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