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segunda-feira, 30 de maio de 2011

O CARISMÁTICO ‘BOMBEIRO’ LULA


                                                                                                                             *Osny Araújo

A falta de jogo de cintura, ingrediente necessário em uma carreira política longa e vitoriosa, o que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem de sobre e falta na presidente Dilma Rousseff, está deixando o clima em Brasília meio nebuloso e cheio de instabilidade, produzindo um certo desconforto na chamada base aliada do Governo.

O fato, é que dia a dia fica mais aparente a fragilidade do modo de tratar política da presidente e isso já começa a ser vista com certa desconfiança por interessantes aliados e até por alguns companheiros do próprio PT, que começam a se achar sem espaço dentro do próprio Governo.

Para não deixar o barco naufragar envolvido com um princípio de incêndio, desembarcou na semana passada em Brasília um senhor carismático, um bom papo, informal e experiente, na verdade um baita de um político, para dar uma de “bombeiro” conter o incêndio e salva a nau governista de um naufrágio político.

Esse senhor político, com todos esses predicados, é nada mais, nada menos do que o ex-presidente Lula. Tão logo desembarcou na capital federal Lula foi para o front e trabalhou para evitar grandes e graves problemas para o Governo envolvendo a própria força aliada.

Lula, no desempenho desse seu novo e importante papel, uma espécie de conciliador, conversou também com a turma do PT, deu pitos em alguns companheiros e conselhos a outros e foi ao encontro de aliados, filiados aos demais partidos que dão sustentação política ao Governo no Congresso Nacional.

Nessa lavagem de roupa suja, Lula ouviu petistas e aliados e foram muitas as críticas e descontentamentos apresentados em relação à maneira que a presidente Dilma tem de fazer política e de tratar com políticos, até pela falta de um dialogo mais freqüente e aberto com a base governista. Ao que parece, os aliados querem um pouco mais de consideração.

Não é segredo que politicamente o Governo enfrenta alguns problemas, a começar pelo volumoso corte no Orçamento que desagradou a Deus e ao mundo nas mais diferentes regiões do País. Em seguida, houve um certo desgaste do Governo em relação ao novo e polêmico Código Floresta aprovado pela Câmara, mas que ainda deverá produzir muita polêmica quando for apreciado pelo Senado.

Esse rosário de problemas chega ao Palácio do Planalto, mais precisamente na Casa Civil, com o todo poderoso ministro-chefe Antonio Palocci metido numa grande confusão e o Governo tenta por todos os meios para brindar Palocci que foi o coordenador da campanha eleitoral da presidente Dilma e é quem dá as cartas políticas no Governo uma vez que o ministro da Articulação Institucional Luiz Sérgio é figura praticamente nula dentro do Governo e sem crédito junto aos aliados. Palocci é o cara.

Outro ponto polêmico em que se envolveu o Governo, diz respeito a questões culturais e após muitas críticas, a presidente recuou e sepultou uma péssima idéia arquitetada pelo Ministério da Educação em distribuir um kit anti-homofobia nas escolas. Felizmente a coisa não vingou, mas isso também contrariou a muitos aliados, especialmente os integrantes da chamada bancada evangélica.

Aqui pelo Amazonas, registramos a quebra de uma promessa de campanha da então candidata Dilma de que a Zona Franca de Manaus seria mantida e preservada, considerando a suam importância para o desenvolvimento socioeconômico. Não é exatamente isso que está no bojo da famigerada “MP do Bem”, assim batizada pelo ministro Aloizio Mercadante, que tira a competitividade do Pólo Industrial de Manaus no que diz respeito a bens de informática, o que se materializada, afastará novos investimentos e diminuirá a oferta de empregos. A responsabilidade de descascar o abacaxi ficou para o aliado, senador Eduardo Braga (PMDB) na qualidade de relator da matéria no Senado. O fato também desagrada os aliados por aqui.

Como se observa, são vários os fatores que expõe a fragilidade no trato da política da presidente Dilma, por isso a providencial entrada em cena do experiente Lula, para jogar água no fogo e acalmar os ânimos de companheiros e aliados que circulam insatisfeitos pelos corredores políticos de Brasília. A hora ainda é de expectativa.(Com publicação simultânea nos sites: Noticianahora, Amazonianaredee Tadeudesouza)

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br



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