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sábado, 12 de março de 2011

UM PASSEIO VESPERTINO
PELA MANAUS QUE VIVI

                                                                                                                      
                                                                                                          *Almir Barros Carlos
Transcorria o mês de junho do ano da Copa no Chile, de 1962, tarde quente, mormacenta, preguiçosamente findando com a despedida do astro-rei.

Ia eu a matutar com meus botões, descendo a Avenida Eduardo Ribeiro, em direção à Matriz. Passei em frente ao majestoso Palácio da Justiça e à esquerda vislumbrei o magnífico Teatro Amazonas. Não existia Credilar Teatro, nem Edifício Cidade de Manaus, suava muito; parei para me refrescar com o xarope de guaraná Luséia e comer uma queijadinha, na Confeitaria Avenida, em frente ao O Jornal e Diário da Tarde.

Olhei de lá e vi o Cine Odeon e no cartaz, Sarita, Montiel, no papel principal, como A Mulher Serpente. Andei um pouco mais e fui vendo a Maranhense, Casa Marabá, Salão da Messody e, parei em frente ao Cine Avenida, para ver os cartazes. Anunciavam vários filmes para breve, mas, o que me chamou atenção foi Oscarito e Grande Otelo. Haveria de assistí-los. Gravei a data de estréia 09 de setembro.

Atravessei a rua Saldanha Marinho, passei pelo Bar Avenida, onde alguns fanáticos torcedores, após algumas XPTOs, comentavam mais uma vitória do futebol brasileiro, mais um show do anjo das pernas tortas,Mané Garrincha.

Continuei, atravessei a Avenida Sete de Setembro, caminhei até o Relógio Municipal e decidi ir até o Aviaquário. Fiz uma visita rápida aos animais, subi os degraus e entrei na Matriz. ,Rezei pedindo proteção
à Nossa Senhora e retomei meu passeio; atravessei o Tabuleiro da Baiana, com olhos gulosos para as bananas fritas, o tacaçá, o pé de moleque,e a garapa do Seu Waldemar.Resisti heroicamente...

Parei, pensei e...decidi que iria até o Roadway(o querido "Rodo",em nossa linguagem baré), de onde poderia desfrutar o arrebol que se formava no crepúsculo, lá do outro lado, onde o sol se escondia se despedindo de minha cidade sorriso, localizada à margem esquerda do coração do Rio Negro.Fiquei ali, horas a fio, a contemplar aquela beleza cabocla que só Manaus podia proporcionar...(Nas da esquerda para a direita: Cine Odeom, Igreja Matriz de N. S. da Conceição, Teatro Amazonas e Roadway)



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