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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ESPECIAL: NO DIA DO MAÇON, UM POUCO DA
 HISTÓRIA DA MAÇONARIA NA HISTÓRIA BRASILEIRA

Amazoniananarede/Osny Araújo*

Hoje, 20 de agosto, que por obra e graça do G.`.A´.D.`.U.`. é também o aniversário de um filho querido, o Dr. Wagner Rodrigo Lacouth de Araújo, os “Obreiros da Arte Real”, homens “livres e de bons costumes” comemoram no Brasil o dia da Maçonaria ou do Maçon, como queiram.
Por ser um homem livre e de bons costumes, resolvi homenagear a data escrevendo um pouco sobre essa incrível e milenar organização do bem, de tantos e bons serviços prestados ao mundo, ao Brasil e ao Amazonas, com relevantes serviços prestados nos mais diferentes momentos, sempre com o espírito da igualdade, liberdade e fraternidade.
Os maçons são homens tementes a Deus, que o tratam como o Grande Arquiteto do Universo, (G.`. A.`. D.`. U. `.) Senhor de todos os Mundos e tem com padroeiro São João Batista. Por isso, para ingressar na Ordem é necessário acreditar em Deus e ter uma religião.

Muitas vezes o mundo profano como religião ou seita, a Maçonaria no mundo externo é muito confundida com outras instituições e via de regra, todas as especulações em torno do que é e o que ela representa passam muito longe da sua realidade e esperamos com esta matéria, mostrar um pouco para o mundo não maçônico o que é e como se comporta a sublime instituição, espalhada pelos quatro cantos do planeta terráqueo, ajudando a construir uma sociedade mais justa, livre e solidária e consequentemente, trabalhando na construção de uma sociedade melhor.

Presente nas histórias do mundo, do Amazonas e do Brasil, a Maçonaria que tem como símbolos instrumentos de trabalho de edificadores como a régua, o prumo, compasso e o esquadro, demonstra claramente qual o norte da instituição, o de construir e como nos tempos modernos o comportamento político mudou, os maçons modernos passaram de operários de obras físicas passaram a atuar na construção moral, ou seja, na edificação de uma sociedade “justa e perfeita”.
Hoje a Maçonaria, que no passado também pode ter sido vista como “subversiva”,quando se voltou contra algumas leis e até mesmo formas de Governo, como ocorreu na história brasileira, com Ordem Maçônica presente em todos os grandes momentos históricos da brasileira nação, poderia ser vista como subversiva, embora sua ação tivesse caráter nobre, como mais tarde ficou evidenciado e os maçons, passaram a ter mais um pouco de liberdade, saindo da clandestinidade e poder dizer com liberdade que eram maçons, homens livres e de bons costumes, mas ainda assim, alguns eram vistos com certa desconfiança pela sociedade profana, fato que nos dias atuais não existe mais.
FALTA UM CAPÍTULO NA HISTÓRIA

Na rica história social e política brasileira, essa que aprendemos nas escolas, certamente falta um capítulo importante, que a enriqueceria ainda mais, se tivesse abordado um pouco o grandioso trabalho realizado pelos maçons, naqueles tempos difíceis e de muitas complicações políticas, com parte da sociedade lutando contra o Império, a escravidão e tantas outras questões importantes para a nossa nacionalidade, a começar pela nossa independência, árdua e inteligentemente trabalhada pela Maçonaria e seus heróis, como o maçon Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, hoje o grande herói nacional do movimento nacionalista conhecido como a Inconfidência Mineira.

Numa obra do maçon A. Tenório de Albuquerque, ele fala claramente desse envolvimento fantástico da Maçonaria na história política e social brasileira, como transcrevemos um trecho a seguir: “Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria”.
Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. a maioria deles foram os elementos da Maçonaria os promotores.

Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa Pátria foram fatos organizados dentro de suas lojas. Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em favor da libertação de nossa pátria.
Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes, Thomas António Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o Judas, otraidor Joaquim Silvério dos Reis, infelizmente também pertencia à ordem.
Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre Francisco António Lisboa, o Aleijadinho. Este grande génio da humanidade. Maçom do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente homenagear a Maçonaria em suas esculturas.
Ao bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçónica. Os três anjinhos formando um triângulo, o triângulo maçónico, tornaram-se sua marca registrada.
A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triângulo no centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM AGOSTO
A independência do Brasil foi proclamada de fato em 20 de agosto de 1822, no interior da Loja Comércio e Arte, em Niterói, com a presença do maçon D. Pedro I, mas tudo ficou em segredo até que foi armada a grande Festa da Independência ou Morte, às argens do riacho Ipuiranga, retrada nos das mais famosas pinturas de Pedro Américo, ino Grande Oriente do Brasil.

O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento Maçónico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de que resultou a ficada.
A libertação dos escravos no Brasil foi não há como negar, uma iniciativa de maçons, um empreendimento da Maçonaria.
A instituição, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefessamente pela emancipação dos escravos.
Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos se destacaram Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.
A proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável empreendimento maçónico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiuva, que havia sido grão-mestre.
“Assim foi o tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres da Pátria, comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as injustiças”.
CARTAS DE ALFORRIAS
A primeira liberdade dos nossos irmãos negros e escravos, talvez a maior nódoa da nossa história, aconteceram através das chamadas Cartas de Auforrias, quando os maçons compravam os escravos e davan-lhes a liberade, ou seja, mesmo sendo escravos de direito, de fato eram homens livres, pois os seus senhores, no caso os maçons não os travam como escravos e sim como homens livres.

Dizem alguns historiados maçônicos, que o Ceará foi o primeiro estado brasileiro a libertar seus escravos através as Cartas de Auforrias, vindo o Amazonas, para orguilho nosso, em segundo lugar.

Estava incado o grande trabalho para a liberdade dos irmãos negros que com a sua força de trabalho, suor e lábrimas ajuram e muito na construção deste nosso Brasil, mas não tinham direitos e nem liberdade. Tinham apenas o dever de trabalhar e nada mais, pois eram propriedade de seus senhores.
Por tudo isso, a Maçonaria que nos seus primórdios, por absoluta necessidade de sobrevivência era uma institutição secreta, hoje pode ser vista como uma institutição humana, filosófica, discreta, fraterna e com fins filantrópicos.
ORGANIZAÇÃO FRATERNAL MAIS ANTIGA
De acordo com renomados históriariadores, a Maçonaria, é a maior e mais antiga organziação fraterna do planeta e tem como um dos símbolos na natureza, a árvore Acácia.
O momento certo operário (pedreiro) desencandeou o movimento para a criação da institutição, ninguem sabe ao certo, mas estudiosos, a Maçonaria teve origem na Idade Média, com as sociedades também voga à época.

Outros escritores e estuidosos, afirmam que a Maçonaria foi influenciada nos seus primórdios pela Oredem dos Cavaleiros Templários, um grupo de monges, cristãos e guerreiros formados em 1118, com o objetivo de ajudar a protejer os peregruinos em suas viagens pela Terra Santa.

“ESPERANÇA E PORVIR”, A N° 1.

Vamos conhecer agora um pouco da história da Maçonaria no Amazonas, hoje com suas Lojas espalhadas em várias cidades do interior.

Quando o Amazonas foi elevado à categoria de Provincia em 1850, o Estado não tinha nenhuma Loja Maônica, ou seja, a Maçonaria ainda não existia por aqui e essa ausência durarou exatamente vinte e dois anos, com a fundação da primeira Loja Maçônica no Amas, a “Esperança e Porvir”, copm o se templo situado na Rua Bernardo Ramos, no centro da capital amazonense, ganhando também várias Lojas e templos no interior amazonense, com em Parintins, Mancapuru, Iranduba, Boca do Acre, Lábrea, Itacoatiara, Maués e outros.
Apesar da falta de lojas no Amazonas, a milenar instituição não estava ausente do Estado e segundo registros históricos, a Maçonaria Universal, com maçons brasileiros e estangeirospresentesno Estado atuando em diferentes frentes da vida profano e construindo condições para chegada de fato e de direito da Maçonaria do Amazonas, com edificações de Lojas e templos, o que ocorreu no século passado com a fundação da Grande e Benemérita Loja Simbólica Esperança e Porvir, Nº 1, o grande alicerce da Maçonaria amazonense, vindo a seguir as Lojas Amazonas, Nº2, Aurora Lusitana, fundada na sua maioria por maçons portugueses, Conciliação Amazonense, 12 de Janeiro, Estrela do Alvadora, Floresta Amazônica, Condomínio Delta que abriga várias lojas e outras subordinadas a Grande Loja do Amazonas e também ao Grande Oriente do Brasil uma das duas potencias regulares da Maçonaria que atuam no Brasil, que se fundem numa só, considerando que a Maçonaria é Unica, razão pela qual, existe irmandade, respeito e confraternização entre as duas potencias regulares e dessa forma, fica tudo “justo e perfeito”. Tudo é simplesmente Maçonaria.

No Amazonas, a Glomam que é dirigida pelo Grão-Mestre Átila Tuma, possui 44 Lojas, sendo 24 na capital e 22 espalhadas em igual número de municípios do interior.

Já o Grande Oriente do Brasil, dirigido no Estado pelo Eminente Aurélio Moita, também conta com várias Lojas na capital e a exemplo da Glomam também se faz presente em vários municípios.
HISTORIA DA GLOMAM
O Amazonas, ao ser elevado à categoria de Província, em 1850, não possuía Loja maçônica
permanecendo nessa situação até o surgimento, em 1872, da Loja "Esperança e Porvir", no Oriente de Manaus. Tal fato, porém, não significava ausência, naquela época, em terras amazônicas, de atividades da Maçonaria Universal.
Ao contrário, houve, conforme registram os historiadores, acentuada participação de Maçons brasileiros e estrangeiros, no meritório trabalho de não somente manter a integridade do território nacional, mas também de propiciar condições para a execução de uma correia política de desenvolvimento regional.
Essa Sociedade desenvolveu notável campanha que obteve completo êxito a l O de julho de 1884, quando o Ir. Teodoreto Carlos de Faria Souto, que exercia o cargo de Governador da Província, decretou a extinção da escravidão no Amazonas.
A Grande Loja Maçónica do Amazonas é considerada a primeira das Grandes Lojas Brasileiras com fundação em 22.09.1904, quando surgiu como Potência Maçónica na Amazónia Ocidental, até os dias atuais, e foi denominada de vários modos, a saber;

Com a proclamação, pelo Grão-Mestre Desembargador Gaspar António Vieira Guimarães, a 24.07.1927, no Templo da Loja Maçónica Amazonas, o Grande Oriente do Amazonas e Acre, passou a ter soberania, tendo sido a quinta Grande Loja a receber a Carta Constitutiva do Supremo Conselho da República Federativa do Brasil. Estava, assim, criada a primeira Entidade da Arte Real na Amazónia Ocidental, soberana e independente. Nessa data, existiam na região, vinte e seis Lojas e que passaram a pertencer à nova Potência Maçónica. Essas Oficinas encontravam-se: sete na Capital e oito no Interior do Estado do Amazonas; oito no atual Estado do Acre; duas no atual Estado de Rondônia; e uma na Bolívia.
De 1904 a 1927 - Grande Oriente Estadual do Amazonas;
De 1927 a 1945 - Grande Oriente do Amazonas e Acre;
De 1945 a 1961 - Grande Oriente do Amazonas, Acre e demais Territórios Limítrofes;
De 1961 a 1968 - Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e Rio Branco;
De 1968 a 1974 - Grande Loja do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima;
De 1974 a 1980 - Grande Loja do Amazonas e Territórios Limítrofes;
De 1980 a 1985 - Grande Loja do Estado do Amazonas - GLEAM;
De 1985 a 1988 - Grande Loja Maçónica do Estado do Amazonas - GLOMAM;
A partir de 1988 -Grande Loja Maçónica do Amazonas - GLOMAM.
Os Maçons do Amazonas, ao longo desses anos, realizaram trabalho admirável. Desde sua organização até hoje souberam dignificar nossa Sacrossanta Instituição, mantendo a regularidade, conscientizando-se da necessidade do aprimoramento individual, através dos ensinamentos maçónicos, objetivando viver suas vidas pautadas nos fundamentos que sustentam até hoje a Maçonaria.
O GOB NO AMAZONAS

Após sete anos da independência do Grande Oriente do Amazonas e Acre, o Grande Oriente do Brasil voltou a ressurgir, no Estado do Amazonas, através da fundação da Loja Unificação Maçônica, no dia 15 de novembro de 1934, que durante um largo período foi a única a arvorar a sua bandeira, em toda a extensão do nosso território.

Dela surgiu, em 1945, a Loja Vitória das Nações Unidas, origem das atuais Lojas Vitória das Nações Unidas, do Rito Adonhiramita, e Oriente Unido, do Rito Escocês Antigo e Aceito.
A Delegacia do GOB no Estado do Amazonas foi criada em 1934, sendo seu primeiro delegado Obed Barreto, que a dirigiu até 1947.
Quando isso ocorreu, a jurisdição do GOB, na Amazônia Ocidental , restringia-se às Lojas Fraternidade Acreana, n.” 863, fundada a 19/12/1907, em Cruzeiro do Sul, Acre e Unificação Maçônica, n.” 1125, a 15/11/1934, em Manaus.


Todas as demais lojas fundadas, até 1926, sob os auspícios do GOB, num total de vinte e seis, sendo oito, no Acre, e dezoito, no Amazonas, incluindo três de Rondônia, que então dele fazia parte, haviam aderido, a partir de 24/06/1927, ao Grande Oriente do Amazonas e Acre, que havia decretado o seu desligamento da Potência Mater, e que só se transformaria em Grande Loja do Amazonas, Acre, Guaporé e Rio Branco, em 1961.
A Loja Bolívar, de Cobija, na Bolívia, criada por obreiros do GOB, fora integrada à maçonaria do país vizinho. (Fotos de cima para baixo: Interior de Loja, Grão Mestre Atila Tuma (Glomam), Eminente Aurelio Moita (Goeam), Malhete, Palácio Maçônico, Loja Esperança e Porvir, D. Pedro, Loja Comércio e Arte, em Niterói (RJ), Tiradentes, Esquadro e Compasso, Interior de Loja, Avental de Mestre Maçon).

*Osny Araújo é jornalista, MM`.`. (Esp.`. e Porvir), Gr.`. 33, ex-orador da Esperança e Porvir, Ex-Gr.`, Sec.`. de Imprensa da Glomam, fundador do extinto Jornal mensal O Gleam, da Glomam e membro da Academia Amazonense Maçônica de Letras.

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