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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Agroindústria de Doces Tropicais do PA Iporá começa a produzir


16/05/2013 - [14h:06m] - Agronegócio      Diminuir Aumentar

Vivendo no mesmo local, com as mesmas afinidades e sonhos, um grupo de cinco mulheres (Coracy Chaves, Zuleide Martins de Oliveira, Zeneide Andrade, Lena Chaves e Maria Irene Mendes) no Projeto de Assentamento Iporá, no município de Rio Preto da Eva, da Região Metropolitana de Manaus, resolveu trabalhar para materializar o sonho e nasceu a Associação das Mulheres Doceiras do PA Iporá.
 
 Elas, já estão com as mãos na massa, trabalhando na primeira remassa de produção de doce de banana e geleia de cupuaçu e o entusiasmo toma conta de todas as sessentonas que toparam esse desafio.
A Comunicação Social do INCRA visitou o local acompanhada de técnicos da instituição, e encontrou as senhoras no batente, apenas acompanhadas por um homem, o também assentado Genival Ferreira da Silva, carinhosamente apelidado pelas doceiras de “Bendito é o fruto entre as mulheres” e gostou da brincadeira. A ele, cabem os trabalhos mais pesados.
O projeto da mini agroindústria de doces do PA Iporá, teve a sua estrutura física realizada pelo INCRA, através do Programa Terra Sol e o apoio técnico do IDAM de Rio Preto da Eva. ”Agora é chegar no mercado e espalhar os nossos doces”, dizem  as esperançosas e  entusiasmadas  assentadas  da reforma agrária.
Essa história vinha sendo articulada há algum tempo encabeçada por mãe e filha, Coracy e Lena Chaves, em março conseguiram formar um grupo de cinco amigas assentadas e a partir daí começou o trabalho para viabilizar o negócio e com o apoio do Idam, a coisa começou a caminhar com mais velocidade, iniciando com uma operação bancária onde as assentadas Coracy da Silva Chaves e Zuleide Martins Oliveira, obtiveram dois empréstimos R$ 11.500,00 junto a Basa, no valor total de R$ 23 mil, divida que começará a ser quitada pelo grupo de partir de dezembro de 2015 e a partir daí, a coisa começou a deslanchar com a aquisição dos primeiros equipamentos para que fosse iniciada a fabricação dos doces e geleias.
A mini agroindústria funciona no Km 130 da AM-010, Ramal Pedreiras, assentamento Ioprá, Rio Preto da Eva.
 
OS PRIMEIRO CONTRATOS
No momento as doceiras trabalham determinadas para cumprir o primeiro contrato de vendas, realizado com a Agencia de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e o segundo contrato, já em articulação com a Secretária Municipal de Rio preto da Eva, para a Merenda Escolar, já a partir de agosto.
Para a ADS, o contrato inicial é para o fornecimento de uma tonelada de doce, com a primeira partida de 350 quilos com entrega prevista para os próximos dias e será exclusivamente de doce. Com a S
Semed, a quantidade a ser contratada ainda não foi estabelecida.
 
O próximo passo da Associação será distribuir amostras dos produtos no comércio local e na rede de supermercados de Manaus, a fim de que os produtos passem a ser conhecidos e com isso, ganhar mercado. “Esperamos que dentro de pouco tempo os rio-pretenses e manauaras possam encontrar os nossos doces e geléias nos supermercados” – diz esperançosa d. Coracy Chaves.
As doceiras explicam que no momento em função da encomenda da ADS, só estão trabalhando na produção de doce de banana, mas no futuro, outras linhas de produção entrarão tendo como matéria prima as frutas tropicais que são abundantes no assentamento, como: Cupuaçu, goiaba, açaí e outras, além de uma linha de geleias, cuja primeira experiência foi com cupuaçu.
Outro fator importante é que a Associação já pensa em novos investimentos, objetivando aumentar a produção, com a aquisição de uma caldeira, o que tornará a produtividade maior e mais econômica e isso vai ser pra já, segundo afirmou Lena Chaves.
 
HIGIENE
Um fato que chamou a atenção da equipe do INCRA foram os cuidados das doceiras com a higiene.
Tudo é feito de forma muito sadia, com as pessoas que trabalham no setor de produção final dos doces todas utilizando vestimentas brancas, luvas, aventais e toucas.
A entrada de estranhos ao trabalho na área de produção é proibida. A reportagem só teve acesso após se adequar para a visita, o que ocorreu num curto espaço de tempo, mas deu para observar a dedicação e o entusiasmo dessas mulheres, que apesar da idade, trabalham esbanjando alegria e a determinação de progredir na vida e ajudar a comunidade do assentamento na geração de renda.
Iolete Pinto, Assistente Social do IDAM no Rio preto da Eva, é uma entusiasta do empreendimento e faz questão de dizer que acompanha de perto a materialização desse sonho. “Não tenho dúvida de que essas mulheres com os seus doces terão o sucesso merecido e eu com servidora do Idam tenho orgulho e participar desse processo de mini agroindustrial no assentamento do INCRA no Iporá. Elas não são apenas mulheres sonhadoras. São corajosas e determinadas” – afirmou.
 
EMPREGO E RENDA
As doceiras que fundaram essa associação no assentamento Iporá, não pensam apenas melhorar suas vidas, mas também nos assentados como um todo e esperam no futuro poder ajudar em muito na geração de emprego e renda dentro do próprio assentamento. “Esse é um objetivo nosso e nós vamos conseguir com a ajuda de Deus” afirma Coracy Alves.
Tudo começou com financiamentos pessoais das doceiras junto ao Basa, onde todas bancarão os dois empréstimos, a cota de membros da Associação, como necessitou de capital pessoal, no momento está fechada, mas segundo elas, isso não impedirá a participação de outras mulheres e homens assentados nesse processo produtivo, fato que deverá ocorrer com a contratação de funcionários, num primeiro momento e num futuro bem próximo da aquisição de produtos para que a produção seja mantida e dessa forma, possa cumprir com os futuros contratos que certamente surgirão.
Lena Chaves tem consciência de que o processo é difícil e muitos desafios serão encontrados pela frente, mas com determinação e vontade de vencer, esses obstáculos serão ultrapassados. ”O trabalho será árduo, mas certamente prazeroso e dessa forma, o sonho das doceiras de frutas tropicais do Iporá será num futuro próximo uma doce e agradável realidade e a vida de muita gente no assentamento terá mais qualidade e dignidade” – sentenciou.
 
METODOLOGIA
Outro fato interessante no negócio, é que entre as cinco associadas, =nenhuma manda mais do que a outra.
Tudo o que acontece é feito de comum acordo após várias discussões e quando todas concordam, a ação é realizada e dessa  forma, tudo vai caminhando dentro do esperado por elas.
Como em toda a regra existem exceções, lá também tem. Com relação ao ponto final dos doces e geléias, a palavra é da d. Zuleide  Martins Oliveira e as outras aproveitam para brincar com a parceira. “ Se tudo sair bem e gostoso, o mérito é de todas, mas se não foi assim, a culpa é da Zuleide”, brincam.
Elas garantem, que até o momento essa metodologia está dando certo e com certeza, com esse posicionamento onde todas tem o direito de se manifestar, demonstrar suas idéias,  as coisas vão acontecendo e com certeza, muitas coisas boas ainda estão por vir, afirmam as doceiras criadoras da Associação de Doces Tropicais do PA Iporá .(Fonte: Ascom. Incra, AM)

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