DE VOLTA À NORMALIDADE
*Osny Araújo
Finalmente o País após a saída precoce da Copa da África do Sul. Mesmo com a cabeça inchada pela eliminação, podem ser vistos alguns pontos positivos nessa história emocionante do esporte. O fim da era do casmurro e arrogante Dunga à frente da nossa Seleção e o chocolate que os alemães, agora jogando um futebol solto e solidário, aplicaram nos nossos hermanos argentinos.
Como disse, o país volta à normalidade e como o nosso assunto aqui neste espaço sempre foi política, vamos a ela, até porque, com o fim da Copa para os brasileiros, a política, que já viveu o período das convenções partidárias esquenta pra valer a nível estadual e nacional, onde a disputa tanto nacional como local, se prenuncia das mais acirradas. Logo, ela voltará a ser o prato principal e o principal motivo das conversas entre as rodas de amigos, até a chegada de outubro.
No Amazonas, a eleição para o Governo do Estado, sem nenhuma dúvida, será polarizada entre dois candidatos: Alfredo Nascimento, do PR, com apoio do rachado PT do presidente Lula e Omar Aziz, que tenta a reeleição pelo PMN. Para o Senado, também acredito sinceramente numa polarização entre os candidatos Artur Neto, do PSDB que tentará a reeleição e o ex-governador Eduardo Braga, do PMDB, correndo por fora, a meu ver sem muitas chances, a deputada federal Vanessa Grazziotin, do PCdoB, que está trocando o certo pelo duvidoso.
No Amazonas, na primeira pesquisa, o governador Omar Aziz sai bem na frente de Nascimento, mas como a campanha agora é que começa pra valer, esses primeiros números não podem e nem devem ser levados em consideração. As novidades políticas em termos de propostas dos candidatos, começarão a aparecer a partir de agora, seguidas de debates e outros instrumentos legais de campanha, torcendo para que esse momento acirrado que antecede o pleito seja de alto nível, até em respeito à sociedade, que não quer saber de questões pessoais ou coisa parecida.
O que interessa, são as propostas para administrar o Estado e para serem levadas ao Parlamento. Isso é o que realmente interessa. José Serra, que não tem muita simpatia aqui pelo Amazonas, dividirá o palanque com a senadora Marina Silva, do PV, franca atiradora nas eleições de outubro.
No âmbito nacional, a candidata governista Dilma Roussef, contará no Amazonas com dois palanques, uma vez que o desejo do presidente Lula de formar palanque único, liderado pelo candidato Alfredo Nascimento foi por águas a baixo e dessa forma, tanto Nascimento como Aziz, pedirão em seus palanques distintos votos para Dilma, mantendo dessa forma os aliados no Estado divididos.
Aliás, na corrida presidencial, na última pesquisa do Ibope, o tucano José Serra se recuperou um pouco e empatou com a petista Dilma Roussef, que não foi capaz de manter a dianteira conquista na semana passada. Em política, a grande proeza é manter a dianteira nas pesquisas e isso, não está sendo fácil para nenhum dos principais candidatos à presidência da República.
Fora isso, ainda existe um forte ingrediente na política, a partir de agora, com a entrada em vigor da lei batizada de Ficha Limpa, que certamente impedirá muitas candidaturas de quem foi condenado pela Justiça. O fato é moralizador e certamente, será de grande valia para a democracia e para a depuração da política brasileira, até que se tenha realmente uma completa reforma política.
Enquanto ela não vem, por culpa dos próprios políticos no Congresso Nacional, a lei da Ficha Limpa, servirá como um ligeiro antídoto para evitar mais desmandos e corrupção, que na política natural, parece até coisa cultural.
Com certeza serão muitos os políticos que aparecerão ma “malha fina” da Justiça Eleitoral e com isso, muitas candidaturas deverão ser impugnadas e quem sairá ganhando com isso, será o povo, até porque, o projeto da Lei Ficha Limpa, não nasceu das entranhas do Congresso Nacional. Ela brotou de uma grande ação popular nas ruas do Brasil e felizmente, a contragosto, os congressistas foram “obrigados” a aprová-la, para não pegar mal perante a sociedade, mesmo com alguns remendos que ainda favorecem alguma coisa aos “fichas sujas”, mas dos males, o menor.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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