Efeito ponte
Especulação imbiliária e invasão no Iranduba
Manaus - De invasão de terras pública a promessas de investimentos, o mercado formal e informal da construção civil começa a dar sinais de maior movimentação em Iranduba, a 25 quilômetros a sudoeste de Manaus. As informações da prefeitura do município indicam a existência de pelo menos 15 loteamentos irregulares.
No município, ao longo da estrada Manoel Urbano, que liga Iranduba à cidade de Manacapuru, as placas de venda informam que o pagamento dos lotes pode ser parcelado. Outras placas, com nomes de imobiliárias, anunciam futuros condomínios residenciais, mas não informam contatos telefônicos ou endereços.
A estimativa é de que o preço do hectare na Manoel Urbano chegue a R$ 30 mil, o dobro do preço do hectare da estrada Carlos Chagas, que leva à sede do município. Nesse caso, o preço do hectare chega a R$ 15 mil, de acordo com a engenheira da Secretaria de Infraestrutura de Iranduba (Semin), Enilda Lins. Há cinco anos, o preço do hectare nestas vias variava em torno de R$ 1 mil.
A alta nos preços e o maior movimento no mercado imobiliário são atribuídos pela prefeitura à proximidade da inauguração da obra da ponte sobre o Rio Negro, prevista para o fim deste ano. A preocupação da administração municipal é com a legalidade dos negócios. Apenas cinco processos de regularização estão em andamento e ainda não há lotes regularizados, informou a engenheira da Semin.
“O alerta fica, principalmente, para quem vai comprar. Há um problema de regularização fundiária e as terras disponíveis são do Estado ou da União”, destacou Enilda Lins. A estimativa é de que apenas 10% dos terrenos do município tenham título definitivo da terra.
Invasão
Os loteamentos irregulares em Iranduba, segundo estimativas da prefeitura, têm em torno de 20 hectares (20 mil metros quadrados), cada um. O tamanho é o mesmo da invasão conhecida como Portelinha, localizada em um ramal no quilômetro 28 da estrada Manoel Urbano, entre as comunidades de Açutuba e Serra Baixa.
No local, os únicos trabalhadores que aceitaram falar com a reportagem apontaram para o fato curioso de que metade dos terrenos da área invadida ‘pertence’ a moradores de Manaus. Ninguém se identificou como proprietário de lote. De acordo com a Prefeitura de Iranduba, a área invadida pertence, de fato, à União.
A invasão já existe há pelo menos dois anos, segundo os trabalhadores, e os terrenos não são igualmente divididos. Parte deles tem 40 metros de largura por 60 metros de comprimento e escavações para piscinas.
Na entrada da área invadida, uma placa identifica o local como ‘Associação Comunitária Portelinha’ e o nome do administrador, Adson Dias da Silva, que não estava no local. A reportagem tentou entrar em contato com Adson, no telefone indicado na placa de identificação da invasão, mas não obteve retorno.
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