A CAMPANHA AINDA NÃO GANHOU AS RUAS
*Osny Araújo
Ao contrário do que se imaginava, a campanha eleitoral no Amazonas, especialmente em Manaus, começou com muita timidez, até por parte dos chamados candidatos de ponta, como Omar Aziz, Alfredo Nascimento, Eduardo Braga, Artur Neto, concorrentes ao Governo e ao Senado e outros. O movimento nas ruas é pequeno, bem diferente dos pleitos passados.
Nas ruas, são poucos os veículos adesivados com as propagandas políticas dos candidatos e os muros da cidade, são raros os que já apresentam nomes e números dos políticos, fato que tem gerado muitos comentários.
Não existe uma explicação clara para o fato, mas esse desânimo, deve ter algum forte motivo, impedindo que a campanha eleitoral deslanche e vá de vento em popa, como nos anos anteriores.
O interessante, é que em tempos de campanha proibida, os “candidatos” abusavam em burlar a lei, especialmente os com mandatos, como governadores, ministros, secretários estaduais, deputados e vereadores que viviam fazendo reuniões políticas e comícios fora de hora. Agora, que estão amparados pela lei, a campanha quase ainda não existe. Nem parece que estamos em tempo de eleição, já em época de campanha legal.
Talvez, a entrada em vigor da lei da Ficha Limpa, fruto do clamor popular e aprovada a contra-gosto pelos congressistas, esteja forçando esse comportamento dos políticos, até porque, muitos com fichas não tão limpas, ainda aguardam ansiosamente uma posição final da Justiça Eleitoral, foi o deferindo ou não das candidaturas. O fato, certamente está desaminando um pouco os políticos que temem sofrer as sanções da Justiça e entre os que estão convivendo com esse dilema, estão muitos candidatos de ponta na política amazonense.
Mas a coisa vai esquentar. A rede Bandeirantes de Televisão, já está preparando os debates em todos os Estados com os candidatos a Governo, o mesmo ocorrendo para presidente da República. Em seguida, outras emissoras tomarão o mesmo caminho e já se aproxima, a abertura da propaganda eleitoral na mídia eletrônica, com aquele programinha chato, que a maioria não gosta de assistir.
A verdade, é que esses programas eleitorais no radio e na televisão, são chatos, é verdade, mas, é bom que a sociedade esqueça um pouco a qualidade dos programas e assista. Preste atenção nas propostas dos candidatos em todos os níveis. Estude os seus perfis, observe bem os seus discursos, se eles tem conteúdo ou são pura falácias e a partir daí, defina com sabedoria e inteligência o seu voto. Isso é muito importante, por isso, assista a esses que mesmo sem grande conteúdo, poderão ser interessantes.
Procure assistir com atenção os debates e analise a postura e o conteúdo dos discursos de cada candidato. É para que o eleitor tenha a possibilidade de fazer essa análise é que a propaganda eleitoral existe, por isso, não deixe de participar do processo e não se deixe enganar.
O fato, é que eleição é como Copa do Mundo. Muitos não gostam, mas no auge da disputa, todos se interessam e essa participação, deve ser um dever de todo o cidadão. Quem não participa do processo fica alijado e sequer tem o direito de reclamar. Daí, a importância da participação, mesmo que a campanha ainda esteja tímida no Estado.
A Lei da Ficha Limpa, já em vigor, certamente trará mais qualidade na disputa eleitoral, considerando que muitos políticos, sem compromissos com a sociedade, certamente serão alijados do processo e isso, significa uma mudança radical no nosso processo político eleitoral. Não é tudo, mas, já pode ser visto como um bom começo.
O momento ainda é de muita expectativa, com certeza dentro de poucos dias a campanha entrará nos eixos. Vão começar a ser publicadas as pesquisas, hoje só em poder dos candidatos e a partir daí, a coisa esquenta e a sociedade começará a conviver diariamente nas ruas ou através dos veículos de comunicação, especialmente o radio e a televisão, com esses senhores e senhoras e suas mirabolantes promessas em busca do voto. Preste atenção em tudo e não se deixe enganar pelas falsas promessas de campanha.
É bom lembrar, que candidato a senador, deputado federal ou estadual, não podem prometer que farão isto ou aquilo. Eles podem e devem postular esses benefícios e legislar, apresentar projetos de leis, votar leis etc., mas nunca afirmar que irão construir. Essa é uma atribuição exclusiva do Executivo, no caso, governadores de Estados e presidente da República.
Candidato ao Senado, a Assembléia Legislativa ou a Câmara Federal que fizer esse tipo de promessa, não acredite, porque ainda que ele queira, não tem o poder de realizar. Pense nisso.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
Blog: osnyaraujo.blogspot.com
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