Fim da era Dunga na seleção
PANE NA AFRICA DO SUL
Manaus - A derrota da seleção brasileira nas quartas de final da Copa do Mundo de Futebol espalhou um forte sentimento de tristeza pela torcida. Em Manaus, não foi diferente. Torcedores de todas as idades falaram da decepção e do choro que acompanharam o adiamento do sonho do hexacampeonato por pelo menos quatro anos, até o próximo mundial.
Para Francisco Barros, de 40 anos, a palavra que melhor representa o sentimento após o jogo é tristeza. O torcedor comenta que a dor fica ainda mais forte pela confiança no potencial dos jogadores. Barros acredita que o maior erro da equipe foi menosprezar a seleção holandesa no segundo tempo da partida. “Eles voltaram sem disposição, sem foco. Achavam que a vitória estava certa”, afirmou.
Já a estagiária Grace Kelly assume que a derrota foi tão inesperada que ela não resistiu e chorou no final da partida. “Chorei duas vezes, inclusive quando o goleiro Júlio César foi entrevistado e também não segurou as lágrimas”, comentou. Segundo ela, o coração ficava apertado ao ver os gols da Holanda e o tempo passar sem ter uma reviravolta por parte do Brasil, mas que acreditou até o último minuto em uma revanche. “Orei, pedindo a Deus, para que desse tudo certo”, confidenciou. Para ela, a expulsão de Felipe Melo e a falta de Elano contribuíram para o abalo emocional da seleção.
Outro torcedor que ainda não conseguiu acreditar na eliminação do Brasil na competição é o auxiliar administrativo Bruno Castro. A decepção foi a palavra que resumiu o resultado do jogo para ele, que explicou que o Brasil poderia até ter perdido, mas que tinha muito mais futebol a mostrar. “Deveriam ter mostrado o futebol que o Brasil realmente tem e que todos temem. Perderíamos com honra, sabendo que o Brasil deu o máximo de si”, comentou. Ele explica que na conversa que teve com amigos, todos acreditam que o 1º tempo da partida foi a melhor atuação do Brasil nesta Copa, mas que o excesso de confiança culminou na falta de amor pela camisa. “Faltou garra, uma palavra que sempre foi o slogan do Brasil”, e completa, “antes do juiz apitar, a vontade que eu tinha era de chorar. É realmente difícil de aceitar, difícil mesmo”.
Quem também falou da tristeza com a derrota foi a coordenadora de treinamentos, Luciana Abreu. Ela, que ainda usava a blusa da seleção, contou que estava arrasada. “Foi como nadar e morrer na praia”, disse. Luciana comentou ainda que estava tão confiante na vitória desta sexta-feira que já havia comprado uma outra blusa para usar no próximo jogo e que a maior expectativa dela era ver a Argentina e o Brasil na final da Copa.
A assistente comercial Sâmara Costa, que acompanhou cada minuto do jogo, disse que acabou desistindo de assistir a partida após o segundo gol da seleção holandesa. “Foi péssimo. Com o segundo gol eu já tinha visto que estava acabado”, explicou. Ela, que também acredita que a partida foi uma das melhores do Brasil até agora, disse que ver a equipe voltando para casa foi um dos momentos mais marcantes. Para ela, o abalo emocional da equipe prejudicou o desempenho, e quando voltou, já era o final da partida, não havendo mais tempo para a revanche.
Torcida
Com a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, a torcida agora se mostra dividida. Enquanto uns torcem para que um país da América do Sul traga a taça, outros confiam no poder das seleções europeias, como é o caso de Francisco Barros, que aposta da Espanha. Já Luciana Abreu e Bruno Castro ainda não sabem em quem vão torcer a longo prazo, mas que no momento querem ver a Alemanha vencer a Argentina. Quem também já escolheu a aposta para este mundial foi Grace Kelly, que agora torce para Gana.
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