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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

AGRONEGÓCIOS: PROJEÇÕES DO COMPLEXO SOJA ATÉ 2019 - *Thomaz Meirelles


Na semana passada, com base nos dados disponibilizados pela AGE (Assessoria de Gestão Estratégica) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, levamos ao conhecimento dos nossos leitores a projeção do agronegócio do feijão, arroz e o milho em grão. Hoje, dando prosseguimento, estamos disponibilizando os números do complexo soja, mandioca e café.
Complexo Soja (em grão)

As estimativas realizadas pela AGE/Mapa indicam uma produção brasileira de 80,9 milhões de toneladas de soja em 2019. Essa projeção é cerca de 20 milhões de toneladas maior em relação ao que o Brasil produziu na safra 2008. A taxa de crescimento anual prevista é de 2.43% no período da projeção, 2008 a 2019. Essa taxa está próxima da taxa mundial para os próximos dez anos, estimada pelo FAPRI (2008) em 2,56% ao ano. O consumo doméstico de soja em grão deverá atingir 44,4 milhões de toneladas no final da projeção, representando 55,0% da produção. O consumo está projetado crescer a uma taxa anual de 2,11%, taxa esta praticamente idêntica ao crescimento previsto mundialmente. Como se sabe, a soja em um componente essencial na fabricação de rações animais e adquire importância crescente na alimentação humana. As exportações de soja projetadas pela AGE para 2019 são de 36,5 milhões de toneladas. Representam um aumento de cerca de 11 milhões de toneladas em relação à quantidade exportada pelo Brasil em 2008. A taxa anual está um pouco acima da taxa mundial projetada pelo FAPRI (2008), de 2,72% ao ano para os próximos anos. Os resultados obtidos mostram que a exportação de soja brasileira deve representar, no período final das projeções, 40% do comércio mundial. Esse percentual representa um acréscimo de 4 pontos percentuais em relação ao ano de 2008. As projeções de expansão de área plantada de soja mostram que esta deverá passar para 26,5 milhões de hectares em 2019, o que representa um acréscimo de 5,0 milhões de hectares em relação à safra 2008. Essa expansão é superada apenas pela expansão prevista da área de cana-de-açúcar, de 7 milhões de hectares até o final das projeções. Mas o avanço na produtividade será o principal será o principal fator de aumento da produção de soja no Brasil, previsto para 2,43% ao ano nos próximos anos, enquanto a expansão de área é de 1,95%. A soja deve expandir-se através de uma combinação de ampliação de fronteiras, em regiões onde ainda há terras disponíveis, e um processo de substituição de lavouras, onde não há terras disponíveis para serem incorporadas.

Farelo e Óleo de Soja

O farelo de soja e o óleo prometem grande dinamismo nos próximos anos. Nas exportações, o óleo deverá crescer a uma taxa maior, de 2,03% ao ano, enquanto o farelo, a 1,12% ao ano. Para ambos, o consumo interno deverá crescer a taxas elevadas: o óleo de soja a uma taxa anual de 3,2%, no período de 2009 a 2019, e o farelo de soja a 4,2% ao ano. Tais dados refletem o dinamismo do mercado interno para esses produtos.

Mandioca

Assim como o feijão, a mandioca é um produto típico de mercado interno. Não há muitas informações sobre esse produto, o que dificulta análises mais abrangentes. As projeções de produção mostram que a produção de mandioca deve crescer a 1,72% ao ano nos próximos 11 anos. A produção está projetada para 32,2 milhões de toneladas no último ano de projeção. Há possibilidade que a área tenha expansão nos próximos anos. De 1,81 milhão de hectares em 2008 para 2,0 milhões de hectares em 2019. Deve haver uma expansão ao redor de 200 mil hectares. Isso deve ocorrer especialmente nas regiões que lideram a produção nacional e esse aumento de área é bem inferior ao aumento da produção prevista. Pode haver, desse modo, aumentos de produtividade à medida que aumenta a demanda do produto para a indústria.

Café

As projeções da AGE/Mapa referem-se ao consumo e área plantada para o período 2009 a 2019. As projeções mostram que o consumo interno deverá crescer muito acima do crescimento populacional nos próximos anos. A taxa prevista é de 2,62% ao ano para o período 2009 e 2019. Não se tem projeções para o consumo mundial, mas o USDA (2008) estimou uma taxa anual média para o consumo no mundo, nos últimos 34 anos, de 1,68% ao ano. A área plantada de café deverá sofrer ligeira redução nos próximos anos. Deve passar de 2,1 milhões de hectares em 2008 para 1,9 milhões nos próximos 11 anos. Portanto, espera-se uma queda na área plantada de café da ordem de 0,82% ao ano.

*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com

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