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sábado, 30 de janeiro de 2010

Protocolo vai indicar procedimentos que devem ser seguidos em plásticas.

Brasilia - O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou  a elaboração de um novo protocolo de segurança para cirurgia plástica. A medida ocorre quatro dias depois da morte da jornalista Lanusse Martins (foto) durante uma cirurgia de lipoaspiração em uma clínica de Brasília. Segundo o CFM, o protocolo será uma espécie de "check list", com todos os procedimentos que devem ser adotados nas diferentes etapas de uma cirurgia plástica. O documento deve abranger orientações de indicações cirúrgicas, os exames pré-operatórios necessários em cada caso, informações sobre anestesia e atendimento pós-cirúrgico e as condições ideais do local para a realização da operação.
O Conselho Federal de Medicina informou ainda que durante a reunião do conselho, nesta sexta, ficou definido que cursos de formação de profissionais para a prática da lipoaspiração serão monitorados.
"Vemos disponibilizados cursos de lipoaspiração de final de semana, com um dia de atividade teórica e dois dias de atividade prática. Esse tipo de curso não qualifica nenhum médico. A maioria dos casos em que há complicações envolve médicos com esse tipo de treinamento, que considero nulo”, disse o médico Antonio Gonçalves Pinheiro, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM.
A lei brasileira não exige que os médicos possuam especialização em cirurgia plástica, em lipoaspiração, por exemplo, para realizar o procedimento. No entanto, o CFM recomenda que os pacientes procurem profissionais com qualificação específica.
De 2004 a 2008, o Conselho Federal de Medicina julgou 238 denúncias de erros médicos ocorridos durante cirurgias plásticas. Neste período, seis profissionais tiveram o registro cassado e 89 processos foram arquivados. Foram aplicadas censuras públicas a 35 médicos.
Morte
A jornalista Lanusse Martins, que morreu no último dia 25, durante uma cirurgia de lipoaspiração, foi vítima de erro médico, segundo afirmou nesta sexta a delegada que preside o caso, Martha Vargas. Ela também informou que o cirurgião Hackel Cabral será indiciado por homicídio doloso com dolo eventual (quando o médico assume o risco de matar) e pode pegar de seis a 20 anos de prisão.
Por telefone, o G1 tentou entrar em contato com o cirurgião e ainda aguarda o retorno das chamadas.
O laudo da morte de Lanusse, divulgado pela Polícia Civil do Distrito Federal nesta sexta, revela que a jovem teve uma veia perfurada na região renal durante a cirurgia e chegou a perder quase um terço do sangue do corpo. O rim não foi perfurado.
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"Houve dois erros médicos: um, pela cânula ter ultrapassado a cavidade abdominal. O segundo, [pelo médico] não perceber o que estava acontecendo. Ela deveria ter sido aberta imediatamente e ter sido estancado [o sangramento]. Isso poderia salvar sua vida", disse a delegada.
Perita
Segundo a perita Luciana Satie, foram 15 perfurações no corpo de Lanusse, -previstas para cirurgia-, com características de terem sido feitas com um instrumento como uma cânula. Ela afirmou que duas perfurações podem ter atingido a veia: uma, abaixo do umbigo e outra, na região perto do osso da bacia.
Lanusse perdeu pelo menos 1,5 litros de sangue. De acordo com a perita, esse total pode ser ainda maior. Para uma pessoa com o peso e altura da jornalista, o total de sangue do corpo é de cerca de 4,5 litros.(G-1)

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