segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
AGRONEGÓCIOS: PROJEÇÕES ATÉ 2019 - *Thomaz Meirelles
A assessoria de gestão estratégica do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou, em 2009, interessante material contendo ampla informação sobre o comportamento do mercado de vários produtos do agronegócio entre as safras 2008/2009 e 2018/2019. Contudo, abro um parêntese para ressaltar que, atualmente, a pasta do MAPA está sendo ocupada por um brasileiro competente, ético e comprometido com o crescimento sustentável da produção agropecuária brasileira. Estou falando do deputado federal Reinhold Stephanes, que deverá se afastar do ministério no início do mês de abril para disputar vaga na Câmara dos Deputados. Certamente, e mais uma vez, os paranaenses deverão reconduzí-lo ao parlamento brasileiro. Em seu lugar, deve assumir o MAPA o atual secretário-executivo do ministério ou, então, o atual presidente da Conab, Wagner Rossi. Voltando ao tema de hoje, destaco que a intenção do MAPA com o trabalho “Projeções do Agronegócio” tem como objetivo indicar possíveis direções do desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às principais tendências dos principais produtos do agronegócios (milho, soja, laranja, carne de frango, carne bovina, carne suína, açúcar, etanol, feijão, arroz e mandioca). Também objetiva buscar atender a um número enorme de usuários dos diversos setores da economia nacional e internacional para os quais as informações divulgadas são de enorme importância, onde as tendências indicadas permitirão identificar trajetórias possíveis, bem como estruturar visões de futuro do agronegócio no contexto mundial para que o país continue crescendo e conquistando novos mercados. Dentre as instituições consultadas pelo MAPA destacam-se a FAO, FAPRI, IFPRI, OECD, ONU, USDA, CNA, FGV, IBGE, ICONEL, IPEA, Conab, Embrapa, EPE e ÚNICA. Nesta coluna, vamos iniciar com o arroz, feijão e milho. Na próxima semana, soja, mandioca e outros produtos.
ARROZ
As projeções de produção e consumo de arroz, feitas pelo Mapa/AGE mostram uma situação muito apertada entre essas duas variáveis, havendo necessidade de importações de arroz nos próximos anos. A produção projetada para 2018/2019 é de 13,47 milhões de toneladas. Equivale a um crescimento anual da produção de 0,94% de 2008/2009 a 2018/2019. O consumo deverá crescer a uma taxa anual média de 0,93%, atingindo o volume de 14,49 milhões de toneladas em 2018/2019. Assim, a importação projetada para o final do período é de 771 mil toneladas. A taxa anual projetada para o consumo de arroz nos próximos anos, de 0,93%, está um pouco abaixo do crescimento da população brasileira, mas acima da taxa anual de consumo mundial prevista para os próximos dez anos em média anual de 0,60% (FABRI, 2008).
FEIJÃO
Representa um típico produto de consumo doméstico e de enorme importância na alimentação e na geração de renda dos pequenos produtores no Brasil. O feijão tem uma taxa anual projetada de aumento da produção de 1,97% e consumo ao redor de 1,21% ao ano, para o período 2008/2009 a 2018/2019. As projeções de importação indicam que pode haver alguma importação de feijão nos próximos anos. Porém, a magnitude dos números de importação indica que esta, se feita, ocupa uma posição pouco expressiva. Na literatura sobre consumo, o feijão se apresenta como um produto de elasticidade renda consumo positivo apenas para o estrato de renda mais baixa. Significa que para esse estrato de renda, quando a renda aumenta o consumo de feijão também aumenta. Mas, a elasticidade renda consumo média dos estratos é (-0,072). Esse valor negativo da elasticidade indica que se a renda aumenta o consumo de feijão decresce (Hoffmann, 2007).
MILHO
As projeções de produção de milho no Brasil indicam um aumento de 15,7 milhões de toneladas entre a safra 2007/08 e 2018/2019. Em 2018/2019, a produção deverá situar-se em 73,25 milhões de toneladas e o consumo, em 52,49 milhões. Esses resultados indicam que o País deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos de modo a garantir o abastecimento de mercado interno e obter algum excedente para exportação, estimado em 22,91 milhões de toneladas em 2018/19. O Brasil está entre os países que terão aumentos significativos de suas exportações de milho, ao lado da Argentina. Esse crescimento das exportações brasileiras será possível por meio de ganhos na produção e na produtividade. A estimativa prevista para as exportações de milho são da ordem de 22,9 milhões de toneladas em 2018/2019. Mas esse valor poderá sofrer forte tendência de situar-se em um limite superior devido à importância crescente do milho no mundo. A área plantada de milho entre 2008/09 e 2018/19, deverá crescer a uma taxa média anual de 1,4%. Deste modo, a área deverá passar de 14,3 milhões de hectares em 2008/2009 para 16,46 milhões de hectares em 2018/2019.
*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com
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