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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ÍNDIOS NO AMAZONAS FALAM 19 LÍNGUAS


Manaus - Além do português, cerca de 23 etnias indígenas da região da Cabeça do Cachorro se comunicam em mais de 19 línguas. A região fica no município de São Gabriel da Cachoeira, nordeste do Amazonas.
O município, no interior do Amazonas, é o único quadrilíngue do país. A população de São Gabriel da Cachoeira, formada em sua maioria por índios, fala quatro línguas oficiais. Os idiomas são tukano,baniwa, o português e o nhengatu, inventado pelos jesuítas do século XVII para evangelizar os índios.

Diversidade

O índio baniwa Luís da Silva é um exemplo da diversidade linguística existente na região da Cabeça do Cachorro. Ele é capaz de se comunicar em nove línguas: baniwa, tukano, wanano, kuebo, kuripaco, werekena, nhengatu, espanhol e português.
Como Silva, o índio tukano Laureano Maia também fala vários idiomas, mas na época em que aprendeu o português com os padres, ele temeu por esquecer o idioma de sua tribo.
- Pôxa, e agora? Como que a gente vai ficar sem nada, sem cultura, sem mito, sem história?, lembrou.
O índio da etnia tukano começou a recuperar a história de seu povo ao conhecer um adolescente de 16 anos chamado Judson. O menino fazia perguntas como: “Qual a minha etnia? Onde que eu pertenço? De onde que nós surgimos?” Para responder a todas essas dúvidas, eles conseguiram reaver o mito tukano da criação do mundo. O mito virou livro e foi impresso em São Paulo.

Mito

O mito tukano fala que no início da criação do mundo não existia água, não existiam árvores, não existia terra. Onde hoje é a Baía de Guanabara, Deus criou uma cobra-canoa. No ventre dela, nasceu a humanidade, com vários grupos étnicos. Eles foram subindo pela costa brasileira de sul para norte. Próximo a Ilha de Marajó, os índios entraram no Rio Amazonas.
Os povos navegaram rio acima até chegar no Rio Uaupés, na cachoeira de Ipanoré. O índio, o negro, o branco teriam surgido dessa cachoeira, e por isso ela seria tão grande. Cada buraco da cachoeira representa o surgimento de uma etnia.
Para Judson , mais importante é conservar a cultura e a língua de seu povo.
- Enquanto o índio estiver vivo, a cultura não vai acabar. Porque vai estar dentro de nós mesmos, declarou.(Fonte: Portal Amazônia)

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