Pesquisar este blog

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FIÉIS DA UNIVERSAL DENUNCIAM PRESSÃO PARA FAZER DOAÇÕES


Rio - Reportagem exibida ontem no programa do Fantástico, da Rede Globo, antigos fiéis da Igreja Universal contaram que foram pressionados por pastores a fazer doações. Há casos de pessoas que deram todas as economias e até o imóvel onde moravam.
Alguns depoimentos reforçam as acusações do Ministério Público do estado de São Paulo contra o fundador e líder da Universal, Edir Macedo, e mais nove pessoas ligadas a ele.
Todos são réus em processo em andamento na Justiça criminal de São Paulo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A denúncia aponta ainda enriquecimento pessoal às custas da exploração da fé.
Doações a qualquer igreja não são consideradas ilegais. O MP aponta, no entanto, que alguns líderes da Igreja Universal se beneficiaram da imunidade tributária para desviar o dinheiro para fins particulares e comerciais. Segundo a Constituição, é proibida a cobrança de impostos a "tempos de qualquer culto".

Casos

A cabeleireira Simone Vitório,(foto), do interior de São Paulo, diz que sempre deu o que pôde para a igreja. Em uma campanha de arrecadação, chamada "Fogueira Santa de Israel", ela diz ter perdido o controle, pressionada pelo discurso do pastor.
Simone conta que entregou as economias de R$ 3 mil depois de um acordo com o pastor. "Ele falou se caso meu esposo não aceitasse ele devolveria."
O marido, Aparecido Vitório, que também frequentava a igreja, não concordou com a atitude da mulher. "Pra receber uma benção acho que não precisa o pastor convencer a pessoa a fornecer tanto dinheiro."
A cabeleireira não conseguiu reaver o dinheiro e deu queixa na polícia. Segundo ela, o pastor disse: "Faz o que você quiser. A igreja é rica e pode pagar quantos advogados quiser."

Apartamento

Durante nove anos, a costureira Maria Pinho fez várias doações à Universal. Chegou a dar para a igreja o apartamento em que morava, no centro de São Paulo.
"De repente eu me vi na rua, que eu não tinha nem o que comer. Eu ia no mercado, tinha aquelas moças fazendo demonstração, e ali, aquele pouquinho que eu provava, era meu almoço."
A igreja foi condenada a devolver parte do dinheiro. A decisão judicial diz: "É nula a doação de todos os bens, sem reserva de renda suficiente para a subsistência do doador."
Maria de Pinho diz ter dado mais de R$ 100 mil para a igreja, mas afirma que só conseguiu provar a doação de R$ 10 mil em cheque.
"É muito difícil para o advogado ou para o fiel que fez a doação para a igreja conseguir provar essa doação. Porque quando o fiel faz a sua contribuição, ele não tem qualquer recibo", afirmou o advogado de Maria, Amir Labib.(R.Globo - Fantástico)

Nenhum comentário: