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domingo, 16 de agosto de 2009

“DONO “ DA UNIVERSAL FAZ FORTUNA COM DINHEIRO DOS FIÉIS


S.Paulo - Acusado de usar doações de fiéis para fins particulares e comerciais, o bispo Edir Macedo e sua mulher, Ester Eunice Rangel Bezerra, são proprietários de dois apartamentos de luxo em Miami, nos EUA, segundo informou a revista "Veja".
O fundador e líder da Igreja Universal e outras nove pessoas viraram réus em ação penal, acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, após a 9ª Vara Criminal de São Paulo aceitar denúncia do Ministério Público.
De acordo com a "Veja", um dos imóveis de luxo nos Estados Unidos, comprado em 2006, está em nome de Ester e é avaliado em US$ 2,1 milhões. O outro, registrado em nome do casal, foi comprado em 2008 e custou US$ 4,7 milhões.
Em 2007, o bispo trabalhava na construção de uma casa de 2 mil metros quadrados em Campos do Jordão (SP) no valor de R$ 6 milhões e já era dono de outra casa na mesma cidade, comprada 11 anos antes por US$ 600 mil.Pela denúncia do Ministério Público, a igreja burla o Fisco ao aproveitar-se de sua imunidade tributária para fazer transações comerciais.
Em 1997, uma auditoria da Receita Federal sobre contas da Universal havia produzido um relatório defendendo que ela perdesse imunidade fiscal. Dez anos mais tarde, ao analisar a situação de cinco igrejas, entre elas a Universal, a Receita chegou a iniciar um estudo para regulamentar o uso das doações de dinheiro de fiéis, mas não foi dada continuidade ao projeto.Conforme a revista, o Ministério Público agora conseguiu rastrear o caminho do dinheiro, desde as doações de fiéis até a compra de emissoras de TV, um prédio e um jatinho de R$ 2,5 milhões.

Saiba mais

Entre 2001 e 2008, a igreja teria obtido R$ 8 bilhões em doações de seus aproximadamente 8 milhões de seguidores. Segundo a revista, o Ministério Público descobriu que o dinheiro era passado como parte de pagamento para empresas de fachada controladas por integrantes do grupo: a Cremo Empreendimentos e a Unimetro Empreendimentos.
Conforme o MP, as empresas movimentaram R$ 71 milhões entre 2004 e 2005, mas a Secretaria da Fazenda de São Paulo atesta que não ofereceram nenhum serviço ou produto.
As empresas de fachada enviavam, segundo o MP, o dinheiro dos fiéis para empresas sediadas em paraísos fiscais, como a Investholding, nas Ilhas Cayman, e a CableInvest, nas Ilhas do Canal. De lá, retornavam ao Brasil na forma de empréstimos a pessoas ligadas à Universal.

Outro lado

O advogado da Universal, Arthur Lavigne, afirmou que a denúncia do Ministério Público apenas reúne tudo o que já foi dito contra a igreja desde 1992. Nesses anos, segundo ele, houve mais de dez processos contra a Universal e apenas dois estão em andamento, incluindo o que foi aberto pela Justiça paulista.
Repasse de dinheiro
Conforme a revista "Veja", a Igreja Universal repassa recursos anualmente para a emissora Record. Foram R$ 240 milhões em 2006, outros R$ 320 milhões em 2007 e R$ 400 milhões em 2008. A igreja ainda é dona dos principais imóveis que a emissora ocupa
Segundo a revista, um levantamento feito pelo Coaf, órgão do Ministério da Fazenda responsável pela fiscalização das operações financeiras no país, mostrou que a Record é a segunda entre as 50 principais beneficiarias de transferências bancárias da Universal. A primeira seria a própria igreja. A compra dos horários na madrugada seria um modo de justificar o aporte de recursos.
A "Veja" aponta ainda que a igreja paga cursos como jornalismo e administração para fiéis e pastores, que posteriormente podem ser contratados pela Record. O atual presidente da emissora, Alexandre Raposo, vive com a família em uma casa de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, que está registrada em cartório como pertencente à Cremo Empreendimentos, uma das empresas de fachada que seriam controladas pela Universal.
A assessoria de imprensa da Record informou que o executivo vive em um imóvel alugado. A emissora afirma que paga aluguel pela ocupação de um prédio nos Jardins, mas não confirma a propriedade do terreno no bairro da Barra Funda, onde funciona a sede da emissora.

Entenda

De acordo com o MP, os denunciados integram um grupo que supostamente remetia os recursos oriundos de doações dos fiéis da igreja para duas empresas: a Unimetro Empreendimentos S/A e a Cremo Empreendimentos S/A. Segundo os promotores, são empresas de fachada, pertencentes aos denunciados e instaladas em um mesmo endereço.
Segundo comunicado divulgado pelo Ministério Público, "para os promotores, ficou comprovado que o dinheiro das doações, em vez de ser utilizado para a manutenção dos cultos, era desviado para atender a interesses particulares dos denunciados".
O comunicado diz que Cremo e a Unimetro "remetiam esses recursos para empresas localizadas em paraísos fiscais". Segundo o MP, "o esquema garantia que o dinheiro retornasse ao Brasil em forma de contratos mútuos celebrados com intermediários que fazem parte do grupo acusado, e fosse utilizado na compra de empresas de comunicação".
O Ministério Público diz que, há dez anos, o grupo utiliza a Igreja Universal para a prática de fraudes. O MP estima que a Igreja Universal movimente cerca de R$ 1,4 bilhão por ano no Brasil como resultado de doações de fiéis.(Fonte Veja e G-1)

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