Manaus – A população de Manaus amanheceu nesta terça-feira (6) sentindo os efeitos respiratórios da pior nuvem de fumaça do ano, segundo informou o Corpo de Bombeiros do Estado. A névoa seca encobre toda a cidade e gera transtornos aos amazonenses.
No início da manhã, várias pessoas relataram ao Portal Amazônia, dificuldades de respiração, ardências nos olhos, nariz e garganta causadas pela fumaça. Para os motoristas que enfrentaram o trânsito e os congestionamentos na cidade, a principal reclamação foi a pouca visibilidade para o tráfego e veículos.
Segundo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Antônio Dias, a névoa é provocada pelo acumulo de queimadas na cidade e falta de chuva, aliada com o fenômeno de inversão térmica, que ocorre quando o ar quente, menos denso e mais leve, tende a subir e o ar frio, mais denso e pesado, tende a descer.
- Essa é a névoa mais densa que registramos este ano em Manaus. Isso acontece não só pelo aumento das queimadas, mas também pelo acumulo de fumaça dos carros aliado ao clima abafado e quente – disse.
Aumento de ocorrências
De acordo com o comandante, somente no mês de setembro foram registradas 700 denúncias de focos de incêndios em Manaus. Durante todo o ano de 2008, foram registradas apenas 81 denúncias de queimadas de janeiro a dezembro. No comparativo com o mesmo período do ano passado, houve um aumento 371%, conforme informou o comandante.
Incêndio registrado ontem (5) na zona Oeste de Manaus. Foto: Bruno Lopes/Portal Amazônia
O aumento segundo Dias, está ligado à falta de chuva na capital e no interior que deixou a vegetação mais vulnerável a queimadas. Ontem (5) foram registrados 26 focos de incêndios em Manaus sendo um de grandes proporções na Colônia Antonio Aleixo, zona Leste da cidade.
Visibilidade
De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), o trafego aéreo ainda não foi prejudicado pelo fumaça e só devem ocorrer atrasos nos vôos, se a visibilidade piorar. No aeroporto Eduardo Gomes, por exemplo, a visibilidade ficou reduzia em 600 metros.
Doenças respiratórias
Apesar das reclamações da população e o calor na cidade, até está manhã, os hospitais não registram aumento no número de atendimentos por doenças respiratórias. O Pronto Socorro Infantil Joãozinho, na zona Leste, por exemplo, informou que os atendimentos continuam dentro da média, sem apresentar números expressivos.
Força Tarefa
Ontem o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ/AM), desembargador Domingos Jorge Chalub convocou os órgãos ambientais para formarem uma força tarefa, para identificar o que estar provocando as queimas e punir os responsáveis.(P.Amazonia)
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