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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AGRONEGÓCIO: PISCICULTURA EMPRESARIAL _ *Thomaz Meirelles


Na última sexta-feira, no auditório do Parque de Exposição Agropecuária “Eurípedes Lins”, fiquei extremamente preocupado com o futuro da piscicultura empresarial amazonense. Grandes empresários do setor de criação de peixes, presentes ao evento promovido pelo Sistema Sepror (Geraldo Bernardino/Alfeu/Claret), foram taxativos e convincentes ao afirmar que a entrada irregular de produtos da piscicultura de Roraima e Rondônia, sem a devida fiscalização do Estado, levará ao encerramento da atividade ainda este ano. Pensam, inclusive, em transferir o empreendimento para os estados vizinhos em decorrência da flexibilidade na questão ambiental e do acesso a ração com menor custo. Segundo informações, o tambaqui de piscicultores de Rondônia também está abastecendo os mercados dos municípios localizados no Rio Madeira, e que o preço praticado no mercado de Manaus, por Rondônia e Roraima, está abaixo do custo de produção dos piscicultores amazonenses. Contudo, nossos empresários não estão pleiteando nenhum benefício financeiro do governo (subvenção, subsídio etc) querem, apenas, que a entrada do pescado seja efetivamente fiscalizada e que atenda aos padrões de qualidade das normas sanitárias. Ao final dos debates, o secretário Geraldo Bernardino assumiu compromisso de encaminhar relatório ao secretário de produção rural e ao governador do estado detalhando os entraves que o setor vem atravessando. Os empresários afirmaram, também, que a piscicultura familiar é uma grande enganação. Além da Conab, o debate sobre a cadeia produtiva do pescado contou com a presença do Mapa, ADS, MPA, Ibama, Idam, Codesav, armadores e empresários. Desde 2003, neste espaço do JC, venho sempre alertando sobre a necessidade da estrutura pública dos órgãos de governo (dos três níveis) ser compatível com nossa dimensão geográfica. Entretanto, e penso que não seja diferente, ainda estamos muito distante de alcançar tal compatibilidade. Durante a realização do IX Seminário da FAEA, ocorrida nos dias 22 e 23, fiquei convencido de que não estou errado. O pesquisador da Embrapa, Miguel da Costa Dias, e principalmente o pesquisador do INPA, Alexandre, deram bastante ênfase na fragilidade da estrutura pública e na dimensão continental do Amazonas. Será que o Amazonas, que fez a tarefa de casa ao preservar 98% de seu território, não merece tratamento diferenciado. Penso que sim, pois somos diferentes, e queremos alcançar nossa soberania alimentar nos 2% já desmatados. E a piscicultura, tanto familiar quanto empresarial, merece atenção especial, pois, no meu entendimento, tem um grande potencial exportador.

Custo da ração

Tanto no evento da Expoagro quanto na FAEA, o elevado custo da ração predominou o debate. A difusão de tecnologias já existentes também foi citada como empecilho para a obtenção de melhor produtividade no meio rural, inclusive no cultivo da mandioca. Bem, com relação à ração, penso que dois programas do governo federal podem colaborar na redução do custo. São eles: o Programa de Vendas em Balcão (pequenos e médios criadores) e os Leilões do Estoque Público (grandes criadores) que negociam milho em grão. Contudo, existe a necessidade da inclusão da atividade de piscicultura nos dois instrumentos, pois atualmente só contemplam os criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos e fábricas de ração. Acredito, inclusive, que estamos próximos de alcançar a inclusão, mas, hoje, ainda não está inserida nos normativos. Atualmente, o preço de venda do milho em grão, por meio do Vendas em Balcão, é de R$ 18,50 kg a saca de 50 quilos.

Piscicultura na PGPM

Em 2004, a ex-Seap, hoje MPA, apresentou argumentos sólidos para embasar a inclusão da sardinha, tilápia e camarão de cultivo na PGPM, mas não convenceu as autoridades competentes. Contudo, o governo solicitou a realização de estudos mais acurados, inclusive a de definição técnica dos preços mínimos que serão propostos. Diante do que vi e ouvi nos eventos da Expoagro e Faea entendo que o Amazonas deve sair do discurso e passar a pleitear, com ampla fundamentação técnica, a inclusão do jaraqui (pesca extrativa) e do tambaqui (piscicultura) na Política de Garantia de Preços Mínimos com o objetivo de dar melhores condições de comercialização.

Nascia em 1929

Em 1929, enquanto a Bolsa de Nova York quebrava, o mundo ficava mais acelerado e responsável, pois nascia, em Parintins, filha do Dino e da Mirica, Edda Meirelles da Silva, a Tia Edda (assinante do JC). Pela extrema dedicação aos pais, e ainda hoje pela nossa Dindinha, Deus generosamente tem lhe concedido saúde e muita disposição. Disposição capaz de abrir uma agência bancária antes das 9 horas, participar de concurso de beleza (eu me admirei!), pagar conta com 30 dias de antecedência e negociar, com grande habilidade, utilidades domésticas, preferencialmente o “fogão”. Por fim, uma curiosidade do sobrinho: ter acesso ao relatório do Dr. Sérgio na semana do Boi Bumbá. Não mude, continue assim, pois és exemplo para todos que te cercam. Parabéns!!!

*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio. E-mail: superbox@argo.com.br / thomaz.meirelles@hotmail.com

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