O perigo está no ar ...
"VOAR NO AMAZONAS É
UM ATO DE CORAGEM"
Manaus - “Voar no Amazonas é um ato de coragem”. A declaração é do presidente do Sindicato dos Aeroviários do Amazonas (Sindamazon), José Jorge Negreiros, ao se referir sobre as péssimas condições aeroportuárias que os pilotos de táxis-aéreos e aviação civil enfrentam para realizar suas viagens diariamente no Estado.
Cinco dias após o acidente com o bimotor Sêneca II, de prefixo PT-EJU fabricado pela Embraer, da empresa Cleiton Taxi Aéreo que caiu na quinta-feira (13) em um terreno baldio matando seis pessoas, entre elas a secretária de Estado de Educação do Amazonas, Cinthia Regia Gomes, Negreiros afirmou que as discussões sobre as condições de trabalho dos pilotos e a segurança das aeronaves que realizam o transporte na região ainda são desencontradas.
De acordo com Negreiros, os profissionais que voam na região são qualificados e têm muitas horas de experiência em diversas aeronaves, mas o grande problema são os equipamentos de instrumentalização de vôo. “A maioria dos pilotos voa por conhecimento da região mesmo. Se guia pelos rios e lagos, pelas formações rochosas. Pouco de apoio se tem vindo da terra”, disse.
A situação é ainda pior, segundo Negreiros, quando se tem fortes tempestades. O sindicalista diz que é obrigado a viajar pelo Estado em aeronaves de pequeno porte, mas admitiu que se pudesse não viajaria de avião no Amazonas.
“Eu sou aeroviário desde a década de 1990. Já viajei em muitos aviões de pequeno e médio porte. Se não fosse a necessidade de viajar eu jamais colocaria os pés em um avião. Porque voar no Amazonas é um ato de coragem”, denunciou Negreiros.
Desativado
O presidente do Sindamazon lembrou que já existe um acordo com a Agência Nacional de Aviação (Anac) para desativar em 2018 o aeródromo localizado no Aeroclube, na zona Centro-Sul de Manaus. Ele disse que ainda não sabe para onde será transferido o aeródromo de pequeno porte. “Acho que o aeroclube já deveria ter sido desativado, porque o local fica muito perto da área urbana e não tem mais condições de funcionar. Mas existe um acordo que deve ser cumprido”, observou.
A Anac informou, por meio de sua assessoria, que realiza inspeções anuais nos aeródromos e aeronaves por amostragem nos Estados do Brasil. Pelo regulamento da agência, a Anac não é obrigada a manter um guichê de funcionamento em cada aeródromo. Segundo a Anac, a estrutura demandaria custo.
A Polícia Federal informou que é obrigada a fiscalizar e inspecionar aeroportos ou aeródromos do Poder Público em áreas federais. O órgão só atua nos aeródromos particulares em caso de denúncias.( Fonte:Rudson Peixot - Manoreporter)
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