UM OLHAR NAS PROBABILIDADES
*Osny Araújo
Quando adentramos 2010, ano eleitoral, jurava de pés juntos e mãos postas que teríamos um palanque único no Amazonas em torno do candidato do presidente Lula a presidência da República e do senador Alfredo Nascimento (PR) ao Governo do Estado, face ao companheirismo, parceria, e cumplicidade do Governo do Estado com o Federal, de quem o ex-governador Eduardo Braga (PMDB), foi fiel escudeiro desde o primeiro momento, pelo que teria feito uma promessa ao presidente Lula de apoiar o seu candidato ao Governo.
Com passar dos meses, esse quadro começou a se alterar e o governador Eduardo Braga, PHD em política, começou a olhar melhor as suas probabilidades eleitorais e como vislumbrou que são excelentes, começou a dar pra traz no suposto compromisso que teria assumida com o presidente e a trabalhar a candidatura do seu então vice-governador, Omar Aziz, que gostou da idéia e embarcou com todas as suas forças nessa viagem política com destino a sede do Governo no bairro da Compensa, hoje comandado por ele mesmo.
Político de forte densidade eleitoral no Estado e com uma vaga assegurada para o Senado da República, Braga, que marcou os seus sete anos de administração com grandes obras, como o Prosamim, a ponte sobre o rio Negro, a expansão da Universidade do Estado do Amazonas para o interior, construções na capital, o socorro aos ribeirinhos vitimas da grande enchente e outras grandes obras realizações em Manaus e nos municípios, a inclusão de Manaus como uma das sub-sédes da Copa do Mundo e outras realizações, fez as contas e chegou à conclusão que tem condições plenas de eleger o seu sucessor e sedimentar um belo futuro político, isso, no campo das probabilidades.
Vejamos o quadro. Vencendo a eleição, por exemplo, o governador Omar Aziz, por ser uma reeleição, estará fora do páreo na próxima disputa, o que não ocorrerá, caso o senador Alfredo Nascimento vença o pleito, que terá direito a concorrer à reeleição.
No caso de vitória de Aziz, o ex-governador Eduardo Braga, que tem amplas possibilidades de ganhar uma vaga no Senado Federal, poderá querer ser o prefeito da Copa ou então, voltar a disputar as eleições ao Governo do Estado em 2014, quando deverá estar aproximadamente com 54 anos de vida, ainda com direito a reeleição, caso seja vencedor.
No caso de um insucesso eleitoral, ele retornará ao Senado e tem mais quatro anos para uma nova preparação para reassumir o Governo do Estado. Logo, é bem melhor politicamente para Eduardo Braga Aziz ser governador do que Nascimento.
Dono de um bom discurso e um largo poder de persuasão, Eduardo Braga deve estar convicto de que daqui a 2014 poderá tentar com absolutas possibilidades o seu retorno ao Governo e tudo em função das sementes que semeou durante os sete anos de Governo, especialmente nas feris terras eleitorais do interior, onde deixou grandes obras e a prova é o maciço apoio que a grande maioria dos prefeitos amazonenses emprestou ao seu candidato ao Governo, o mesmo ocorrendo com Igrejas evangélico e outros seguimentos. Isso demonstra prestígio e liderança, predicados que nem mesmo os mais ferrenhos adversários serão capazes de duvidar.
Claro que nem sempre um grande apoio não se traduz necessariamente numa vitória eleitoral, mas é um bom começo.
O senador Alfredo Nascimento, com um bonito currículo político, a quem também assessorei na Secretaria da Fazenda, foi secretário municipal, secretário de várias pastas no Estado, superintendente da Suframa, vice-governador, prefeito da capital, ministro dos Transportes durante sete anos do Governo Lula e senador da República, é mais técnico que político, mas ainda assim, também conhece os caminhos da pedra rumo as urnas.
Com várias obras no interior, custeados pelo Ministério dos Transportes, ele deverá mostrar boas propostas para o Estado, tendo como carro-chefe a conclusão da rodovia BR-319, além do grande carisma e da incrível densidade eleitoral e simpatia que o amazonense tem pelo seu maior cabo eleitoral, que é o presidente Lula.
O certo, é que o senador deverá ter algum coelho para tirar da cartola para esse disputado eleitoral, que sem nenhuma dúvida será das mais polarizadas, com a decisão, certamente ocorrendo num segundo turno.
Como a política partidária é uma das atividades mais mutantes no mundo moderno, ninguém será capaz de afirmar que este quadro estará valendo daqui a quatro anos, mas, que hoje o pensamento deve ser esse, disso não tenho dúvidas.
Político com carreira brilhante desde vereador aos 21 anos, Eduardo Braga, a quem conheço bem, até porque fui seu assessor de imprensa por quase uma década, foi deputado estadual, relator da Assembléia Estadual Constituinte, líder do Governo na Assembléia Legislativa, deputado federal, vice e posteriormente prefeito de Manaus e governador reeleito do Estado, conhece como ninguém todos os atalhos da atividade política e nesse caminho, ele dificilmente se perderá.
Por enquanto, olhando para as probabilidades, está é apenas uma especulação que poderá dar certo ou não em 2014. Vamos esperar para ver.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
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