Manaus- Os momentos que se seguiram ao pouso forçado no rio foram os de maior tensão para tripulantes e passageiros do avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que caiu na Região Amazônica na quinta-feira (29).O 1° sargento Edmar Simões Lourenço, que fazia parte da tripulação da FAB, revelou que a aeronave afundou rapidamente e a preocupação era fazer todos saírem em segurança.
A aeronave caiu na quinta-feira, quando seguia de Cruzeiro do Sul (AC) para Tabatinga (AM), com 11 pessoas a bordo. Nove sobreviveram e foram resgatadas. No sábado (31), o corpo de João de Abreu Filho, funcionário da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), foi encontrado dentro da aeronave por mergulhadores da equipe de resgate. O corpo do suboficial Marcelo dos Santos Dias foi encontrado, no domingo (1º), perto da aeronave acidentada. - Pousamos no sentido da correnteza, mas houve o rompimento do para-brisa. A água entrou muito rápido, contou Lourenço, que também auxiliou na orientação dos passageiros. Nosso procedimento de segurança é fazer os passageiros saírem pela porta de trás, enquanto os tripulantes saem pela frente. Depois, quando estávamos do lado de fora, nós nos deslocamos para a margem do rio, disse. Por sorte, alguns kits de sobrevivência da tripulação da FAB ficaram boiando no rio após o acidente, perto da margem em que os sobreviventes estavam. - Conseguimos fazer uma fogueira com os fósforos que estavam no kit. Nossa maior preocupação era manter a fogueira, porque sabíamos que as equipes de resgate teriam mais chances de nos encontrar se vissem o fogo, contou Lourenço.O 1º sargento elogiou o comportamento dos passageiros, que são funcionários da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e tinham participado de uma operação de vacinação de indígenas. Por trabalhar em aldeias, o grupo estava acostumado a viver na mata e em locais sem estrutura. - Eles são muito guerreiros e tiveram um comportamento exemplar.Lourenço lembra que, em certos momentos, as vítimas tiveram medo de não ser resgatadas. - Nós sabíamos que, para sermos encontrados, tínhamos uma rotina a cumprir. Tentamos manter o grupo com moral alto e preocupado em se proteger. Manter o fogo vivo também era importante, diz.A equipe também sofreu com o ataque de insetos. Além de pernilongos, moscas e abelhas atacaram os sobreviventes na noite que passaram na floresta.Desde sexta-feira (30), quando foi resgatado e seguiu para Manaus, Lourenço aproveita a companhia da família. - Foi maravilhoso revê-los. É ótimo reencontrar os entes queridos após passar por uma experiência como essa. É um privilégio estar de volta, disse.Acidente
O avião Cessna C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB) desapareceu na região da Amazônia, na manhã de quinta-feira (29). A aeronave transportava sete pessoas a serviço da Funasa e quatro tripulantes. O grupo viajava de Cruzeiro do Sul (AC) e para Tabatinga (AM). A equipe da Funasa havia usado o município de Cruzeiro do Sul como base para uma operação de vacinação de indígenas realizada no Vale do Javari, também em Atalaia do Norte (AM). O Comando da Aeronáutica informou que a aeronave será retirada do rio, desmontada e transportada até o local onde será realizada a investigação do acidente. Por enquanto, as causas da queda a aeronave não foram determinadas.(GC)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
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