quinta-feira, 19 de novembro de 2009
MANAUS ABRIGA ORGANIZAQÇÃO DE PROFISSIONAIS DO CRIME
Manaus - "Uma organização criminosa com tentáculos no meio do tráfico de drogas, no meio da polícia, com representações parlamentares, possivelmente com membros do poder executivo e com espaço na mídia".
Essa foi a definição do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana, para o grupo criminoso investigado pela polícia e pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM), em Manaus, do qual o ex-deputado Wallace Souza e o filho dele, Raphael Souza, são apontados como "chefes".
O relator ouviu ontem (18), em Manaus, várias autoridades policiais e do MPE que atuam no caso "Wallace" e disse que o objetivo da visita é oferecer apoio às investigações para que tudo seja esclarecido com segurança e rapidez.
O deputado adiantou ainda que até o próximo dia 15, haverá mais duas oitivas de testemunhas, uma em Manaus e outra em Brasília, aos demais membros da CPI. "A CPI voltará ao Amazonas com toda a sua estrutura", completou.
Organização profissional
Pimenta considerou o caso "muito grave, porque ainda está numa fase muito inicial do que ainda se pode chegar”. Sobre Wallace Souza, o relator da CPI lembrou que o ex-deputado é acusado de não somente pertencer a um grupo criminoso, mas também de ser um dos comandantes.
- A CPI está diante de uma organização criminosa profissional. Não se trata de crimes envolvendo amadores, mas de uma organização com ousadia suficiente para matar testemunhas e fazer ameaças a integrantes do Ministério Público e do Judiciário - disse.
Estiveram presentes na reunião com o relator da CPI o secretario de Inteligência da SSP, Thomaz Vasconcelos, o delegado-geral da Polícia Civil, Mário César Nunes; delegado-geral adjunto Divanilson Cavalcanti; delegado Antônio Chicre, e o promotor de Justiça Alberto Nascimento.
Polícia de fronteira
Ontem à noite, o governador em exercício Omar Aziz se reuniu com integrantes da CPI da Violência e pediu apoio para que seja acrescentada ao relatório final a proposta de criação de uma polícia de fronteira, para atuar de forma permanente nas fronteiras do Amazonas, sobretudo nas regiões do Alto Rio Negro e Solimões.
Segundo Omar, embora o governo do Estado, em parceria com a Polícia Federal, tenha enviado homens e uma embarcação para o Alto Solimões, se faz necessário um trabalho mais amplo e permanente.
- Evidentemente que a droga que chega pelas nossas fronteiras não fica toda aqui em Manaus. Boa parte segue para outros estados. Por isso, as ações têm ser integradas e terão reflexos nçao só na segurança pública de Manaus como de todo o país - observou.
Testemunhas
Sobre a proteção das testemunhas envolvidas no caso que investiga o suposto envolvimento do ex-deputado Wallace Sousa com o crime organizado, Omar disse que todo o aparato necessário para resguardar a segurança delas será disponibilizado. “As pessoas que, além de testemunhas, têm envolvimento devem ter logo a sua prisão preventiva decretada”, anunciou.
Já o deputado Paulo Pimenta revelou que vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para que acompanhem de perto toda a apuração desses fatos, de modo a garantir o bom andamento e a tranquilidade dos trabalhos.(Fonte:ALE)
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