A VOZ DO POVO NUMA ELEIÇÃO DIFERENTE

                                                                                                                          *Osny Araújo

O Brasil viveu no último domingo, uma eleição diferente, que transcorreu com absoluta normalidade, numa demonstração clara da beleza que é a democracia. Uma eleição em que o povo participou com várias mudanças nas regras eleitorais, o que tornou o pleito mais interessante.

No Brasil, nem o grande carisma e prestígio do presidente Lula foi capaz de apagar os efeitos negativos do caso Erenice Guerra e com isso, a decisão foi para o segundo turno numa disputa direta entre Dilma Roussef do PT e José Serra, do PSDB. O pleito foi para o segundo turno levado pela candidata verde, a ambientalista e fanática Marina Silva, que sai da eleição como a grande estrela e muito prestígio, por isso, está sendo namorada por PT e PSDB.

No Amazonas, sem o apoio direto de Lula e Dilma, o senador Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes foi fragorosamente derrotado pelo governador Omar Aziz,(PMN) apoiado pelo ex-governador Eduardo Braga, (PMDB), eleito com votação espetacular para o Senado, que venceu a eleição logo no primeiro turno.

Para o Senado, a surpresa foi à eleição de Vanessa Grazziotin, (PCdoB) que foi levado para o Senado pelo prestígio de Eduardo Braga, que derrotou por pequena margem de votos vinda do interior ao “tucano”, Artur Neto que teve contra si toda uma máquina dos governos federal e estadual. Ainda assim, Artur, que deverá retornar a diplomacia mostrou que é bom de voto e poderá retornar ao Senado nas próximas eleições.

Para a Câmara Federal, não houve grande mudança já para a Assembléia Legislativa do Estado, a alteração no quadro foi de aproximadamente 37%, com sete deputados atuais perdendo as vagas e a subida de quatro vereadores de Manaus.

Nesta eleição diferente, com a participação de muitos candidatos bizarros e exóticos, com suspeitos de fichas sujas participando do baile e com resultados ainda em suspense, dependendo da posição a ser assumida pela Justiça, com uma propaganda mais vigiada pela Justiça Eleitoral, mudanças aconteceram no quadro político nacional.

No Congresso, embora tenha perdido alguns deputados, ao que parece, o Governo fez ampla maioria, especialmente no Senado e caso Dilma vença o segundo turno, terá maior tranqüilidade que Lula para governar, em razão do maior apoio que terá no Poder Legislativo.

Outro ponto interessante do pleito, é que famosos caciques políticos do País, perderam suas vagas no Legislativo brasileiro e com isso, caras novas surgem para a integrar o Congresso Nacional. O que se espera, mesmo contando com a presença do palhaço Tiririca, a bancada da bola etc. é que a coisa não fique pior do que está. Esse negócio de afirmar de que pior não pode ficar, é balela. Pode ficam sim.

Acho que não vai ser fácil para os dois candidatos que estão no segundo turno, conquistar facilmente o eleitorado de Marina Silva, considerando que a turma que votou na “chapa verde”, ao que parece é um eleitor mais consciente, que tem vontade própria e aí, uma mudança radical de comportamento, não será tarefa das mais fáceis.

Outro ponto que deve ser considerado, é que estão voando pelo País mais de 50 milhões de votos, contando com os vinte  milhões de Marina e os trinta milhões de eleitores que não votaram no primeiro turno. Logo, o segundo turno, vai ser de uma garimpagem total e absoluta por parte de Dilma, Serra e seus aliados.

Serra já perdeu no segundo turno e o PT, tem a experiência do presidente Lula, o maior cabo eleitoral de Dilma, que sabe como vencer um segundo turno, um pleito difícil em função da polarização entre os dois postulantes.

O segundo tempo da campanha política pelo rádio e TV está para ser iniciada. O que se espera é que os dois candidatos discutam e mostrem com maiores detalhes as suas propostas e de como pretgendem governar o Brasil.(Postagem simultanea nos sites noticianahora e tadeudesouza.com.br)

*Osny Araújo é jornalista e analista político.

E-mail: osnyaraujo@bol.com.br