Vazante dos rios
Mais da metade dos municípios decretam
estado de emergência no Amazonas
Manaus – A seca no Amazonas afetou mais da metade de todos os 62 municípios do Estado, segundo dados da Defesa Civil Estadual. Ao todo, 22 mil famílias sofrem com a situação de emergência decretada em várias cidades devido ao baixo nível dos rios. Na próxima semana, termina a primeira fase da ajuda humanitária no interior do Estado.
De acordo com a Defesa Civil, 36 municípios decretaram emergência por causa da estiagem dos rios. Para ajudar as famílias atingidas pela seca, a Defesa Civil iniciou no dia 7 deste mês o envio da primeira remessa de ajuda humanitária. Segundo o órgão, três das quatro etapas desta fase já foram concluídas. As equipes usam helicópteros da Força Aérea Brasieleira (FAB) para levar suprimentos a comunidades isoladas. Os trabalhos agora estão concentrados no polo de Manaus, que abrange 15 municípios.
O Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec) afirmou que esta última etapa da remessa também vai atingir cidades como Parintins, Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Barreirinha e Nhamundá. Serão entregues cestas básicas com alimentos e kits de limpeza pessoal. A ajuda humanitária vai encaminhar ainda medicamentos a hospitais e postos de saúde.
Na segunda fase da ajuda humanitária no Estado, serão entregues filtros de água comprados na Suíça. As equipes também devem analisar a situação dos municípios, para decidir pelo reenvio de uma segunda remessa de cestas básicas. As comunidades atingidas pela seca dos rios já receberam mais de 200 toneladas em donativos da Defesa Civil.
O secretário do Subcomando de Ações de Defesa Civil no Amazonas, Roberto Rocha, afirmou em entrevista à TV Amazonas no último dia 11 que o principal desafio na entrega dos alimentos e donativos aos ribeirinhos é a logística empregada no abastecimento. "Além da distância dos municípios, uma das dificuldades encontradas está na continuidade do atendimento às pessoas afetadas para que a ação não seja interrompida", afirmou.
No final do mês de setembro, a Defesa Civil anunciou ajuda emergencial a 27.947 famílias atingidas pela seca nas calhas dos rios Madeira, Juruá, Médio e Alto Solimões, no Amazonas. Ao todo, 122.664 pessoas e 463 comunidades foram atendidas na primeira etapa da operação.
Seca
Segundo o geólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, a marcação do nível das águas aponta que na altura do município de Tabatinga, a 1.108 quilômetros de Manaus, o rio Solimões está com menos 0,64 m. Na capital, o nível do rio Negro nesta quarta-feira (20) atingiu a marca de 14,09m.
O superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, afirmou hoje (21) em entrevista à TV Amazonas que o rio Negro deve atingir a cota miníma neste fim de semana com a maior vazante já registrada na história. Em 1963, o rio atingiu a marca mínima histórica de 13,64m.
"Se o rio Negro continuar descendo em torno de 18 a 15 centímetros diariamente, podemos atingir sim a vazante recorde. No entanto, em Tabatinga onde é a entrada do rio Amazonas no território brasileiro, o rio vem subindo desde o dia 12, portanto a estimativa é que entre 15 e 20 dias depois do início da situação em Tabatinga a situação se normalize em Manaus", disse.
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