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domingo, 24 de outubro de 2010

PARABENS MANAUS,
MINHA CIDADE, 341 ANOS



Da redação: Texto de Osny Araújo

Hoje, Manaus, a cidade banhada pelo Negro, do Encontro das Águas, da Zona Franca, de Nacional e Rio Negro, os times de futebol mais queridos da cidade, do Carna-Boi e do Boi Manaus, do Plano Inclinado, Teatro Amazonas, dos viadutos, dos shoppings e arranha-céus, do Bar do Armando, do carnaval espetacular, da Ponta Negra, Tarumã e Ponte da Bolívia, das favelas e das invasões, do trânsito caótico, de uma Internet cara e preguiçosa, das novenas na Igreja de Aparecida, das lajes no rio Negro, dos muitos igarapés que recortam os seus bairros, das ruas cheias de camelôs e da igrejinha do Pobre Diabo. Essa é a minha cidade, Manaus, a capital da Amazônia que hoje com as seguras informações do historiador e Secretário de Cultura do Estado comemora 341 anos, de uma bonita e heróica história.
Manaus, hoje o principal e mais importante centro industrial e financeiro do norte brasileiro, é uma cidade portuária, plantada no centro da maior floresta tropical do mundo, situada à margens esquerda do rio Negro, com um grande potencial turístico, tanto de passeio, de negócios e especialmente o turismo ecológico, com os seus hotéis de selva e exuberantes igapós, além de uma fauna e flora fantásticas.
Manaus, é sem nenhuma dúvida, uma cidade que nasceu de costas para o rio e hoje caminha célere e de frente para o futuro, deixou de ser aquele Porto de Lenha, título de música de Aldizio Filgueiras e passou a ser a metrópole da Amazônia, com uma alta renda percapta e um PIB forte graças ao bom desempenho do seu Pólo Industrial, através os incentivos da Zona Franca, esse fantástico modelo de desenvolvimento socioeconômico.
Manaus, que hospeda um grande número de brasileiros “estrangeiros”, todos irmãos e de estrangeiros de verdade, é apesar dos pesares uma cidade pacata e acolhedora. É a terra do bom peixe e de um forte calor amazônico, onde vive um pouco irmão, solidário que sempre abraça a todos. Essa é a Manaus da Copa do Mundo de 2014 que com o seu jeitão europeu na chamada cidade antiga, tem as bênçãos da sua padroeira Nossa Senhora da Conceição, que é também a padroeira do Amazonas.
UM POUCO DA HISTÓRIA
A região, de difícil acesso, com os exploradores que por aqui aportavam não tinham conhecimento da região e em função das grandes distâncias das outras regiões do País, a ocupação demorou a chegar por aqui e tudo começou com a chegava dos primeiros portugueses e mais tarde de outros estrangeiros ligados às atividades comercias, Devido a esse fator, até porque as riquezas da região eram desconhecidas, a ocupação do lugar, onde hoje é o município de Manaus demorou a acontecer.
Contam os historiadores que as primeiras manifestações de ocupação da região ocorreram através das tropas de resgate que, com objetivo de capturar escravos, invadiram a região à caça dos indígenas. Ao redor do pouso das tropas, constituíam-se os aldeamentos dos índios que em seguida eram pacificados pelos religiosos.
Outra causa para a colonização da região foi a de impedir a intromissão dos inimigos (estrangeiros) da Coroa Portuguesa.
A primeira forma de ocupação da região (cidade de Manaus) aconteceu com tropas de resgate comandadas pelo Cabo Bento Miguel Parente que saiu de São Luiz no Maranhão, em 22 de junho de 1657, acompanhado de dois padres: Francisco Veloso e Manuel Pires. A tropa fixou-se por algum tempo na foz do Rio Tarumã, onde foi fincada uma cruz e como de costume foi rezada uma missa.
Outra tropa de resgate que ocupou a região partiu do Maranhão em 15 de agosto de 1658. Nesse período as tropas de resgate já procuravam também, além dos indígenas, as chamadas drogas do sertão. Os indígenas tinham suas aldeias saqueadas, aqueles que se rebelavam eram mortos, pois não pretendiam tornarem-se escravos.
Contam ainda os historiadores que o capitão Pedro da Costa Favela, caçador de índios, ao retornar ao Pará em 1668, aconselhou o governador Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho sobre a necessidade tática de guarnecer a região contra o assédio dos holandeses e espanhóis. Seria necessária a construção de uma fortaleza que resguardasse o Rio Negro das incursões inimigas.
A tarefa de construir um simulacro de fortaleza foi confiada a Francisco da Mota Falcão auxiliado pelo filho Manuel da Mota Siqueira.
Erguida, em 1669, em pedra e barro, sem fosso e na forma quadrangular. Possuía dois canhões de bronze e dois de ferro que guarneciam as cortinas. A fortaleza foi chamada de Forte de São José do Rio Negro localizado a três léguas da foz do Rio Negro, mais ou menos, no local onde se encontrava o antigo edifício da Fazenda Pública. O forte desempenhou a sua missão durante 114 anos.
A BRAVURA DOS MANAÓS
Os primitivos habitantes dessa área, onde se encontrava o forte de São José da Barra do Rio Negro, foram as tribos: Mambos, Bares, Bambas e Passes, muitos dos quais ajudaram na construção do Forte, por influência dos religiosos portugueses e passaram a morar nas suas proximidades em humildes palhoças de chão batido.
A tribo dos Manáos, considerada orgulhosa pelos portugueses, negava-se a ser dominada e servir de mão-de-obra escrava, entrava em confronto com os habitantes do Forte. Essas lutas só terminaram quando os militares portugueses começaram a ligar-se aos Manáos através de casamentos com as filhas dos tuxauas. Um dos líderes dos Manáos foi o índio Ajuricaba que lutou contra a colonização dos portugueses e que, no entanto, apoiava os holandeses: Ajuricaba foi aprisionado e enviado ao Pará. Sua morte ocorreu, em situação misteriosa, durante a viagem.
Sobre os nossos antepassados indígenas foi realizado, devido à colonização portuguesa, um trabalho de esquecimento ou tentativa de apagar seus traços e obras históricas. Podemos notar isso pela destruição feita ao cemitério indígena, onde se encontra, atualmente a praça D.Pedro II e o Palácio Rio Branco. Quando o governador Eduardo Ribeiro remodelou a praça e mandou nivelar as ruas que a contornavam, grande número de igaçabas foi encontrado e atualmente não existe nenhum marco indicando a sua existência.
As habitações daquele período eram feitas em barracas de palhas inajá e de buço, algumas de paredes revestidas em taipa socada e outras em estilo palafitas que ficavam nas margens dos igarapés.
A população formada por indígenas e branca cresceu tanto que em 1695 os missionários carmelitas, juntamente com os franciscanos, jesuítas e mercenários (encarregado de catequizar os índios e impedir as guerras) resolveram erguer uma capela nas proximidades do Forte de São José da Barra do Rio Negro, onde recebeu o nome de Capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Manaus.
CAPITANIA
A Carta Régia, de 03 de março de 1755, criou a Capitania de São José do Rio Negro, no governo de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, cuja sede estabeleceu-se em Mariuá, Barcelos.
Temeroso de invasões espanholas, o governador Manoel da Gama Lobo D'Almada transferiu a sede de Barcelos para o Lugar da Barra (ponto mais estratégico) em 21 de setembro de 1791. Com esse feito, o lugar adquiriu grande prestígio e progresso.
O Lugar da Barra perde a partir daí o seu "status" político-administrativo sob influência de D. Francisco de Souza Coutinho, Capitão-Geral do Grão Pará, que inicia campanha contra a mudança de sede, o que leva a ser desfeito o ato através da Carta Régia de 22 de agosto de 1798, e em maio de 1799, a sede volta a Barcelos. Em conseqüência da perda de seu "status", tornou-se inevitável à decadência do Lugar da Barra. Em outubro de 1807, o governador da Capitania, José Joaquim Victório da Costa, deixa Barcelos transferindo a administração da Capitania definitivamente ao Lugar da Barra.
A partir de 29 de março de 1808, o Lugar da Barra voltaria a ser sede da Capitania de São José do Rio Negro (após proposta de Dom marcos de Noronha Brito, ao penúltimo governador Capitão de mar-e-guerra José Joaquim Victório da Costa).
Através do decreto de 13 de novembro de 1832, o Lugar da Barra passou a categoria de Vila, já com a denominação de Vila de Manaus, nome que manteria até o dia 24 de outubro de 1848.
Com a Lei 145 da Assembléia da Provincial Paraense adquiriu o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, em vista da vila ter assumido foros de cidade, cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. No dia 5 de setembro de 1850 foi criada a Província do Amazonas pela Lei Imperial nº 1592, tornando-se a Vila da Barra do Rio Negro. Foi seu primeiro presidente o João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha. Nomeado em 27 de julho de 1851, que instalou oficialmente a nova unidade provincial a 1º de janeiro de 1852, cuja situação de atraso melhorou bastante. Foi criada a Biblioteca Pública. O 1º jornal foi fundado em 05 de setembro, mas sua primeira edição só circulou a 03 de maio de 1851 já com o nome de "Estrela do Amazonas", de propriedade do cidadão Manuel da Silva Ramos. Tornaram-se ambos, as bases do desenvolvimento da cultura local, junto ao teatro e escolas profissionais.
A 04 de setembro de 1856 pela Lei nº 68, já no decurso do 2º governo, que era Herculano Ferreira Pena, a Assembléia Provincial Amazonense dá-lhe o nome de Cidade de Manaus, numa clara homenagem à nação indígena Manáos.
HISTÓRIA PRESENTE
Hoje, essa Manaus rica e cosmopolita e com muitos problemas para os governantes resolverem, como por exemplo, a falta de asfalto nas periferias, de luz, de água e saneamento básico, a começar pelo esgoto, não esqueceu a sua rica história, orgulho de todo um povo.
Na grande maioria das manifestações culturais do Estado, através do rico folclórico, esses pontos da história são destacados, especialmente nas danças regionais como as Cirandas  e os Bumbas de Manaus, onde as tribos indígenas aparecem sempre como figuras centrais, mostrando toda a sua rica história e lendas, para o encanto dos visitantes.(Postagem simultânea nos sites Noticianahora e Amazonianarede.com.br)





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