O SHOW EMOCIONANTE DA VIDA
*Osny Araújo
Hoje peço vênia aos meus leitores para não falar neste artigo sobre política partidária, reeleição, escândalos e outras cosias mais. Quero falar de política de solidariedade, de humanismo, companheirismo, de fraternidade, confraternização, de vida e esperança, onde os valores humanos possam se apresentar mais verdadeiros.
Confesso que assisti emocionado a mega-operação resgate preparada e executada pelo Chile para a retirada dos trinta e três mineiros que estavam soterrados a setecentos metros da superfície. Foi uma operação delicada, dramática, tecnicamente perfeita e graças a Deus, com final feliz, sem nenhuma perda.
Foram vinte e cinco horas de tensão, angústia, ansiedade e esperança até que o último dos mineiros fosse salvo, deixando as profundezas da terra à escuridão da caverna para voltar a ver a luz do sol, num fantástico e quase milagroso renascer.
Ao mesmo tempo em que assistia as transmissões ao vivo das redes de TVs, me fazia uma série de perguntas sobre a vida. Foram muitas as reflexões e são em momentos como os vividos de maneira heróica, paciente e disciplinada pelos mineiros chilenos, é que chegamos à conclusão de que na vida, valores que em situações comuns consideramos absolutos, perdem espaços para outros valores e novos comportamentos. São os ensinamentos da própria vida.
A mais emocionante operação-resgate de um acidente da história da mineração mundial, após setenta dias de confinamento a setecentos metros da superfície, sobrevivendo em condições verdadeiramente milagrosas, deverá servir também de alerta para que maiores cuidados possam ser tomadas nesse difícil e arriscado trabalho de procurar riquezas nas profundezas da terra, nos mares etc.
A presença das autoridades, lideradas pelo próprio presidente chileno Sebastián Piñnera, que andava com a popularidade em baixa no país e os ministros das Minas e da Saúde, familiares e amigos dos heróicos mineiros, técnicos, médicos, para-médicos e um batalhão de jornalistas do mundo inteiro, marcaram a operação denominada San Lourenço, santo padroeiro dos mineiros e a cada chegada da cápsula Fênix II, com mais um sobrevivente, a euforia era geral. Emocionante.
Agora, voltando à superfície, ao convívio normal com os familiares e amigos e a própria vida, além de famosos e considerados heróis, certamente serão trinta e três homens diferentes. Nenhum mais será igual ao que era antes do acidente. Certamente todos passarão opor transformações provocada pelo sofrimento, com fortes e grandes reflexões que nortearão as suas vidas de agora em diante, de novo banhados pela maravilhosa luz solar.
Trinta e três homens, que viveram setenta dias confinados e que agora possuem trinta e três histórias de vida diferentes, que certamente marcarão o resto de suas vidas, onde a determinação e a coragem deverão permanecer com eles neste renascer maravilhoso.
O lado bom dessa história, além do salvamente de todos os soterrados e a saída triunfal também dos seis “socorristas” é a esperança que a partir de agora, o mundo resolva a discutir com mais seriedade a questão da mineração, essa difícil, perigoso e rica atividade, que deverá ganhar novos parâmetros de segurança para que a humanidade não seja obrigada mais a assistir um salvamento como o que testemunhamos no Chile. Viva renascer, viva a vida.(Postagem simultânea com os sites noticianahora e tadeudesouza.com.br)
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
E-mail: osnyaraujo@bol.com.br
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