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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Agronegócios
“Brócolis? no Amazonas?”...

                                                                                                                                             *Thomaz Meirelles

Na última quinta-feira, 7, atendendo convite do Jaílson, Irineía e Joana, fui conversar com os produtores rurais da Comunidade Boa Esperança interessados em participar do Programa de Aquisição de Alimentos, o conhecido PAA, instrumento de apoio à comercialização do governo federal, operacionalizado pela Conab.
 A Comunidade Boa Esperança está localizada no município de Presidente Figueiredo, mais precisamente no quilômetro 120, com mais 8 km de ramal (a entrada do ramal fica em frente à Agropecuária Jayoro).
 Os produtores estão organizados em Associação e Cooperativa cultivando pimentão, abóbora, macaxeira, banana, pimenta de cheiro, entre outros produtos regionais. Além da venda direta no próprio município, alguns produtores negociam a produção na Feira do Vitello, coordenada pelos amigos da ADS.
Durante a reunião, dei explicações sobre o melhor momento de a comunidade comercializar a produção através do PAA, normalmente em épocas de safra, onde ocorre excesso de produção e baixos preços pagos pelo mercado consumidor. Naquela oportunidade, informei os preços que são pagos pela Conab, por meio do PAA, que foram imediatamente aprovados por todos os presentes, contudo, a pergunta recebida do agricultor William, 31 anos, me chamou bastante atenção. Marcelo queria saber se a Conab comprava brócolis. Surpreendido, disse: Brócolis? No Amazonas? Continuei afirmando que o PAA amparava a comercialização de todos os alimentos produzidos pela agricultura familiar, inclusive brócolis, entretanto, duvidei que existisse tal cultivo em nosso grande Amazonas. De imediato, fui convidado pelo Marcelo a conhecer sua produção. Aceitei, e em companhia do Edinaldo, meu colega de trabalho, e da Inês, técnica da secretaria municipal de produção de Presidente Figueiredo, visitei o Sítio Lagoa Azul.
Não é ficção, é brócolis mesmo!
Fiquei extremamente feliz em constatar o cultivo de brócolis, principalmente por estar localizado em território amazonense. Peguei a máquina fotográfica, fiz vários registros, e um bom número de perguntas ao guerreiro produtor Marcelo Santos. Sem dúvida alguma, uma demonstração de que, com determinação, conhecimento, muito trabalho e boa vontade, é possível produzir no Amazonas, inclusive cultivando alimentos teoricamente improváveis de se obter sucesso. Além das feiras, Marcelo negocia a produção com a empresa de alimentação “Picanha Mania”.
Família “Santos”
Diante de fato inédito, e que certamente servirá de exemplo para o Amazonas, não poderia deixar de registrar os integrantes dessa família unida e dedicada ao trabalho rural. William Marcelo dos Santos, 31 anos, produtor de pimentão, pimenta murupi e brócolis. Chegou ao ramal com 14 anos e, para ir a Escola, caminhava diariamente 16 quilômetros. Com medo de onça, e orientado desde criança de que a voz humana espantava o animal, resolveu usar a música e cantar durante todo o caminho ao longo do ramal. Sua mãe, Juselita Santos, simpática, alegre e contad
ora de piadas, mantém uma selecionada criação de galinhas. Só falta comprar o milho da Conab para baixar o custo na produção de frango. Marcilene Ferreira e Erick Santos, esposa e filho do guerreiro Marcelo.
 O Sítio Lagoa Azul ainda conta a presença dos sobrinhos Ítalo e Eduardo Santos.
Nas fotos, o produtor rural trabalha em nolvas mudas, no primeiro palno e no segundo, inspeciona a plantação.

*Thomaz A P Silva Meirelles – administrador, funcionário público federal, especialista na gestão da informação do agronegócio. e escreven semanalmente nestge endereço. E-mail: thomaz.meirelles@hotmail.com









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