Região hoteleira
Área de R$ 45 milhões abandonada
na Ponta Negra
na Ponta Negra
Manaus - Com todos os pré-requisitos de um monumental cartão postal, o Maksoud Manaus empobrece a paisagem amazonense há mais de dez anos. Localizado em área nobre de Manaus, na Ponta Negra, às margens do rio Negro, o terreno vale mais de R$ 45 milhões, mas o abandono das obras do empreendimento proposto para o local prejudica o desenvolvimento de uma região com ampla aptidão hoteleira e turística.
Além destas vocações, o espaço é considerado pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Manaus (Sinduscon/AM) uma das regiões mais valiosas do âmbito da construção civil do Estado. “Aquela é uma área valiosíssima”, destacou o presidente Eduardo Lopes.
A estagnação da obra gera preocupação, inclusive, em membros da bancada amazonense, em Brasília. O principal motivo para tal apreensão é a proximidade com a Copa de 2014 no Brasil, e a necessidade de não se desperdiçar uma área com tanto potencial quanto a do Maksoud.
Atualmente, tramita no Ministério da Justiça, um processo para a definição sobre o que será feito daquela propriedade, pois as obras foram paralisadas em 1999, logo após surgirem denúncias de irregularidades na aplicação de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Desde então as acusações começaram a ser investigadas pela Procuradoria da República no Amazonas, Mato Grosso e Pará, e a obra parou.
O empreendimento, que surgira em 1987, há quase 22 anos, com a promessa de ser um “verdadeiro paraíso tropical às margens do rio Negro”, e ter capacidade superior ao Tropical Hotel, ficou pela metade, e está abandonado há mais de dez anos.
Metro quadrado valioso
Segundo o presidente Instituto de Avaliações e Perícias de Engenharia do Amazonas (Ibape/AM), Silvio Cezar, um metro quadrado naquela região da cidade, sem considerar as condições que agregam valor ao espaço, como o rio Negro, por exemplo, não custa menos que R$ 300. E, como a área está concentrada em 150 mil metros quadrados, somente o terreno onde a construção estava sendo processada não custa menos de R$ 45 milhões.
Procurada pela reportagem do EM TEMPO, a rede hoteleira Maksoud informou, por meio da assessoria, que os projetos da rede hoteleira e a execução dos mesmos são de responsabilidade da Hidroservice Engenharia Ltda., e que o encarregado de tratar sobre a questão estava em viagem internacional. Entretanto, a empresa responsável pelo projeto do Maksoud Manaus foi a Paulo Lúcio de Brito Arquitetura de Hotéis (PLB), que também não respondeu ao email da reportagem.
Também por meio de assessoria, a Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno de Manaus (Semef) comunicou que, por motivo de privacidade fiscal, o movimento de recolhimento de tributos municipais das edificações da Maksoud não poderia ser divulgado.
Por outro lado, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) informou que em 1987 a Maksoud entrou com processo de viabilidade da licença para construção, e obteve aprovação no mesmo ano. De acordo com o Implurb, as licenças foram renovadas em 1990, 1992 e, pela última vez, em 1994. (Emtempo)
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