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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A REVOLTA DOS PALHAÇOS -*Osny Araújo


Os respeitosos palhaços brasileiros que na semana passada comemoram o seu dia, não gostaram nada quando em função dos constantes escândalos envolvendo os nossos políticos, fazem comparação com eles, ou ainda colocam uma bola vermelha no nariz, característica maior desses trabalhadores do riso e da alegria, para protestar.
Li nos jornais um desabafo do palhaço Plim, Plim, que fora dos picadeiros é o Sr. José Carlos Santos Silva, onde demonstrava toda a sua revolta com essa situação e num desabafo sincero, disse com todas as letras que “palhaço não é ladrão. Lugar de palhaço é no picadeiro e de ladrão é na cadeira. O palhaço falou sério e não admite ser comparado a políticos corruptos.
O palhaço está coberto de razão. Esses ilustres trabalhadores do riso, artistas indispensáveis no mundo do circo que faz rir pessoas de todas as idades, estão certos quando não querem ser comparados a políticos corruptos.
Realmente não dá para entender, porque em manifestações contra políticos, a figura do palhaço sempre é lembrada. Sinceramente não vejo razão nenhuma para isso. Primeiro, porque o palhaço é um trabalhador honrado, cujo único objetivo é divertir e provocar sorrisos e gargalhadas. Diferente dos políticos corruptos que só provocam tristeza e desilusão.
Segundo os palhaços, a corrupção praticada pelos políticos, não deve e nem pode ser vista como palhaçada. Palhaça é fazer rir, é construir alegria, é descontrair a platéia e não roubar. O certo é que lugar de palhaço é no palco, especialmente nos picadeiros circenses e de político corrupto é na cadeia.
Realmente os palhaços têm toda razão em protestar contra essa infeliz comparação. O trabalho de palhaço é coisa séria e se não creditam, perguntem a uma criança. A alegria do palhaço é com o sorriso da platéia e não colocando grandes somas de dinheiro com origem duvidosa ou sem origem, em malas pretas, cuecas ou meias, como se observa fartamente no mundo dos nossos políticos.
Fazer palhaçada é um trabalho sério. É a arte de trabalhar brincando e com muita seriedade e é exatamente por isso que esses artistas são tão queridos pelo mundo a fora, especialmente pelas crianças, onde eles têm agasalho garantido em seus tenros corações, bem diferente dos políticos.
Não ofendamos mais os nossos nobres e queridos palhaços com essa infeliz comparação. A palhaçada é coisa muito séria. É tão sério o trabalho que eles não gostam de ser comparados a políticos corruptos.
Aqueles homens e mulheres, de narizes vermelhos, caras pintadas, roupas estampadas e folgadas, são trabalhadores como todos nós e por isso, merecem respeito. São talentosos profissionais que dedicam suas vidas a trabalhar para fazer brotar em nossos lábios o sorriso e uma grande descontração, aliviando o estresse e nos transformando ainda que adultos num pouco da criança que ainda guardamos.
Para alguns estudiosos, ser palhaço é também um estado de espírito. É produzir alegria para os outros, mesmo estando triste, com as fortes maquiagens nos rostos, muitas vezes escondendo lágrimas, só que o seu trabalho, é deixar a tristeza de lado e produzir palhaçadas para que o público se divirta e solte o riso, daí a importância dos palhaços.
Ao final deste artigo, quero concordar com a classe dos palhaços e dizer, que também não concordo com essa infeliz comparação. Como se vê, a palhaçada, a arte do humor para provocar sorrisos e gargalhadas é coisa muito séria.

*Osny Araújo é jornalista e analista político.
e-mail:osnyaraujo@bol.com.br

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