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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ministros fazem reunião em Copenhague para negociações políticas do clima



Copenhague - Ministros de diferentes países se reuniram em Copenhague ontem (foto ministros Carlos Minc e Dilma Roussef) para tentar avançar nas negociações políticas para a formulação de um acordo climático global. Eles se encontraram fora do calendário oficial da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 15), em Copenhague, cujos trabalhos serão retomados nesta segunda. Yvo de Boer, secretário da ONU para Mudanças Climáticas, referindo-se às divergências entre China e Estados Unidos, disse esperar que todos os países elevem suas propostas nas negociações.
"A China está pedindo aos Estados Unidos que façam mais. Os EUA estão pedindo à China que faça mais. Espero que nos próximos dias todo mundo possa fazer mais", disse.
"Ainda há muitos desafios. Ainda há muitos problemas não resolvidos", disse a presidente da COP 15, a ministra dinamarquesa Connie Hedegaard. "Mas conforme os ministros começam a chegar, também há a disposição política."
A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que chefia a delegação brasileira na conferência, também esteve na reunião e acredita que as negociações podem avançar esta semana. “Acredito que há possibilidade de se chegar a um nível comum”, comentou, dizendo que, se houver questões instransponíveis nas negociações, é melhor que apareçam logo.
Segundo a ministra, ficou claro na reunião que deve ser criado um fundo para financiar medidas que permitam que os países em desenvolvimento emitam menos carbono na atmosfera e estejam preparados para as mudanças climáticas.
Mas como este fundo vai funcionar e, pincipalmente, quem vai colocar dinheiro nele, ainda não está definido. “Creio que é inexorável que (este assunto) vá para a mesa (de negociações). Acho que amanhã começa a discussão de forma bastante explicita”, avaliou.

Responsabilidades

Creio que é inexorável que (este assunto) vá para a mesa (de negociações). Acho que amanhã começa a discussão de forma bastante explicita "
A chefe da delegação brasileira reforçou sua posição de que não é aceitável que os países em desenvolvimento sejam equiparados aos desenvolvidos em suas responsabilidades em relação ao aquecimento global.
Seria “um absurdo”, apontou, ignorar o papel histórico dos países ricos que, por serem industrializados há mais tempo, têm emissões de carbono muito maiores acumuladas.
Países como China, Brasil e Índia dizem que os ricos devem fazer reduções mais fortes nas emissões e dar dinheiro aos pobres para bancar um fundo para crescimento sustentável.
Os EUA têm dito que querem que os grandes emergentes precisam ter um papel diferenciado dos países mais pobres num acordo climático, assumindo também responsabilidades.
A ministra Dilma afirmou, no entanto, que isso não foi proposto diretamente ao Brasil e que não vê sentido em que o país assuma metas climáticas legalmente vinculantes (de cumprimento obrigatório).(G-1)

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